terça-feira, 16 de outubro de 2012

O SOPRO DA VIDA


O SOPRO DA VIDA










 
Um vapor, porém, subia da terra e regava toda a face dela. E formou o senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida e o homem foi feito alma vivente.
                                                                                          Livro de Gênesis, Cap. I.


Eu fiz a terra, e criei nela o homem, eu o fiz, as minhas mãos estenderam os céus, porque os meus pensamentos, não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o senhor. Porque assim como os céus sãos mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.
 Livro do Profeta Isaías, Cap. XLV: LV.

A inteligência do homem, até onde avançará? Em que ponto a sua impudência audaciosa encontrará limites? Se a vileza humana e a vida humana crescem na devida proporção, se o filho sempre supera o pai em maldade, os deuses devem acrescentar outro mundo a esta terra, para que haja bastante espaço para todos os pecadores.
 Hipólito, EURÍPEDES (428 A.C).

Parte dos Cosmólogos atuais acreditam que o universo começou a se formar há alguns bilhões de anos atrás, evoluindo de um estágio radicalmente diferente do atual. Essa teoria surgiu após o americano Hubble Ter descoberto que as galáxias se moviam para mais longe. A constatação desse movimento é feita pela chamada "fuga para o vermelho" no espectro luminoso. Quando o espectro das galáxias distante se distorce para o vermelho (onda luminosa de menor frequência e maior comprimento), significa que a fonte luminosa se afasta de nós.
Estudos sobre a evolução das estrelas mostram que sua origem remonta a vários bilhões de anos, mas não a um número infinito deles. Os átomos mais pesados do universo, como Tório e Urânio, só podem Ter-se formado a temperaturas de bilhões de graus. Essas temperaturas não existem em nenhuma estrela, estas só atingem milhões de graus.
Nos modelos de universo de Hubble, Gamow e Lemaitre, as estrelas surgiram da diferenciação inicial da massa gasosa em expansão. Novas estrelas podem formar-se à partir da poeira interestelar, resto difuso da explosão inicial. Mas a quantidade de matéria do universo não muda. Para a escola liderada pelo britânico F. Hoyle e pelo soviético Vorontzov Velyaminov, o universo, de forma desconhecida produziria matéria nos espaços interestelares sob forma de hidrogênio. Apesar da expansão, é um universo em perpétuo equilíbrio.
Os gases nobres e os leves são comuns nas estrelas, Metano e Amônia abundam na superfície de Júpiter e Saturno, é bem possível, por exemplo, que o Argônio da nossa atmosfera seja originário da desintegração do potássio radioativo da crosta. Os granitos, formados de Feldspato, Mica e Quartzo, minerais leves e claros, levitaram sobre um mar pastoso e escuro pela abundância de minerais ferromagnesianos, como olivinas e piroxênios. Quando esse magma, extravasava para a superfície, fendas ou vulcões solidificavam-se em rochas basálticas. Os granitos são os grandes blocos pétreos dos continentes que flutuam sobre um magma ferrossilicomagnesiano líquido. No fundo das bacias oceânicas não há granito, mas esse magma solidificado. As massas dos granitos continentais, continuamente em movimento, deslocam-se, racham-se, fendem-se, e pelas fendas, emerge o magma escuro e pastoso que, em contato com a baixa temperatura externa, solidifica-se em rochas. Sobre os granitos dos escudos continentais e sobre os basaltos de suas fendas ou vulcões, ambos são os resultados da solidificação de magmas originais, formou-se uma pequena porcentagem de rochas secundárias. São as rochas sedimentares e metamórficas. Com os detritos das rochas magmáticas – areia, cascalho removido pela água, formaram-se depósitos que seguiam as linhas de ação da água: as praias e os rios. Os depósitos secos e comprimidos por seu próprio peso, produziram as rochas sedimentares.
A água evapora-se do Oceano, nas zonas quentes e temperadas, condensa-se como gelo nos pólos. Se o gelo fosse mais pesado que a água, as bordas das calotas polares não flutuariam sobre o mar, tornando-se cada vez mais finas e quebradiças, até romper-se nos icebergs que se separam para derreter-se e devolver água ao mar. A água emanada como os outros gases atmosféricos da crosta mantinha-se na atmosfera sob forma de vapor, envolvendo o mundo numa pesada capa de nuvem. "e Deus chamou à porção seca de terra, e ao ajuntamento das águas chamou mares" (Gênesis, Cap. I : X).
O astro das noites, a lua, por virtude do espetáculo sempre renovado das diversas fases que apresenta, partilhou sempre com o sol a atenção dos habitantes da terra. os primeiros povos voltaram culto particular a ela. Os egípcios chamavam a lua de Ísis, os fenícios, Astartéia e os gregos adoraram-na sob o nome de Febe, como filha de Júpiter e de Latônia, e explicavam os eclipses por visitas misteriosas de Diana ao belo Endimião.
Diz-nos a lenda mitológica que o leão de Menéia, antes de aparecer na terra, percorrera as campinas da lua. O poeta Agenianaxe, citado por Plutarco, celebrou em verso os dois olhos, o encantador nariz e a boca amável que figuram as partes luminosas da adorável Selene. Simplício afirmou que a lua era imóvel ligada a uma abóbada de cristal. Tatio a considerou como fragmento destacado do disco solar. Clearco discípulo de Aristóteles, fazia dela um espelho polido, em que se refletia a imagem do oceano. Tales de Mileto, em 460 a.C, opinou que a lua era iluminada pelo sol. Aristarco de Samos explicou suas fases. Cleômenes ensinou que o brilho do disco lunar vinha de luz reflexa. Berósio, o caldaico, descobriu que o tempo de rotação da lua, era igual ao da sua revolução e explicou por esta forma o fato de ser a lua vista da terra sempre pela mesma face. Hiparco, 200 anos antes da era cristã, reconheceu a existência de desigualdade nos movimentos aparentes da lua. Ptolomeu no século II, e o árabe Abul Uefa, no século X, completaram as indicações feitas por Hiparco, acerca das desigualdades que aparenta o movimento da lua na linha ondulada, que tem sua órbita sob a ação do sol. Copérnico no século XV e Tycho Brahe no século XVI, explicaram o sistema do mundo e o papel que desempenha a lua junto à outros corpos celestes. Galileu explicou os fenômenos luminosos que aconteciam em algumas fases pela existência de montanhas lunares, a que atribuiu media de nove mil metros. Depois de Galileu, Havélia, astrônomo de Danzigue, avaliou as mais elevadas destas alturas em cinco mil metros e Ricioli, seu confrade, elevou-as a treze mil metros.
Sobre a terra, os acadêmicos clássicos já haviam estabelecido a sua esfericidade. A cosmologia de Aristóteles, partia do pressuposto de que o planeta era esférico, e Eratóstenes realmente mediu a circunferência da terra no século III a.C.
Durante a escuridão eclesiástica que perdurou por mil anos, acreditou-se que a terra devia ser plana, como o chão de uma tenda, sustentada pela cobertura do céu, então o renascimento redescobriu as noções clássicas de esfericidade, mas a obtenção de provas, exigiu a coragem de Colombo e Magalhães que deveriam Ter caído pelas bordas da terra.
Lactâncio em seu "antipodus" escreveu: "quorum vestigia sint superiora quam capita, pluvias et nives, et grandinem sursum versus cadere in terram?" (poderá existir alguém tão inepto para acreditar que os homens que vivem nesses extremos andam de ponta cabeça, que as árvores crescem de cabeça para baixo e que a chuva, o granizo e a neve caem para cima em vez de para baixo?).
Se pararmos para pensar no planeta terra, olhando sua posição no espaço, veremos que ele flutua, bem como todos os planetas que vem antes e depois do nosso. É preciso admitir que todas essas leis físicas são regidas por uma força incompreensível e muito superior a tudo que conhecemos.
Escreveu o filósofo romano Marco Aurélio: "como é poderoso o homem, pode fazer tudo que Deus quer que ele faça. Pode aceitar tudo que Deus manda sobre ele". Era preciso para o homem acreditar em algo maior que ele, era preciso para o homem abandonar as primitivas crenças falsas politeístas e se apegar em algo maior; aquilo que Santo Agostinho explicaria na idade média como "causa primeira de todas as coisas". Era preciso acreditar em algo maior que regesse todas as coisas ao seu redor. O universo continua sendo um mistério por que tem que ser assim, é a condição do ser humano não compreender tanta grandeza e infinitude.

”Veio sobre mim a mão do senhor, e ele me fez sair no espírito do senhor, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos. E me fez passar em volta deles, e eis que eram muito numerosos sobre a face do vale, e eis que estavam sequíssimos. E me disse: “filho do homem, porventura viverão estes ossos”? E eu disse: “senhor Deus, tu o sabes”. Então me disse: “profetiza sobre todos estes ossos, e dize-lhes: ossos secos, ouvi a palavra do senhor, assim diz o senhor Deus a estes ossos: eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis, e porei nervos sobre vós e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que eu sou o senhor”.
 Livro do profeta Ezequiel XXXVII.

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