terça-feira, 16 de outubro de 2012

ARTE MILITAR, A HISTÓRIA DAS ARMAS


ARTE MILITAR, A HISTÓRIA DAS ARMAS











 
Os primitivos hominídeos usavam como armas instrumentos líticos, que serviam como achas de mão e armas de arremesso. A primeira concepção de arma ofensiva foi a clava, que abatia o objetivo visado mediante a força bruta que lhe aplicava o braço do caçador ou guerreiro. No período paleolítico superior, aparece o propulsor que consistia num cabo de marfim ou chifre de veado, em cuja extremidade havia um gancho para arremessar dardos (que eram pequenas setas). Em tal armamento vê-se uma dupla evolução: a primeira para o arremesso (que se daria no arco e na funda), e a segunda para a arma de ponta (que não se choca, apenas penetra o corpo do perseguido, como a zagaia, a flecha e a lança).
            As primeiras armas foram inicialmente de madeira e pedra, depois de bronze, e por fim, de ferro. A partir do 4º milênio a.C, inicia-se no Egito, a idade dos metais; o cobre é usado para reforçar as pontas das flechas; entre o segundo e o primeiro milênio, surge o ferro, permitindo maior desenvolvimento das armas; entre 1200 e 1300 a.C, o uso das armas de ferro e do cavalo propiciou apreciáveis vantagens; nos anos de 1600 e 1200 a.C, o emprego do carro de combate ajudou no crescimento do Egito, usando-se simultaneamente como armas na Mesopotâmia o arco e o escudo.
            A clava evoluiu para a maça (um bastão pesado, delgado no punho e grosso na extremidade), da maça para a acha (que era um machado de um ou dois gumes); ganhando ponta, a clava estendeu-se e virou lança (um cilindro delgado de madeira com ponta aguda de metal), depois para a alabarda (que acrescentava laterais cortantes em forma de meia lua), no pique (todo feito em metal) e transformou-se em espada, desde a primitiva, pesadíssima, onde o guerreiro usava as duas mãos, a romana larga e curta, ao leve e afiadíssimo alfanje árabe e à cimitarra recurvada dos turcos. A funda foi a arma de Davi rei de Israel, que com ela derrotou o gigante Golias; os habitantes das ilhas baleares também usavam fundas, bem como os hutentotes em 1572.
            O período de 750 a 612 a.C, é marcado pelo apogeu dos assírios, que usavam armas de ferro, lanças, adagas, túnicas com escamas de ferro e aríetes com pontas de ferro; Arquimedes em 300 a.C, como chefe da artilharia de Siracusa, criou ondas mecânicas, espelhos côncavos, gruas, e catapultas com artifícios mecânicos. Em 260 a.C, os romanos começaram a usar a lança, a espada, o gládio e a catapulta de madeira. Do princípio do arco (utilização da força, da elasticidade), surgiu na idade média, a bésta, onde o material propulsor a madeira foi substituído pelo aço; Guilherme Tell por exemplo, a-usou.
            Primitivamente usou-se primeiro o escudo como defesa; em seguida vieram as couraças já conhecidas dos romanos; começaram como uma reduzida cota de couro ou malha de couro, e chegaram às armaduras do século XIV, que cobriam os guerreiros dos pés a cabeça; a paliçada era uma cerca com a qual se tentava evitar o ataque dos inimigos e das feras e em seguida vieram as fortificações, feitas em cidades antigas e castelos (Siegfried Maginot). O aríete era um pesado cilindro de madeira ou metal, terminado por um bloco pesado, era usado para derrubar muros, e foi a primeira arma de grande impacto já inventada; depois veio a catapulta, usada pela primeira vez em 355 a.C, por Felipe da Macedônia, também eram usadas torres móveis de madeira, com duas pequenas rodas, que conduziam os guerreiros para o topo dos muros inimigos.
            No século XI, os chineses já conheciam a pólvora, e com ela faziam fogos de artifício, dois séculos depois os árabes introduziram-na no ocidente, talvez com o primeiro canhão, ainda rudimentar, conhecido como “panelas de fogo”; os primeiros canhões eram grandes panelas de ferro, carregadas de pólvora e pedra, onde o fogo era introduzido por um orifício na base; em 1346, em Crécy, os canhões interviram no cerco de Calais; na mesma época o canhão manual de mais de cinquenta quilos surgia, ficava em um lugar definitivo por ser pesado, ou era transportado em um pequeno carrinho de duas rodas. Em torno de 1339, surgiria o trabuco, este possuía várias bocas que atiravam simultaneamente; a colubrina é do século XV, após os venezianos adotarem as primeiras armas de fogo, as balas da colubrina eram de ferro, de pedra, de latão e até de chumbo, ganhando leveza, a colubrina tornou-se arcabuz, pelo ano de 1600, no Japão e Oriente, era usado o arcabuz de mecha, este era constituído de um cano de ferro, montado sobre uma coronha que se apoiava no peito, fixada a uma platina, a serpentina era abaixada por meio de uma mola, para a caçoleta e o ouvido que continha pólvora, mas fazia muito barulho e não tinha precisão.
            Os arcabuzes tiveram grande importância na batalha de Lepanto em 1571, em que a Espanha destruiu as ambições turcas; antes os espanhóis usavam o mosquete, este possuía um calibre de 2,54 cm, e levava três minutos para ser recarregada, caíra então em desuso; a platina de rodízio, foi inspirada num desenho de Da Vinci, surgiria em Nuremberg, era constituída por uma roda acionada por uma mola, tirava chispas de uma pederneira, ateando a pólvora na caçoleta, complicada para tornar-se arma de guerra, a platina de rodízio, transformou-se em 1540 na pistola, esta nos idos de 1500, media 30 cm de comprimento e se tornaria a arma favorita dos cavaleiros europeus.
            Os indígenas brasileiros usavam a clava, mas já conheciam o arco. Algumas tribos usavam zarabatanas (setas com um veneno denominado curare), havia ainda as boleadeiras, as mesmas usadas pelos Zulus africanos (três pedras redondas com um sulco ao redor) onde se amarrava uma corda, para à distância, capturar homens ou animais pelo pescoço ou pela cabeça. Após a chegada de Tomé de Souza em 1549, usou-se o chuço, uma espécie de lança, o chifarote, uma espécie de espada curta, alabardas e piques.

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