O
Segredo da Vida
“E disse Deus:
Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie, gado e répteis e bestas
feras conforme sua espécie. E assim foi”. (Gênesis, cap. I:XXIV).
O
uso do termo elemento serviu na antiguidade clássica, para explicar a realidade,
de uma certa maneira, explicava a realidade das coisas, no que a vida em sí se
resumia, de como ela existiria através dos elementos naturais ou substanciais.
O historiador Plínio, o velho, o chamou de “elementum”, o poeta Juvenal o
chamou “elementa”, Suetônio, Prisciano e Horácio chamaram a atenção para a
existência de quatro elementos. No século VI a.c., a escola de Mileto formulou
pela primeira vez, uma teoria cosmológica pré –científica, sobre a origem
e a formação do mundo. De acordo com Tales de Mileto o fundador da escola, o
elemento primordial do qual as coisas procedem e ao qual retornam, é a água, o
Oceano cósmico, matriz e origem de todos os seres, para Anaximandro o princípio
primordial era o apeíron, infinito ou indeterminado, do qual provém todos os
seres finitos e determinados, e no qual os termos contrários quente e frio,
seco e úmido, em luta uns com os outros são finalmente reabsorvidos, para
Anaxímenes o elemento primordial era o ar, do qual as coisas resultam e ao qual
retornam por um duplo movimento de condensação e rarefação, para Heráclito o
elemento primeiro era o fogo que representava a natureza movediça e contrária
do real. Pitágoras ensinava que a substância ou elemento primordial era o
número, que significava harmonia a qual todas as coisas estão submetidas, para
Filolau de Crotona a Terra era constituída pelo cubo, a água pelo icosaedro,o
ar pelo octaedro e o fogo pelo tetraedro,um quinto elemento, que incluía os
astros, era representado pelo dodecaedro,Empédocles de Agrigento não admitia
apenas um , mas quatro elementos: ar, terra, fogo e água,como substâncias
primordiais de todas as coisas,cujo nascimento corresponde a combinação desses
elementos e cuja morte resulta de sua separação ou desintegração.
A Terra é a origem e o suporte do estado sólido e da secura. Produzida por
fusão ígnea ou por dissolução,a água dá a origem ao estado liquído e ao frio e
os suporta,mais sutil,é o fogo que corresponde ao fluído etério,suporte
simbólico da luz e do movimento dos corpos.Anaxagoras sustentava que “ tudo
está em tudo”, pois “em cada coisa há uma partícula de todas as demais, o que
permite explicar que umas se transformem nas outras.As homeomerias são esses
elementos”.Representantes da Escola de Abdera, Leucipo e Demócrito fundam o
atomismo,de acordo com o qual a realidade se constitui de átomos e vazio. Os
átomos são os elementos, as partículas indivisíveis ou insecáveis e se
distinguem uns dos outros pela forma,ordem e posição.
Os átomos e o vazio,assim como o movimento,são eternos,e suas combinações,em
número infinito,dão origem a formação dos diversos mundos.Platão em sua obra
"Timeu" disse que a matéria prima não é nenhum dos quatro elementos,
nem corpo algum que deles resulte,tais elementos têm formas geométricas e só se
combinam com determinadas leis.De todos,o fogo é o mais leve,o mais móvel,o
mais ativo,o ar menor que o fogo e a água, e a terra os mais pesados e
vagarosos.Os quatro elementos engendram-se uns aos outros,a água se transforma
em terra, o ar em fogo,o fogo em ar o ar em água e assim indefinidamente.
A teoria dos quatro elementos reaparecem na filosofia de Aristóteles “os
elementos devem agir e reagir uns sobre os outros,e as quatro qualidades
primordiais,que a eles correspondem,devem permitir quatro transformações ou
combinações:a do quente e a do seco em fogo,a do quente e a do fluído em ar,a
do frio e a do seco em terra.O fogo é assim,o excesso do calor,e o gelo o
excesso do frio.
No Renascimento Paracelso afirmou que os elementos são “ matrizes elementares
em que as coisas são geradas e nas quais encontram a fórmula físico-química
revelando suas propriedades universais”.Boyle em 1661 publica “sceptical
chymist” e escreve: “entende-se por elemento,certos corpos primitivos e simples
ou perfeitamente livres de qualquer mistura”.A teoria da evolução de uma célula
viva,partindo de matéria inanimada é uma versão refinada da antiga geração
espontânea de Aristóteles, a qual passo a passo fora desacreditada pelos fatos
científicos.O filosofo Herbert Spencer escreveu: “ a vida é a adaptação
contínua das relações internas a relações externas”,para Lalande é um conjunto
de fenômenos de nutrição e reprodução que para os seres dotados de grau
suficientemente elevado de organização,se estendem do nascimento até a morte,
para Beutner “a vida é uma das muitas propriedades do carbono”,para M.Ford e
E.Monroe vida é uma célula com ácidos nucléicos.S.A.Arrhenius lançou a
idéia da panspermia cósmica,segundo a qual a vida terrestre teria nascido de
micro organismos ou espórios disseminados no sistema solar pela pressão da
radiação,Huxsley e Tyn Dall afirmavam que a vida poderia ter surgido da
combinação de substâncias inorgânicas,Schimidt resumiu vida como o modo de ser
do protoplasma,W.Pirier defendeu a tese de que as palavras vida e vivo carecem
de sentido e não serviriam mais,porque toda qualidade que se queira encarar
como requisito mínimo de vida sempre se pode encontrar em seres
indiscutivelmente não vivos ou deixar de encontrar em outros indiscutivelmente
vivos, para Carl Sagan a origem da vida se explicava em quatro categorias
e uma delas era a de que a vida resultou de algum evento sobrenatural,para
sempre fora do alcance do poder analítico da física e da química e Oparim
exordiu que a vida surgiu através da fermentação e oxidação.
Evidentemente a vida de cada um de nós não se resume a todas essas teorias
científicas sobre elementos e substâncias,é algo que transcende a tudo
isso,algo imprescindível,valioso,particular.
O poeta Lord Byron bem definiu vida: “a vida é uma estrela que resplandesce no horizonte,no próprio limite de dois mundos,entre a noite e a aurora.Quão poucos sabemos o que somos,quanto menos sabemos o que vamos ser. As eternas ondas do tempo continuam se agitando,violentas,e transportam para longe nossas bolhas de ar,quando umas delas rebenta,surge outra,produzida pela espuma dos séculos,enquanto impérios se erguem aqui e acolá,como ondas fugazes” e Fénelon disse: “talvez a vida não seja senão um sonho contínuo,e o momento da morte será,então,o acordar súbito”.
O poeta Lord Byron bem definiu vida: “a vida é uma estrela que resplandesce no horizonte,no próprio limite de dois mundos,entre a noite e a aurora.Quão poucos sabemos o que somos,quanto menos sabemos o que vamos ser. As eternas ondas do tempo continuam se agitando,violentas,e transportam para longe nossas bolhas de ar,quando umas delas rebenta,surge outra,produzida pela espuma dos séculos,enquanto impérios se erguem aqui e acolá,como ondas fugazes” e Fénelon disse: “talvez a vida não seja senão um sonho contínuo,e o momento da morte será,então,o acordar súbito”.
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