sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

UM ARGUMENTO DIVINO

UM ARGUMENTO DIVINO

"Porquê nele vivemos, e nos movemos, e existimos". (Atos 17.28). 
 
 "A maravilhosa disposição e harmonia do universo, só pode ter tido origem segundo o plano de um ser que tudo sabe e tudo pode. isso fica sendo a minha última e mais elevada descoberta". (Isaac Newton).
 
Segundo um provérbio árabe, uma pergunta inteligente vale mais do que a própria resposta. Nesse caso, a pergunta inteligente é: porque o universo existe? Qual a origem do universo? Porque tudo isso existe ao invés de nada? E, que boa evidência existe para pensar que Deus não existe? Toda a matéria, energia, espaço e tempo, foram criados no big bang (explosão de um átomo primordial). Fred Hoyle escreveu: “a teoria do big bang requer a criação do universo a partir do nada”. Não devemos acreditar que o universo veio do nada e existe para nada, que não haja nenhum propósito em toda essa voluptuosidade e complexidade que é o universo. Deve ter havido uma causa que trouxe o universo à existência. Tudo o que começa a existir tem uma causa. O universo começou a existir; portanto, o universo tem uma causa. Essa causa deve ser um ser não causado, imutável, atemporal e imaterial, de um poder inimaginável, criador de todo o tempo e espaço.

 Todo o espaço sideral é de uma grandiosidade e sintonia finíssima. O físico Stephen Hawking estimou que, se a taxa de expansão do universo, fosse menor em apenas uma parte de cem mil milhões de milhões, o universo se colapsaria em uma bola de fogo. Brendan Carter calculou que as chances contra as condições iniciais serem adequadas para a posterior formação de estrelas, sem as quais os planetas não poderiam existir, é de um, seguido por mil bilhões de bilhões de zeros. P. C. W. Davies estimou que uma mudança na força da gravidade ou na força fraca em apenas uma parte de 10 da centésima potência, teria impedido a formação de um universo com vida.

Através da lei matemática podemos provar sem erro que nosso universo foi projetado e foi executado por uma grande inteligência da engenharia. A Terra gira em seu eixo 1000 milhas por hora no Equador; se ela girasse 100 milhas por hora, nossos dias e noites seriam dez vezes mais longos e o Sol provavelmente queimaria nossa vegetação de dia enquanto a noite longa gelaria qualquer broto que sobrevivesse. Novamente o Sol, fonte de nossa vida, tem uma temperatura de superfície de 10.000 graus Farenheit, e nossa Terra está distante bastante para que esta “vida eterna” nos esquente só o suficiente! Se o Sol desse somente metade de sua radiação atual, nós congelaríamos, e se desse muito mais, nos assaria. A inclinação da Terra a um ângulo de 23 graus nos dá nossas estações; se a Terra não tivesse sido inclinada assim, vapores do oceano moveriam-se norte e sul, transformando-nos em continentes de gelo. Se nossa lua fosse, digamos, só 50.000 milhas mais longe do que hoje é, nossas marés poderiam ser tão enormes que duas vezes por dia os continentes seriam submergidos; até mesmo as mais altas montanhas se encobririam. Se a crosta da Terra fosse só dez pés mais espessa, não haveria oxigênio para a vida. Se o oceano fosse só dez pés mais fundo, o gás carbônico e o oxigênio seriam absorvidos e a vida vegetal não poderia existir.

É perante estes e outros exemplos, que não há uma chance em um bilhão, que a vida em nosso planeta seja um mero acidente. É cientificamente comprovado, o que o salmista Davi nos diz: “Os céus declaram a Glória de Deus e o firmamento, as obras de Suas mãos.” (Salmos: 19:1). Essas máximas precisaram ser finamente sintonizadas para que a vida viesse a existir. Todas essas máximas não são meras coincidências do acaso ou improbabilidades que se unem a outras improbabilidades e então cria-se um universo. O físico e astrônomo inglês Paul Davies bem definiu tanta complexidade: “o universo físico é formado com uma engenhosidade tão espantosa, que eu não posso aceitar isso meramente como um fato bruto”.

 À medida que vamos crescendo na graça, devemos nos empenhar em obter um conhecimento sempre mais perfeito de Deus, pois é impossível conhecer a Deus através de argumentos baseados em princípios inferiores ao próprio Deus, pois, Deus não tem causa, ele próprio é a razão e a causa de todas as outras coisas. Nascido em Estagira, Grécia, em 384 a. C., o filósofo grego Aristóteles afirmou que Deus é o motor que move o mundo. Disse ele que tudo o que está em movimento é movido por outra coisa. Tomemos o sol como exemplo; ele está em movimento, portanto, outra coisa o movimenta isso que o movimenta move todas as coisas e não é movido por nada, logo, DEUS. Aristóteles afirmou a existência de um Deus distinto do mundo, um Deus vivo onipotente, causa primeira. Um ser que move a tudo e não é movido por nada fora de si mesmo. Clemente de Alexandria (150-217 d. C.), nascido em Atenas, era filho de pais gentios, afirmou: “é impossível qualquer conhecimento sem a fé”. Para Orígenes, filho de Leônidas, nascido em 185 e reconhecido como um dos mártires da igreja primitiva era impossível existirem vários deuses, pois a harmonia do universo é a grande prova de que somente um arquiteto todo poderoso poderia cria-la e mantê-la e o filósofo francês Blaise Pascal escreveu por volta do século 17, durante a renascença européia: “o desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus e para Deus, e Deus não cessa de atrair o homem para si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar”.

As Sagradas Escrituras nos dão verdades máximas concernentes à criação. O livro de Hebreus que segundo Martinho Lutero foi escrito por Apolo e que segundo Tertuliano foi escrito por Barnabé, elucida no capítulo 1 verso 3: “o qual sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder”; e o livro de Romanos escrito por Paulo na primavera do ano 57 d. C, exorde: “porque as suas coisas invisíveis desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que elas fiquem inescusáveis” (Romanos 1:20). A fina sintonia das condições iniciais do universo é devida ao seu design criado por alguém superior a qualquer inteligência.

As sagradas escrituras justificam e testificam as palavras de Deus; e as coisas hão de acontecer até que tudo se cumpra. O livro de Gênesis é atribuído a Moisés, datando de 1440 a. C. Os livros de Êxodo 17:14, 24:4 e Deuteronômio 31:24, descrevem Moisés como alguém que escreveu extensivamente. Atos 7:22, conta que “Moisés foi instruído em toda a ciência egípcia”. A data tradicional do Êxodo do Egito se dá no décimo quinto século antes de cristo. I Reis 6:1, afirma que Salomão começou a construir o templo “no ano 480, depois de saírem os filhos de Israel do Egito”. Entende-se que Salomão tenha iniciado a construção em 960 a. C., datando assim o Êxodo de 1440 a. C; desta forma, Moisés redigiu o Êxodo após 1440 a. C; durante os quarenta anos no deserto.

Gênesis inicia com a formação do sistema solar, os preparativos da terra para habitá-la; a criação da vida e os atos da criação. Os dez capítulos seguintes, explicam a sexualidade humana, o matrimônio, o pecado, as doenças, as dores do parto, a morte, a ira de Deus, a inimizade do ser humano contra si próprio e a dispersão das raças e línguas sobre a terra. O capítulo 12 relata o chamado de Abraão e a inauguração do concerto de Deus com ele, que fora renovado com Isaque e Jacó. Trata-se de uma lição na eleição divina, como Paulo escreveu em romanos 9:7: “nem por serem descendência de Abraão são todos filhos, mas: em Isaque será chamada a tua descendência”. A árvore da vida perdida em Gênesis é restaurada em apocalipse 22:3: “e ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do cordeiro, e os seus servos o servirão”.

 Moisés cujo nome significa “tirado das aguas”, foi o profeta hebreu que liderou os israelitas na saída do Egito. O livro de Êxodo foi provavelmente escrito por ele por volta de 1400 a. C. A tradição conservadora data a morte de Moisés em torno de 1400 a. C; desta forma, é provável que o livro de Êxodo, tenha sido compilado nos 40 anos anteriores, durante a caminhada pelo deserto. Êxodo é a continuação do relato de Gênesis, mostrando o desenvolvimento de um pequeno grupo familiar, numa nação de milhões que era o Egito, onde foram escravizados por mais de 430 anos. O Êxodo registra a libertação de Israel de seu cativeiro; a sua caminhada do Egito até o monte Sinai para receber a lei de Deus e as instruções divinas a respeito da edificação do tabernáculo. O livro termina com a construção do tabernáculo, como um lugar na busca por Deus. O Êxodo é dividido em três partes: a libertação miraculosa de Israel (cap. 6); a jornada miraculosa até o Sinai; e as revelações milagrosas junto ao Sinai.  As passagens “Eu sou”, no evangelho de João, encontram a sua origem primeira no livro de Êxodo. João afirma que Jesus é o pão da vida. Moisés fala de duas maneiras sobre o pão de Deus: o maná (16.35); e os pães das proposições (25.30). João nos conta que Jesus é a luz do mundo. No tabernáculo, o candelabro serve como fonte de luz permanente (25.31-40).

 O Levítico também é escrito por Moisés, por volta do ano de 1445 a. C. em 1.1, o texto se refere à palavra do senhor, que foi proferida a Moisés do tabernáculo da Assembleia. Isso forma a base de todo esse livro e os sacerdotes e levitas, preservaram seu conteúdo. A teologia do livro de Levítico liga a ideia de santidade à vida cotidiana, indo além do assunto de sacrifício. O ensinamento de Jesus – “portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas”. (Mateus 7.12). Isso reflete o texto de Levítico 19.18: “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Em hebraico, Levítico, levou o nome de “Vayikira”, que significa “e ele chamou”. O título em hebraico é tirado da primeira palavra do livro, que era uma forma costumeira de dar nome às obras antigas. O título “Levítico” é derivado da versão grega da obra, e significa “assuntos pertencentes aos levitas". A palavra “santo” aparece mais de 80 vezes no livro. A santidade, do hebraico “kedushah”, é uma palavra chave em Levítico, pois, descreve a santidade da presença divina. Os holocaustos, em hebraico “olah”, é o único sacrifício consumido no altar, e portanto, algumas vezes é chamado de oferta queimada. As ofertas de manjares em hebraico “ninchah”, são feitas a fim de garantir ou manter o favor divino, indicando que os frutos do trabalho de uma pessoa devem ser dedicados à Deus. Os sacrifícios de paz e graça, em hebraico “shelamim”, são designados para fornecer expiação, e permite que a pessoa que fez o sacrifício coma dele. O sacrifício pelo sacrilégio em hebraico “asham” é uma oferta de compensação. Os erros profanam a santidade de Deus, e é exigida uma oferta; o sacrifício pelos erros em hebraico “chattat”, é empregado para tirar a impureza do santuário.

 O livro de Números é escrito por Moisés em 1400, a. C. Números 33.2, faz uma referência específica a Moisés, registrando pontos sobre a viagem no deserto. O título em português “Números”, é tirado de seu título “arithmoi”, da tradução grega do antigo testamento (septuaginta), seguido de “numeri” (da vulgata). No texto hebraico, o nome do livro é “no deserto”; tirado da linha de abertura: “falou mais o senhor à Moisés no deserto do Sinai”. Moisés, cujo nascimento é contado em Êxodo 2, e cuja morte é narrada em Deuteronômio 34, é a figura que une a história do Êxodo, até Deuteronômio. Números, começa com Israel ainda no Sinai. A entrada dos israelitas no deserto do Sinai, é registrada em Êxodo 19.1. Israel deixa o Sinai, em Números 10.11. Números tem duas divisões principais: as instruções enquanto estão no Sinai (1 ao 10); e a viagem no deserto, que cobre o itinerário do Sinai, até as planícies de Moabe, através do Jordão da terra prometida (cap.10 ao 36).

 Deuteronômio identifica o conteúdo do livro com Moisés: “estas são as palavras que Moisés falou a todo Israel”. (1.1). “Moisés escreveu esta lei e a deu aos sacerdotes”. (31.9). O nome de Moisés aparece quase 40 vezes no livro. Tanto a tradição judaica quanto a samaritana identifica Moisés como autor de Deuteronômio; assim como: Cristo, Pedro e Estevão, que também o reconheceram como o autor. (Mateus 19.7-9; Marcos 10.3-4 e Atos 3.22). Moisés e os israelitas iniciaram o êxodo do Egito em 1440 a. C; chegaram às planícies de Moabe, onde provavelmente Deuteronômio foi escrito, em cerca de 1400 a. C. “no mês undécimo, no primeiro dia do mês, no ano 40º de sua peregrinação pelo deserto" (1.3). Isso foi um pouco antes da morte de Moisés, e do início da liderança de Josué.

 Moisés tinha 120 anos; havia libertado os israelitas da escravidão e tinha a terra prometida à sua frente. Por desobediência de Israel não querer entrar na terra de Canãa, os israelitas perambularam sem destino, no deserto, por 38 anos. Achavam-se agora, acampados na fronteira oriental de Canãa, no vale de Bete-Peor, nas montanhas de Moabe, de vista para Jericó e planície do Jordão. Deuteronômio é uma série de recomendações de Moisés aos israelitas. Como é sabido, Moisés é proibido por Deus de entrar na terra prometida. Deuteronômio é a proclamação de uma segunda chance para Israel. Moisés os recorda 34 vezes, de que essa é a terra que Deus lhes está dando.

 O livro de Josué cobre cerca de 20 anos da história de Israel, sob a sua liderança. A data aceita da morte de Josué é 1375 a. C; portanto, o livro engloba a história de Israel entre 1400 e 1375 a. C. O livro começa nas vésperas da entrada de Israel em Canãa. Esta se dividia em várias cidades-estados, cada uma com seu governo autocrático e hostis umas às outras. As pessoas eram depravadas e brutais. A religião Cananéia, enfatizava o sexo, a adoração de deuses e o sacrifício de crianças. Em contrapartida, o povo de Israel estava sem pátria, havia 400 anos (Gênesis 15.13), mas, continuavam fiéis ao único Deus verdadeiro.

 O autor de Juízes é desconhecido. O talmude atribui o livro de Juízes ao profeta Samuel. Este pode ter escrito parte do livro, já que, I Samuel 10.25 afirma que ele era um escritor. Ele cobre o período entre a morte de Josué e a instituição da monarquia. Foi escrito durante a monarquia que se seguiu à coroação de Saul, à partir de 1380 a 1050 a. C; sob Josué, Israel conquistou e ocupou Canãa. Ao servirem a deuses estranhos, o povo de Israel quebrava a sua aliança com o senhor, mas, por misericórdia, cada vez que o povo clamava a Deus, ele levantava um juiz, a fim de prover a libertação. Estes juízes que o senhor escolhia e ungia com o seu espírito, eram militares e civis. O espírito santo de Deus veio sobre Otniel (3.10) Gideão (6.34) e Jefté (11.29).

Os episódios relatados no livro de Rute se passam no período de Juízes, ocorridos entre 1150 e 1100 a. C. A tradição rabínica assegura que Samuel escreveu o livro na segunda metade do século 11; apesar do pensamento critico mais recente, sugerir uma data pós-exílica mais tardia (500 a. C). As ações de Boaz efetuam a participação de Rute nas bênçãos de Israel e a incluem na linhagem familiar do Messias; como se lê em Efésios 2.19.

 Por referência à cidade de Ziclague, que “pertence aos reis de Judá, até os dias de hoje”. (27.6), sabemos que I Samuel foi escrito depois da divisão da nação em 931 a. C; também não há menção à queda de Samaria em 722 a. C; por isso deve ser datado antes deste evento. O livro cobre um período de 140 anos, começando com o nascimento de Samuel em 1150 a. C, e termina com a morte de Saul em 1010 a. C. Israel havia se degenerado moralmente e politicamente havia estado sob investidas violentas dos filisteus. O templo de Siló foi profanado e o sacerdócio se mostrou corrupto. Em meio a esse caos político, surge Samuel, o milagroso filho de Ana. Saul, homem vistoso e carismático é escolhido como primeiro rei. Seu ego era tão grande, quanto sua estatura. Após desprezar os mandamentos de Deus, foi rejeitado por ele; depois, tornou-se uma figura trágica, consumida pelo ciúme e pela loucura. Passou seus últimos anos perseguindo Davi, através das montanhas e desertos de seu reino. Davi encontrou em Jônatas, filho de Saul, um aliado. Foi ele quem advertiu Davi, sobre os planos de seu pai para matá-lo. Quando Jônatas e Saul são mortos em batalha, o caminho fica livre para Davi reinar.

 II Samuel trata da subida de Davi ao trono e dos 40 anos do seu reinado. Começa com a morte de Saul e Jônatas, na batalha do monte Gilboa. Davi é então, ungido rei de Judá, sua tribo. Há um jogo de poder pela casa de Saul entre Isbosete, filho de Saul, e Abner, comandante-chefe dos exércitos de Saul. “e houve uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; porém, Davi se fortalecia; mas, os da casa de Saul, se enfraqueciam”. (3.1). Davi unifica a vida religiosa e a vida politica da nação, ao trazer a arca do testemunho da casa de Abinadabe, onde havia estado desde que fora recuperada dos filisteus. (capítulos 6 e 7). Absalão, filho de Davi, depois de se separar de seu pai, se rebela contra ele, e Davi foge de Jerusalém. A rebelião termina quando Absalão pendurado numa árvore pelos cabelos, é morto por Joabe. Um rebelde chamado Sebá, instiga Israel a abandonar Davi. Embora Davi tenha tomado decisões erradas, consegue mais uma vez sufocar a rebelião, e se estabelecer em Jerusalém. O livro termina com a lista dos valentes de Davi e com o pecado de Davi em fazer o censo dos homens de guerra de Israel. Davi se arrepende, compra a eira de Araúna e apresenta oferendas ao senhor no altar.

 O primeiro livro de Reis, foi talvez escrito por Jeremias, entre 560 e 538 a. C; deve ter sido compilado depois da tomada de Judá pelos babilônios em 586 a. C. Alguns tem indicado Esdras como compilador; enquanto outros apontam para Isaías. Alguns estudiosos dizem que o autor de I e II Reis, era um profeta desconhecido ou um judeu cativo da babilônia em 550 a. C; pelo fato de o historiador Flavio Josefo atribuir “Reis” aos profetas. A antiga tradição do talmude declara que Jeremias tenha escrito o livro de Reis. Jeremias pregou em Jerusalém, antes e depois de sua queda; e o versículo de II Reis 25.1 aparece em Jeremias 39.1. Os acontecimentos descritos em I Reis abrangem um período de 120 anos. Recorda as turbulentas experiências do povo de Deus desde a morte de Davi, em 971 a. C, até ao reinado de Josafá, o quarto rei do reino de Judá; e o reinado de Acazias, o nono rei do reino de Israel, em 853 a. C; este período é caracterizado por grandes lutas internas e pressão externa.

 Os livros de I e II Reis, tentam registrar 400 anos em 47 capítulos. Nos dois livros, Deus é apresentado como o senhor da história. Originalmente I e II Reis, eram um só livro que continuavam a narrativa de I e II Samuel. O título “Reis”, deriva da tradução latina de São Jerônimo, a vulgata; por causa da ênfase desses livros nos reis que governaram durante este período. I Reis 18.12, contém a única referência direta ao Espírito Santo, onde se lê: “Espírito do senhor”.

 O livro de I Crônicas cobre um período que vai de Adão até a morte de Davi em 971 a. C. É provável que a forma final de I e II Crônicas, tenha surgido no século 5 a .C. O último evento registrado nos versículos finais de II Crônicas, é o decreto de Ciro, rei da Pérsia; que permitiu aos judeus voltarem para Judá. Anani é da 8ª geração do rei Jeoaquim (I crônicas 3.24). Jeoaquim foi deportado para a babilônia em 597 a. C. O nascimento de Anani pode ter ocorrido entre 425 e 400 a. C. Assim, a data para I e II crônicas, pode ser situada entre 425 e 400 a. C. originalmente, I e II Crônicas, eram um só livro. A antiga tradição do talmude, afirma que Esdras escreveu o livro. Além disso, os versículos finais de II crônicas 36.22-23 repetem-se como os versículos iniciais de Esdras. Antigamente o livro se chamava “acontecimento dos dias”. O nome Crônicas foi dado por São Jerônimo durante a era medieval.

O livro é dividido em quatro partes: I Crônicas é composto por genealogias (1 ao 9), e descreve em linhas gerais o reinado de Davi (10 ao 29). II Crônicas relata o reinado de Salomão (1 ao 9) e descreve os reinados dos 20 governantes de Judá (10 ao 36). A segunda parte de I Crônicas (10 ao 29) registra as realizações de Davi. O capítulo 10 resume o reinado e a morte de Saul. Nos capítulos 11 e 12, Davi se torna rei e conquista Jerusalém. O transporte da arca se lê nos capítulos 13 ao 17; suas proezas militares: 18 ao 20; a construção do templo: 21 ao 27. Os dois últimos capítulos aludem sobre a morte de Davi.

 O livro de II Crônicas cobre o período que vai do começo do reinado de Salomão em 971 a. C, ao final do exílio, em 538, a. C. Nessa época, o mundo antigo estava sob o controle do império Persa. Tudo o que restou dos reinados de Davi e Salomão, foi a província de Judá. Os persas substituíram o rei por um governador provincial. Os primeiros nove capítulos descrevem o governo de Salomão. A narrativa, porém, termina abruptamente e não faz menção às fraquezas de Salomão, conforme se lê em I Reis 11.

O livro de Esdras, cujo nome significa “o Senhor tem ajudado”, deriva seu título do personagem principal dos capítulos 7 ao 10. Os eventos de Esdras cobrem um período de 80 anos e seguem dois segmentos: o primeiro dos capítulos 1 ao 6, cobrem um período de 23 anos e tem como tema o primeiro grupo que retorna do exilio sob Zorobabel e a reconstrução do templo. Após 60 anos de cativeiro, Deus desperta o coração de Ciro que permite aos judeus retornarem para Jerusalém a fim de reconstruir o templo e a cidade. O grupo parte em 538 a. C, sob a liderança de Zorobabel. A construção do templo é iniciada, mas, os opositores judeus desencorajavam o povo e a obra é interrompida. Deus então levanta os profetas Ageu e Zacarias, que chamam o povo para completar a obra. Menos esplêndido que o templo de Salomão, o novo templo é completado em 515 a. C. Em 485 a. C, outro grupo de exilados volta para Jerusalém, liderados por Esdras (cap. 7 ao 10), são enviados pelo rei persa, Artaxerxes, com somas em dinheiro para intensificar o culto no templo. Esdras vive até a época de Neemias. A fidelidade de Deus é provada em Jeremias 25.12, onde se lê que o cativeiro babilônico teria duração limitada. A frase “a mão do Senhor”, aparece seis vezes no livro.

 Nas escrituras, o livro de Neemias, formava uma unidade com Esdras. São Jerônimo, que traduziu a bíblia para o latim, honrou Neemias ao dar seu nome ao livro, em que aparece como personagem principal. Neemias que significa “Jeová consola”, serviu duas vezes como governador da Judéia; deixa a Pérsia, para realizar sua primeira missão no vigésimo ano de Artaxerxes, primeiro rei da Pérsia, que reinou de 465 a 424 a. C. (2.1). Retorna à Pérsia no 32º ano de reinado de Artaxerxes. (13.6). O período histórico coberto pelos livros de Esdras e Neemias é de 110 anos. O período de reconstrução do templo sob Zorobabel, inspirado pela pregação de Zacarias e Ageu foi de 21 anos. 60 anos mais tarde, Esdras causa um despertar religioso, adequando o ensino no templo. 13 anos depois, Neemias vem para construir os muros. Talvez Malaquias profetize nessa época. Neemias expressa o lado diário da nossa fé em Deus. Esdras conduz o povo para uma renovação espiritual.

 A primeira parte do livro de Neemias, escrito por volta de 423 a. C, fala sobre a construção do muro, que era necessário para que Judá e Benjamim continuassem a existir como nação. Durante a construção, venceram a zombaria (2.19-20); a conspiração (3.9); e as ameaças de agressão (4.17). A segunda parte do livro (cap. 8 ao 10) é dirigida ao povo que vivia dentro dos muros. A aliança foi renovada. Na última sessão 11 ao 13, o povo é restaurado à obediência da palavra de Deus. Como governador durante esse período, Neemias usou a influência de seu cargo para apoiar a Esdras e exercer uma liderança espiritual.

Antigamente as civilizações clássicas viviam num verdadeiro caos religioso, sem saberem da existência de um único Deus poderoso e verdadeiro. Os antigos atribuíam tudo a um deus: as chuvas, os raios, os ventos, a fúria do mar e etc. Cada manifestação da natureza era devido à ira de algum “deus descontente com algo”. Entre os gregos, por exemplo, o sol era explicado através de Apolo “o deus da luz”, que percorria os céus todos os dias de leste a oeste num carro flamejante puxado por quatro corcéis para levar luz e calor aos homens, demonstrando total falta de entendimento e compreensão religiosa.

A humanidade viveu nessa ignorância por toda a antiguidade, até Cristo ser enviado ao mundo e fazer o último sacrifício por todos nós. Ele sentiu fome, sede, cansaço, foi tentado, mas, resistiu a tudo por nós. Revelou Deus aos homens e se provou verdadeiro e real desde a antiguidade: “antes que Abraão existisse, Eu Sou”. (João 8.58). Hoje, através de Cristo, temos livre acesso ao único Deus criador de todas as coisas. Este Deus é quem nos justifica e através de Cristo, somos remidos, renovados e salvos. É como se lê no livro de João 3.15-18: “para que todo aquele que nele crê não pereça, mas, tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas, tenha a vida eterna. Por que Deus enviou o seu filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas, para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas, quem não crê já está condenado, porquanto, não crê no nome do unigênito filho de Deus”.

Cristo te aceita do jeito que você é; se achegue a ele, e ele te aliviará.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

ARMAS DOS TEMPOS BÍBLICOS


ARMAS DOS TEMPOS BÍBLICOS
A
s armas dos tempos bíblicos eram basicamente o elmo, o arco e a flecha; o arpão, a lança, a funda, o escudo, a adaga, a couraça, o machado de duas faces, carros ferrados e ainda armas pesadas como a catapulta, empregada para destroçar muros e portas que rodeavam as cidades muradas daqueles tempos.
Até ao início do período do governo dos reis de Israel, a variedade de armas de defesa usadas pelos israelitas não parece ter sido avultada.
Até aos dias do profeta Samuel, o povo confiava mais na intervenção divina em seu favor nas guerras, do que nas próprias armas. Por várias vezes o senhor destroçou exércitos inteiros que combatiam contra Israel, usando uma espécie de arma ofensiva desconhecida pelos inimigos, era a chamada “saraiva”, eram pedras de gelo que caíam do céu sobre os inimigos como aconteceu em Gibeão (Josué 10:11).
Já naqueles dias, os israelitas possuíam espadas e lanças, que eram armas ofensivas, mas as armas sobrenaturais e divinas eram para eles as mais eficientes. Entretanto, logo que Israel se organizou como nação, dirigida por um rei, a história então começou a registrar armas defensivas em larga escala. Uma das armas indispensáveis era o escudo. No livro de crônicas, o livro da história dos reis, lê-se: “dos filhos de Judá que traziam um escudo e lança. Seis mil e oitocentos armados para a peleja”. (I crônicas 12:24). Mais adiante lê-se: “e de Naftalí, mil capitães, e com eles trinta e sete mil com rodelas (escudo) e lança”. (I crônicas 12:34). Os escudos daquela época eram de diversos tamanhos. Podiam ser grandes, pequenos, redondos, ovais e oblongos. Podiam ser de couro grosso, de madeira revestida de couro, revestidos de metal ou inteiramente de metal.
 
 
 
 
 
 
 
 
Outra arma utilizada naqueles tempos era o elmo. O elmo era um capacete e pertencia à classe de armas defensivas. Todos os elementos usados pelos guerreiros para atacarem ou para se defenderem, eram considerados como armas.
 
 
 
 
 
Outra arma ou armadura defensiva, era a couraça. Era uma peça que cobria o peito, as costas e os ombros. A couraça podia ser fabricada de couro, de bronze, de ferro e até mesmo de ouro. O gigante Golias, na ocasião em que se defrontou com Davi, vestia uma couraça com articulações, para facilitar-lhe os movimentos dos braços. “e trazia Golias na cabeça um capacete de bronze, e vestia uma couraça de escamas, e era o peso da couraça de cinco mil siclos de bronze” (I Samuel 17:5). O capítulo que descreve a armadura de Golias menciona também um elemento de defesa chamado grevas. Grevas era uma espécie de botas de cobre para proteger as pernas dos joelhos para baixo. “Golias trazia grevas de bronze por cima de seus pés”. (I Samuel 17:6).
A espada nos dias antigos desempenhou relevante papel nas guerras em que o povo de Deus teve que participar. Nos dias de Gideão, quando o senhor despertou o filho de Joás para libertar o povo de Israel do jugo dos Midianitas, a espada foi elemento decisivo. Os trezentos de Gideão não possuíam espadas, eles tinham somente cântaros com tochas e buzinas. Na hora convencionada para quebrarem os cântaros a fim de aparecerem as tochas acesas, eles reclamaram: “espada do senhor e de Gideão”. (juízes 7:22). O que aconteceu nesse momento em que a espada do senhor entrou em ação foi a derrota total dos Midianitas. “e o senhor tornou a espada de um contra o outro”. (Juízes 7:22).
 
O apóstolo Pedro, ardoroso defensor de Cristo, certo dia, ao ver o mestre cercado por aqueles que o foram prender no Getsêmane não se conteve e pegou sua espada. Eis como João descreveu o fato: “então Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita”. (João 18:10).
Naqueles tempos, as espadas tinham pontas bem cortantes. Suas bordas finas eram tão afiadas que podiam servir como instrumento de corte. A espada golpeante, tinha somente uma borda afiada, com a parte mais larga da lâmina não no centro, mas ao longo de sua borda cega. Essa espada era quase sempre curva, dando-lhe muitas vezes a aparência de uma foice, mas com a borda externa, convexa afiada como a lâmina cortante. O amplo uso das espadas de lâmina longa naqueles tempos, explicam a frase repetidamente usada na Bíblia para descrever as conquistas de Josué sobre os Cananitas: “Josué os atingiu com a borda da espada”. (Josué 8:24; 10:28-39). Essa expressão seria imprópria para a ação de uma espada curta, reta e estreita usada como uma arma contundente. Um excelente exemplar de espada curva foi encontrado em Gezer na Palestina, no túmulo de um nobre, datando da primeira metade do século XIV A.C. O mesmo tipo de lâmina foi também retratado numa antiga escultura em marfim de Megido, pelos idos do século XIII A.C.
Nos tempos do rei Saul, os Filisteus usaram sua tecnologia para se estabelecerem como habitantes da cidade e como presença militar dominante na terra. Sua superioridade militar baseava-se em carruagens e numa infantaria equipada com armamentos pessoais de alta qualidade. Supervisionavam cuidadosamente a forjaria do metal bruto e impediam os israelitas de desenvolverem suas próprias forjarias como se lê em I Samuel 13:19-22: “e em toda a terra de Israel nem um ferreiro se achava, porque os filisteus tinham dito para que os hebreus não façam espada nem lança por isso todo Israel tinha que descer aos filisteus para amolar cada um a sua relha, e a sua enxada, e o seu machado, e o seu nacho. Tinham porem limas para os seus nachos e para as suas enxadas, e para as forquilhas de três dentes, e para os machados e para consertar as aguilhadas”. A alternância de poder dos filisteus para os israelitas não poderia ocorrer a menos que essa situação se modificasse.
A clava e o machado, desenvolvidos como alternativa para a espada antes que o metal bruto fosse forjado, eram destinados para luta manual. Consistiam basicamente de um punho de madeira comparativamente curto, uma de suas extremidades revestida de uma cabeça letal feita de pedra ou metal. As armas eram balançadas como um martelo para obter o efeito de um soco. A cabeça tinha que ser presa fortemente ao punho para prevenir que se soltasse ou quebrasse. O punho de ambos, tanto da clava quanto do machado, tinha que ser alargado, estreitando-se em direção à ponta, para prevenir que a arma escorregasse da mão do guerreiro quando manuseada. Essas armas eram carregadas na mão ou atadas à cintura através de um cinto. A clava era usada para surrar e esmagar enquanto que o machado era usado para perfurar e cortar.
 
Destinado a estabelecer uma barreira entre o corpo de um soldado e a arma de seu inimigo, o escudo era um dos mais antigos meios de proteção. No tempo dos juízes e dos primeiros reis israelitas, importantes guerreiros eram frequentemente protegidos por um escudo bem disforme. Era carregado num suporte especial que permanecia sempre do seu lado direito e desprotegido, funcionando como um guarda-corpo como se lê nos livros de  Juízes 9:54; I Samuel 14:1; 17:7; II Samuel 18:15. O lado direito de um combatente armado era desprotegido porque ele carregava suas armas na mão direita e o escudo na esquerda. O suporte do escudo, no entanto, tinha que ficar no seu lado mais vulnerável - o direito - para protegê-lo (I Samuel 17:41; Salmo 16:8). Naquele tempo era comum ungir o escudo como parte da consagração de um guerreiro israelita e suas armas de batalha: “vós, montes de Gilboa, nem orvalho, nem chuva caia sobre vós, nem haja campos de ofertas alçadas, pois aí desprezivelmente foi arrojado o escudo dos poderosos, o escudo de Saul, como se não fora ungido com óleo” (II Samuel 1:21).
 
Os primeiros arcos eram feitos de uma peça de madeira sazonal. Nenhum tipo de arco de madeira, entretanto, tinha a leveza, rigidez e elasticidade requerida. Pouco a pouco se pensou em combinar diversas madeiras naturais, partes de chifre e tendões de animais, e chegar-se à construção de um arco que conjugasse todas as demandas. A composição do arco resultante tornou-se uma arma de suprema importância. O arco de corda era feito de cipó, corda natural, couro curtido ou de intestinos de boi ou camelo. O arco era retesado com a mão como se lê em II Reis 13:16, usualmente curvado com o pé, o que requeria força considerável. (II Samuel 22:35; Jeremias 51:3).
 
 
 
 
 
 
 

Complementando o arco havia a funda, usada originalmente pelos pastores para afastar os animais que molestassem suas ovelhas como se lê em I Samuel 17:40: “e tomou o seu cajado na mão, e escolheu para si cinco seixos do ribeiro, e pô-los no alforje de pastor, que trazia, a saber no surrão, e lançou mão de sua funda; e foi se aproximando do filisteu”. A funda gradualmente assumiu importância como uma arma de guerra, sendo sua principal vantagem a simplicidade. Uma funda não só exigia pequena habilidade técnica para ser produzida, como as pedras usadas como projéteis estavam disponíveis no chão. Um fundista treinado podia atirar uma pedra a 183 metros de distância em qualquer terreno. A capacidade da funda para atirar em ângulo ascendente numa ladeira íngreme era particularmente importante num ataque a uma cidade cercada de fortificações. Sua principal desvantagem era que requeria treino intenso e experiência para conseguir habilidade no seu uso como se lê em Juízes 20:16.



O dardo e a lança eram armas empregadas em combates  de média-distância e eram similares em aparência, mas diferentes em comprimento e operação. O dardo, geralmente mais leve e menor que a lança, era usado para lançamento. Parecia um grande arco que era arremessado com a mão. A lança era similar, porém maior, mais pesada e empregada inicialmente como uma arma contundente (Números 25:7-8). Os monumentos militares mais antigos conhecidos mostram que a lança já estava bem desenvolvida.

 
A couraça pessoal protegia o corpo do combatente de ferimento enquanto usava suas mãos livremente para manejar suas armas. O modelo primitivo de couraça deu origem à longa armadura. Consistia de uma túnica comprida feita de couro ou alguma fibra resistente. Era relativamente simples de ser produzido, leve o suficiente para permitir total mobilidade e oferecia proteção para o peito, abdômen, costas, coxas e pernas. Equipado dessa forma, o soldado precisaria ter somente um pequeno escudo para proteger os braços e o rosto. Na era do Bronze foi desenvolvido o casaco de malha, que consistia em centenas de pequenas peças sobrepostas de metal unidas como escamas de peixe e costuradas na superfície de uma túnica de tecido ou couro. Antigos documentos afirmam que entre 400 e 600 grandes escamas e muitas centenas de escalas menores eram usadas na produção de uma única couraça. Escamas menores e fileiras mais estreitas eram usadas nas partes que requeriam mais flexibilidade, como a garganta e o pescoço. A peça resultante era relativamente flexível, permitindo liberdade de movimento, enquanto as escamas de metal rígido possibilitavam maior proteção pessoal do que o couro e a fibra

Considerando-se que a parte mais vulnerável de um soldado em combate era sua cabeça, havia desde o fim do quarto milênio A.C, certa preocupação com alguma forma de capacete protetor. Capacetes de bronze foram usados por Golias e por Saul (I Samuel 17:5, 38). Embora durante séculos fosse equipamento básico para a infantaria pesada de exércitos estrangeiros, o capacete não parecia ser uma proteção comum dos soldados do exército israelita durante o período da monarquia unida. Dentre as reformas militares introduzidas pelo Rei Uzias no séc. IX A.C. estava a provisão de capacetes para o exército do reino de Judá como se lê em II Crônicas 26:14: “E preparou Uzias, para todo o seu exército, escudos, lanças, capacetes, couraças e arcos, e até fundas para atirar pedras”.