terça-feira, 16 de outubro de 2012

CRÔNICAS DA TERRA


CRÔNICAS DA TERRA
No início era a terra sem forma e vazia, até haver luzes, expansão entre as águas e luminares no céu. Escreveu o filósofo grego Aristóteles em sua obra "metaphysica": "o céu deve ser necessariamente esférico, pois a esfera, sendo gerada pela rotação do círculo, é de todos os corpos, o mais perfeito". A porção seca chamou-se terra e o ajuntamento das águas chamou-se mares. A terra produziu erva verde, sementes dadas por árvores frutíferas. A separação entre dia e noite eram os sinais para o tempo. Criou-se o sol, a lua e as estrelas; e foi tarde e manhã do quarto dia. As águas abundantes produziram os primeiros répteis, e sobre a expansão dos céus voaram as primeiras aves. "frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares, e as aves se multipliquem na terra. produza a terra alma vivente conforme a sua espécie: gado, répteis e feras" (livro de Gênesis cap.1). Do pó da terra, criou Deus o homem para que dominasse sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre todo o réptil e sobre toda a terra. "pela fé entendemos que os mundos pela palavra de deus foram criados, de maneira que aquilo que se vê, não foi feito do que é aparente" (livro de Hebreus 11-3).
Acreditavam os antigos hebreus que a terra era sustentada por colunas, como se lê em Salmos (75:3) "dissolve-se a terra e todos os seus moradores, mas eu fortaleci as suas colunas"; ou em Jó (9:6) "o que remove a terra do seu lugar, e as suas colunas estremecem". O monge Cosmas Indicopleustes em sua obra "geographia christiana", acreditava que a terra tinha o formato de um disco e era cercada por quatro mares. Dizia ele que quando janelas no céu eram abertas por anjos, chovia. Baseou-se Cosmas em Gênesis (7:11): "se romperam todas as fontes do grande abismo e as janelas do céu se abriram". Para os hebreus o mundo portanto, era fixo, como se lê em Salmos (93:1): "o mundo também está firmado". Santo Agostinho em sua obra "de civitate dei"(XVI,IX), escreveu: "não refletem que mesmo que se creia pela teoria ou se demonstrem cientificamente que o planeta é um globo e tem a forma esférica, contudo, não se segue que também por aquela parte há de se estar livre a terra da massa das águas, e ainda que livre e descoberto, não se segue necessariamente que está habitado por homens". E o profeta Isaías (11:12), escreveu: "desde os quatro confins da terra".
Primitivamente os primeiros homens a habitarem a terra foram: Sete, Enos, Cainã, Jerede, Enoque, Lameque e Matusalém. Esses homens viviam em pequenos povoados, sob uma cultura rústica de armas de pedra, e habitando provavelmente em cavernas. Após Noé, é que surgem as primeiras civilizações propriamente ditas. Os primeiros homens a viverem nesse período foram: Sem, Cão, Jafé, Gomer, Magogue, Tubal, Meseque, Asquenaz, Togarma, Társis, Dodanim, Cuxe, Sabtá, Ninrode (este muito poderoso sobre a terra e grande caçador), Sebá, Ananim, Aeabim, Casluim. Esses homens habitavam em choças de colmo e palha, algumas tinham armações em madeira, trabalharam os primeiros metais como: o ferro e o bronze, e se alimentavam além da caça, de plantas silvestres, raízes e frutos. Suas vestes já eram de couro. Para lavrar a terra, usavam paus recurvos. Suas armas tinham pontas de sílex, com cabos alongados, suas pedras já eram bem polidas e recortadas.
Dos primeiros povoados criados por esses homens, nascem povoados maiores como: Jebuseus, Amorreus, Heveus, Aqueus, Aravadeus, Zemareus, Hamateus, Cananeus, semitas, e consequentemente à esses povoados, nascem as primeiras grandes civilizações: egípcios, caldeus, assírios, fenícios e posteriormente as nações da terra. os camitas descendentes de cão, um dos filhos de Noé, ocuparam a Arábia Meridional, o leste do mediterrâneo e o sul do Eufrates. Originaram os camitas, além de egípcios e babilônicos, os turânios (povo da Ásia central), os sumérios, os mitâneos, os hititas, os amorreus e os hindus primitivos. Os hititas e os amorreus foram um dos povos mais poderosos que já existiram. Segundo o profeta Ezequiel (16:3), Jerusalém foi fundada por eles. Os fenícios, grandes navegadores, eram também camitas. As primeiras monarquias do leste da Ásia, foram camitas, bem como o reino da arcádia, na terra de Sinar. Dos jafetitas (de jafé), originaram-se os arianos e os indianos, os quais procederam do cáucaso, os persas e os medos. Povoaram a Europa, com gregos, celtas, íberos, germanos e russos. Ninrode, camita, encabeçou a primeira civilização pós-diluviana, fundou a cidade-reino de babel. De uma dessas cidades, Acade, saiu o guerreiro Sargão I, de admiração universal. Depois, os acádios suplantaram os sumérios e imperaram em Ur. A família de Abraão, apesar de semita, vivia em Ur, que nesse tempo conquistara a liderança do mundo como capital da Suméria. Em 1996 a.C., em Ur, quando Abraão nascera, o imperador era Hamurábi, identificado no Gênesis (14:1) como Anrafel. Depois que Abraão partiu de Ur, a babilônia assume o poder.
Era a terra nessa época de uma mesma língua, mas a estupidez de construir uma torre que alcançasse o céu, fez com que as línguas se misturassem, e aqueles que se entendiam não mais se entenderam.
Na história da humanidade, Abraão é tido como o primeiro homem a se comunicar com Deus, isso aos 75 anos de idade. Foi preciso esperar quase uma vida toda pelo homem certo. Abraão ouviu a Deus, saiu de sua parentela, e foi em busca de sua nação prometida. "porque toda essa terra que vês, te hei de dar a ti, e a tua descendência para sempre, e farei a tua descendência como o pó da terra e as estrela do céu, de maneira que se alguém puder contá-las, também a tua descendência será contada" (Gênesis 13:15-16). Sol, deserto, areia, sede, cansaço, enfado. Não é fácil construir a história.
Numa arca de juncos, revestida com barro e betume, foi encontrado aquele que seria o libertador dos filhos de Israel: Moisés. Aos seus 40 anos, Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã. No monte Horebe, aparece-lhe o anjo do senhor, em uma chama de fogo, no meio de uma sarça ardente, e ouviu Moisés a voz de Deus. a missão de Moisés não era tão simples: libertar os filhos de Israel escravizados no Egito, há mais de 435 anos. Imaginem um homem de longas túnicas brancas, um cajado nas mãos, caminhando por um deserto de 50 graus, mas que a noite, sucumbia à um céu estrelado; tendo que libertar cerca de 600 mil pessoas, sem contar crianças, muitas ovelhas, bois, gados e carroças. Era preciso "o dedo de Deus". Aos 120 anos de idade Moisés morre vendo a terra prometida mostrada por Deus, com sua missão cumprida.
Por volta do ano de 1440 a.C., os sacrifícios eram uma constante entre os hebreus e civilizações clássicas. O holocaustos por exemplo, era um sacrifício oferecido ao senhor, onde o gado era degolado em frente ao altar, depois era partido em pedaços, como também a sua cabeça. O sacerdote o colocava sobre a lenha em um fogo no altar. As ofertas de alimentos, eram de flor de farinha, nela acrescentava-se azeite e incenso, haviam ainda bolos ázimos de flor de farinha, amassados com azeite e coscorões ázimos untados com azeite. Nos sacrifícios de paz, era oferecido um gado perfeito, os rins os lombos, o fígado e a gordura eram tirados, o que restava era queimado sobre lenhas. "o cheiro suave que subia, era agradável ao senhor"(Levítico 3:4). Nos sacrifícios por sacrilégio, era oferecido um carneiro sem defeito do rebanho, conforme a sua estimação em ciclos de prata. Nos sacrifícios pelos pecados ocultos, o acusado deveria rasgar a cabeça de um pombo, com as próprias unhas. Sabe-se que Moisés na consagração de Arão e seus filhos, degolou um novilho, pegou de seu sangue, e pôs dele com o seu dedo sobre as pontas do altar e o purificou, queimou Moisés sua gordura, seu fígado e os dois rins sobre o altar. "nenhuma gordura de boi, nem de carneiro, nem de cabra comereis. Pode-se usar da gordura de corpo morto, e da gordura do dilacerado por feras, mas de nenhuma maneira a comereis" (Levítico 7:23-24).
Eram dados os hebreus a certos tipos de enigmas. No livro de Gênesis (30:37-39), lê-se que Jacó usa varas para que o rebanho de Labão produzisse cordeiros riscados, listrados ou malhados. No livro de Números (5:11-31), lê-se sobre um teste mágico feito para identificar uma adúltera, em que o sacerdote dava à suspeita uma porção para beber. Se a mulher fosse culpada, sua coxa se incharia. No novo testamento, segundo o evangelista Marcos (7:33-35), Jesus Cristo curou um homem surdo, colocando seus dedos no ouvido do mesmo; e curaria um cego tocando em seus olhos com barro e saliva. O apóstolo João (5:2-4), acreditava que o tanque de Betesda era acionado pela passagem de um anjo, e Paulo em I Coríntios (13:12), escreveu: "hoje vemos como que por um espelho confusamente, mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte, mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido".
Nascido no cativeiro, Josué tinha mais de 40 anos de idade quando o Êxodo aconteceu, servindo a Moisés desde a outorga dos Dez mandamentos no Sinai. Sua história vai de 1405 à 1380 a.C., e seu nome significa Jeová salva. "e sucedeu que, estando Josué perto de Jericó, levantou seus olhos e olhou, e eis que se pôs em pé diante dele um homem que tinha na mão uma espada nua, e chegou-se Josué à ele e disse-lhe: és tu dos nossos, ou dos nossos inimigos? E disse ele: não! Mas venho agora como príncipe do exército do senhor. Então Josué se prostrou com o rosto em terra e o adorou" (Livro de Josué 5:13-14). Após a morte de Moisés, Josué ficou incumbido de guiar os filhos de Israel à nação prometida; e teve Josué grandes dificuldades. "não te mandei eu? Esforça-te e tendes bom ânimo, não temas, nem te espantes, porque o senhor teu Deus é contigo por onde quer que andares" (Josué 1:9). Nos tempos de Josué, tinham as guerras, carros com duas rodas, espadas, lanças, cavaleiros armados com arco e flecha, e homens que atiravam muito bem com funda, como narra o livro de Juízes (20:26): "entre todo este povo, haviam 700 homens escolhidos, canhotos, os quais atiravam com a funda uma pedra em fio de cabelo e não erravam". O exército de Josué era muito bem postado, e estrategicamente superior aos outros, tanto que Josué venceu o rei de Jericó, o de Betel, o rei de Jerusalém, o de Hebron, o rei de Jarmute, o rei de Láquis, o rei de Eglom, o rei de Gezer, o de Debir, o rei de Hormá, o de Harade, o rei de Libna, o de Adulão, o rei de Tapua, o rei de Hefer, o de Hafeque, o rei de Lassarom, o rei de Madom, o de Acsafe, o rei de Megido, o de Quedes, o rei de Jocneão, o rei de Goiim e o rei de Tirza. "disse Josué: sol detém-te em Gibeom, e tu lua, no vale de Ajalom. E o sol se deteve e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos" (Josué 10:12-13). Sabe-se que na astronomia chinesa, um dia registrado por eles, foi maior do que todos até então. Na marcha sideral dos chineses, houve um dia em que o sol não se pôs.
Após Josué que falecera aos 110 anos de idade, o senhor levanta a Judá, este venceu os cananeus e perizeus, que juntos somavam 10 mil homens. Mas o rei Adoni-Bezeque fugiu, porém o capturaram e cortaram-lhe os dedos polegares das mãos e dos pés e fizeram isso a mais 70 reis, que não conseguiam nem "apanhar migalhas". Depois o exército de Judá tomou Jerusalém, "e feriram-na ao fio da espada, e puseram fogo na cidade" (Juízes 1:8).
O próximo libertador era Otniel, filho de Quenaz, este tomou a síria e o rei Cusã-Rizataim. Após isso, serviram os filhos de Israel a Eglom rei do moabitas, por 18 anos e depois aos midianitas por mais 7 anos.
Após Otniel, Eúde é levantado pelo senhor, era Eúde um homem canhoto e fez para si uma espada de dois fios, medindo um côvado, e a escondeu debaixo de suas vestes e levou-a de presente a Eglom, rei dos moabitas que era um homem gordo. "e numa sala de verão, Eúde tirou a espada de sobre a sua coxa direita e lhe cravou no ventre, de tal maneira que entrou até o cabo, e a gordura de Eglom vazou e saiu-lhe até o excremento" (Juízes 3:20-22). Após isso, ficaram os filhos de Israel, sob Jabim rei de Canaã, o capitão de seu exército era Sísera, que possuía 900 carros de ferro; ficaram escravizados os filhos de Israel por 20 anos.
Em seguida, enquanto Gideão malhava o trigo no lagar, o senhor aparece e lhe diz: "o senhor é contigo, homem valoroso. Vai nesta tua força e livrarás a Israel das mãos dos midianitas. Porventura não te enviei eu?" (livro de Juízes 6:12-14). No final da guerra com os midianitas, as cabeças dos príncipes Orebe e Zeebe, foram entregues nas mãos de Gideão. Depois Abimeleque que matou seus setenta irmãos numa pedra exceto Joatão, vence Gaal e os siquemitas; em torno de mil homens, foram queimados no monte Salmon, onde Abimeleque cortou uma árvore e com o seu tronco arrombou sozinho a fortaleza dos siquemitas. Uma mulher atinge Abimeleque com uma mó que lhe quebra o crânio, com vergonha de ser morto por uma mulher, pede a seu pajem de armas que lhe mate com uma espada no peito.
Os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos de Deus, e por isso foram entregues desta vez aos filisteus por 40 anos; para livrá-los Deus escolhe Sansão. "porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja cabeça não passará navalha, porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre, e ele começará a livrar a Israel das mãos dos filisteus" (Juízes 13:5). Foi Sansão e pegou 300 raposas, e tomando tochas, as virou cauda à cauda e lhes pôs uma tocha no meio de cada duas caudas. E tocou fogo às tochas, e largou-as nas searas dos filisteus, e assim abrasou a sega do trigo, as vinhas e os oliviais, e feriu-os com a espada nas pernas e cochas. E depois foi Sansão morar em uma fenda na rocha de Etã, mas os filisteus o acharam e o amarraram; porém o senhor poderosamente se apossou dele e as amarraduras se desfizeram das suas mãos, e achou uma queixada de um jumento e feriu com ela mil homens. Preso no templo dos filisteus, Sansão o derrubou com suas mãos e disse: "morra eu com os filisteus" (Juízes 16:30).
Por volta do século X a.C., Samuel que certa feita cortou em pedaços a Agague, rei dos amalequitas, é levantado por Deus. Sua influência não se encontrava em grandes feitos militares, em habilidade diplomática ou tino político, mas em integridade pessoal e lealdade a Deus. Precedente da tribo de Levi. Segundo o livro de reis (2:3-5), Samuel estabeleceu uma escola de profetas, e depois ungiu Saul e Davi. "e quando Samuel viu a Saul, o senhor lhe respondeu: eis aqui o homem de quem eu te falei. Este dominará sobre o meu povo" (I Samuel 9:17). Saul tomou uma junta de bois e cortou-os em pedaços, e os enviou a todos os termos de Israel, pelas mãos dos mensageiros dizendo: qualquer que não seguir a Saul e a Samuel, assim se fará aos seus bois. E Israel então juntou-se em número de 330 mil homens, e venceram os amonitas de Naás. Israelitas e filisteus se juntaram em uma guerra de 30 mil carros e seis mil cavaleiros, na dispersão, houveram homens que se esconderam em espinhais, cavernas, penhascos e até em covas.
Lê-se no livro de números(13:32-33), que os filhos de Israel, passaram por uma terra que consumia seus moradores, e todo o povo que havia nela, era de homens de grande estatura. Eram gigantes, filhos de Enaque, descendentes dos gigantes; esses viam os filhos de Israel como se fossem gafanhotos. No livro de Deuteronômio (2:10-11), lê-se: "os emins dantes habitaram nela, um povo grande e numeroso, e alto como os gigantes. Também estes foram considerados gigantes como os anaquins. Os moabitas os chamavam, emins". Em Deuteronômio (3:11) lê-se: "porque só Ogue, rei de Basã, restou dos gigantes, seu leito era de ferro. Tinha nove côvados de comprimento, e quatro côvados de largura". Sabe-se que na antiga babilônia, alguns homens mediam até 4 metros.
Era Davi ruivo e de aspecto gentil. Num certo dia, tomou o seu cajado, 5 seixos do ribeiro e sua funda, deixando de lado o capacete de bronze, a couraça e a espada como proteção, e foi em direção de um gigante filisteu, de nome Golias. Disse o gigante a Davi: "vem a mim, e darei a tua carne às aves do céu e às bestas do campo". E Davi responde: "tu vens a mim com espadas, lanças e escudos, e eu irei a ti em nome do senhor dos exércitos". E Davi pôs a mão no seu alforje, tomou para sí uma pedra, e com a funda lhe atirou, cravando a pedra na testa de Golias, o matando. Depois com a espada do gigante já morto, Davi lhe cortou a cabeça.
Por inveja Saul começou a perseguir Davi, que foge para Aquis, rei de Gate; Aquis o achou louco. Em seguida Davi esconde-se na caverna de Adulão e depois vai para o deserto de Zife, onde é encontrado por Saul. Por duas vezes Davi poupa a vida de Saul. Na montanha de Gilboa, Saul e seus três filhos são encontrados estirados pelos filisteus. Teve Saul a cabeça cortada. Na cidade de Hebron, Davi se torna rei de todo o Israel. "somos teus ossos e tua carne" (II Samuel 5:1). A cabeça do filho de Saul, Isbosete, fora cortada e trazida para Davi. Com o resto do exército inimigo, Davi mandou que lhes cortassem os pés e as mãos de todos, e os pendurassem no tanque de Hebron. Davi derrotou os moabitas e os mediu com o cordel, fazendo-os deitar por terra. de Hadadazer, rei de Zobá, Davi tomou-lhe mil carros, 700 cavaleiros e 20 mil homens de pé. Tomou também seus escudos de ouro.
Davi era basicamente um homem de guerra e batalhas, levantado por Deus no tempo em que os filhos de Israel, precisavam mostrar para os outros que também sabiam combater. Diferentemente de Davi que teve até seus "valentes", Salomão era um homem de negócios, com mais tino político e escolhido por Deus, para ser o mais sábio entre os homens da terra. "e era ele ainda mais sábio do que todos os homens, e do que Etã, izraíta, Emã e Calcol. E correu seu nome por todas as nações. Disse 3 mil provérbios e mil e cinco cânticos. Falou de árvores, de aves, répteis e peixes. Vinham todos os povos a ouvir a sabedoria de Salomão". (I reis 4:33-34).
Antes mesmo de na Grécia antiga florescer as ciências naturais com os filósofos Teofrasto, Anaxímenes e Demócrito, Salomão já falava sobre elas e compreendia muito bem ele o ciclo da natureza, como escreveu em seu Eclesiastes (1:4-7): "uma geração vai, outra geração vem, mas a terra para sempre permanece. Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volta ao seu lugar de onde nasceu. O vento vai para o sul, e faz seu giro para o norte, continuamente vai girando o vento, e volta fazendo seus circuitos. Todos os rios vão para o mar, e contudo o mar não se enche, ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam eles a correr". Casado com a filha de um faraó, teve Salomão as maiores riquezas que um homem na terra poderia possuir. Taças de ouro, escudos de ouro (a prata naqueles tempos não tinha valor), um trono de marfim revestido de ouro; tinha 1.400 carros e 12 mil cavaleiros. Tinha Salomão até uma cidade somente para carros, a cidade dos carros. Reinou Salomão em Jerusalém por 40 anos.
Depois reinaram Roboão, que separou as tribos, Jeroboão, asa, que reinou sobre Judá, e foi um bom rei, removendo os ídolos que seus pais fizeram; Nadabe, filho de Jeroboão, que foi um mau rei, e Baasa, que reinou por 24 anos.
No tempo de Moisés junto aos argians, reinava Trôpas, seu último rei. Na Ática reinava Cécrops, foi o 12º rei, este afogado no mar vermelho. Entre os Assírios reinava Agatad. O 16º rei entre os sicionianos era Marate. No tempo de Salomão, entre os latinos reinava o 5º rei chamado Sylvius. Entre os lacedemônios, reinava Festus. Em Corinto, reinava o 2º rei chamado Oxion. Por essa época, os tebanos dominaram os egípcios, por 126 anos. Entre os Assírios reinava Eutrope, (com referência no historiador Pompônio Mella). Entre os atenienses reinava o 10º rei chamado Agasate. No tempo em que Amon reinava em Judá, quando o povo partiu em cativeiro para a babilônia, Argeu reinava sobre os macedônios. Gygés reinava sobre os lídios; Vafrés reinava sobre os egípcios; na babilônia, reinava Nabucodonosor; entre os romanos o 6º rei era Sérvius. Júlio César foi o primeiro imperador que obteve poder magnânimo sobre todo o império romano; o segundo foi Otávio, sobrinho de César, que chamavam Augusto. No 43º ano do reino de Augusto, nasce Jesus Cristo.
Por esses tempos, as guerras eram violentas e empreendiam espadas, facas, lanças, serras, arco e flecha, cavaleiros, carros de guerra e pedras. Os persas por exemplo, usavam couraças para se proteger, e capacetes com uma navalha na ponta; também usavam elefantes e zebras em seus exércitos.
No cerco de Samaria, feito por Ben-Hadade, a fome era tão grande, que uma cabeça de jumento valia 80 ciclos de prata. Cogitou-se até comer a cabeça dos próprios filhos, e comeram. No cerco de Jerusalém, o rei Zedequias é capturado pelos caldeus; tem os olhos arrancados, e foi levado cativo, preso a duas cadeias de bronze para a Babilônia. Conta-se no livro de II Samuel, que Joabe queria a cabeça de Sebá, filho de Bicri, do contrário Joabe destruiria aquela cidade do monte Efraim. Uma mulher na sua sabedoria, foi a todo povo, e cortaram a cabeça de Sebá, e a lançaram por cima do muro da cidade; Joabe tendo o que queria, tocou a buzina e suas tropas se retiraram.
Os últimos reis de Israel foram, Jeroboão II (782-753), Azarias (767-739), Zacarias e Selum (753-752), Manaém (752-741) que em Tapsa, rasgou pelo meio o ventre de todas as mulheres grávidas; Pecaia (741-740) seu reinado durou 2 anos até ser assassinado por Pecá, seu oficial, que depois se tornou rei de Israel(740-731); Joatão que fora um bom rei (739-733), Acaz que passou seu filho pelo fogo, e o último rei que foi Oséias (731-722).


A HISTÓRIA, O HOMEM E O PENSAR


A HISTÓRIA, O HOMEM E O PENSAR









 
                “O que o homem pensa e sonha, exerce sobre ele indiscutível poder, o que, uma vez, cai na alma, age vivamente, erguendo, impelindo, abatendo e aniquilando”. (Freytag).
 
            “Pensar é mais interessante do que saber, mas não é mais interessante do que contemplar”. (W. Goethe). 
 
A história dos povos helênicos (jônicos, eólios e aqueus), no período anterior à chamada civilização micênica, a das origens góticas, largamente estudadas na obra de Olavo Magno, a dos primórdios dos egípcios e caldeus e de um modo especial às narrativas dos gênesis, mostram-nos uma sucessão de guerras ou de alianças, em que as nações, muitas vezes mal esboçadas, entrelaçam-se, destroem-se ou confundem-se; desse entrelaçamento, destruição ou fusão, nascem os impérios.
 
Observa-se que na evolução histórica, o homem vai do indivíduo à família, da família à tribo, da tribo à nação, da nação ao império. As guerras de independência nos remotos tempos dos assírios e babilônios, dos persas, das batalhas em Peloponeso, da expulsão dos hicsos no Egito ou posteriormente às insurreições dos gauleses de Vercingetorix ou dos lusitanos de Viriato, são movimentos nacionais mais tarde ultrapassados pela consolidação do império romano. Do fundo daquelas florestas que estão além do Reno, naquelas paragens frígidas jamais ultrapassadas pelas legiões de Júlio César, de Augusto, de Germânico, de Tibério ou de Cláudio, surgem homens cingindo peles de Leopardos e trazendo sobre as cabeças, longos cabelos e longas barbas, os capacetes bicórneos que reluziam ao sol quando a primavera dissolvia os gelos dos montes e a neve dos pinheiros. Esses bárbaros, cuja permanência ao longo do Danúbio e do Vístola, impediu durante séculos que se rompesse o dique das estepes por onde se dispersaria as hordas asiáticas.
 
Esse período se alastrou por mais de mil anos, até quando, no fastígio da idade média, realiza-se o encontro de filosofia e teologia, da Grécia e de Israel, e do “organum” Aristotélico. Dessa conciliação da técnica do raciocínio helênico e da logicidade da fé cristã em que resplandecem as figuras de R. Lulio, S. Boa Ventura, Tomás de Aquino e Duns Scott, já aparecem os primeiros sinais do critério científico. O cientificismo de Alberto Magno vai encontrar em Bacon o precursor do experimentalismo e em Guilherme de Occan o teorizador do nominalismo, a preparar, quatro séculos antes, os caminhos ao criticismo Kantiano. É, entretanto nos fins do século XVI, que Bacon estabelece os fundamentos definitivos do método experimentalista, contrapondo ao organum Aristotélico o seu “novum organum”.
 
Do binômio Filosofia-religião que exprime toda a cultura medieval, passa-se no período renascentista ao trinômio religião-filosofia-ciência; mas, no século XVIII como consequência de Hobbes, Descartes, Spinoza, de Locke, de Hume principalmente, que atuara no século XVII, eis que o primeiro termo do trinômio vai sendo esquecido para dominar então a fórmula filosofia-ciência. É a fase dos enciclopedistas, em que impera o naturalismo de Rosseau e o materialismo de Holbach e o de Helvetius. Na transição do século XVIII para o XIX surge à plêiade de pensadores e sistematizadores de que Kant é o centro. O utilitarismo de Hobbes, o empirismo de Locke, o sensualismo de Condillac, o fenomenismo de Hume, ressurgem sob novas formas: nos utilitaristas ingleses, nos materialistas franceses e alemães, nos pragmatistas americanos e nos dois positivismos de Comte e Spencer, trazendo como consequência a desmoralização completa da filosofia. O conceito do poeta Oscar Wilde sobre a arte, que ele considerou “acima do bem e do mal”, as normas poéticas dos parnasianos da escola de Le Comte e de Heredia, que punham na fatura do verso a única finalidade da poesia. Nos fins do século XIX Flaubert gastava cinco anos burilando seus romances e os poetas procuravam os primores do estilo; só se ouvia o clamor dos ourives dizendo: “arte pela arte”.
 
O homem jamais deixou de pensar; jamais deixou de tentar encontrar seu lugar na humanidade. O pensamento especulativo começou com Tales de Mileto, dos antigos jônicos gregos. Tales encontrou na água o princípio gerador de todas as coisas; aquele a que Hegel chamaria de “Hypokeimenon”; posteriormente, Aristóteles afirmaria: “ousia, quod quid est” (o que uma coisa é). Physis: pensamento, tão especulado por Temístius e depois por Proclo e Porfírio; os latinos traduziram-no por “natur”; e Kranz explicou-o como “essentia”; a raiz “phy” indicaria existência, o íntimo das coisas. Escreveu o poeta Thomas Macaulay: “A ciência dá passos e não saltos”; e no livro de Colossenses (II-VIII) lê-se: “Estai de sobreaviso, para que ninguém vos engane com filosofias e com seus falaces sofismas, segundo a tradição dos homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo”.

Sabe-se que seis séculos antes de Cristo, Tales de Mileto já estava convencido da curvatura da terra, sabia que a lua era iluminada pelo sol e previu o eclipse solar de 584 a.C. No século VI a.C, Pitágoras já falava da esfericidade da terra, lua, sol, da rotação da terra e da revolução de pelo menos dois planetas interiores, Mercúrio e Vênus em torno do sol. Aristarco no século III a.C, já sabia que a terra girava ao redor do sol. Anaxágoras em Atenas seria preso por ensinar que o sol era uma massa incandescente e a lua um corpo semelhante à terra; e Panécio de Rodes conta uma lenda, na qual Aristóteles teria se matado por não saber explicar a causa das marés.
 
O Australophitecus Habilis, hominídeo que habitava a estepe oriental africana, comia animais e plantas silvestres; usava instrumentos de pedras pontiagudas; depois criou machados, raspadeiras, pontas de lanças, arpões e outras armas à base de Sílex e osso; há quinhentos mil anos, esse primitivo controlaria o fogo, no século IV a.C; os sumérios inventariam a roda e consequentemente o carro de duas rodas puxado por onagros em 3.000 a.C; funcionariam os primeiros tornos de oleiro e os primeiros foles; caberia aos romanos inventarem as engrenagens e as rodas dentadas. Barcos à vela contornariam, na mesma época, a Ásia menor e a África do norte; utilizavam barcos à remos, movidos por escravos ou prisioneiros.

 As primeiras embarcações egípcias eram ramos de papiro atados uns aos outros; nas pirâmides egípcias já eram utilizadas serras de cobre e através de cunhas, cindiam blocos de pedra. Por volta de 1400 a.C, os mitannes temperam o ferro pela primeira vez na história. Citemos Euclides na geometria, Arquimedes que inventaria a roldana e Apolônio que descobriria a seção cônica na matemática.

Na idade média, século X, utilizou-se o cavalo preterindo-se o boi, como animal de tiro. A energia hidráulica e eólica impulsionava moinhos, serras, bombas e forjas. A pólvora negra esteve na base de uma nova técnica militar e a imprensa com tipos móveis, revolucionou a arte da informação. Na mesma época Colombo descobre a América em 1492; Vasco da Gama a Índia em 1498 e Fernão de Magalhães circunavega a terra em 1519.

Tudo é história, a existência é história. Lyell e Hutton na geologia, Petrarca e Calíope na poesia, Darwin e Couvier na biologia, Zenon e Spinoza na filosofia, Verdi e Mozart na música, Malinowski e Chomski na linguística, Rafael e Da Vinci na arte.

 A história traz seus exemplos mais magníficos, como os primitivos homens mais fortes e inteligentes que andavam na frente do bando com lanças pontiagudas para serem os primeiros a enfrentar as feras selvagens (esses eram os mais bem alimentados do bando); os humildes, homens que com lamparinas a querosene iluminavam a via férrea, andando até cinco quilômetros para ver se ao longo dela não havia ninguém caído sobre os trilhos; aos homens de fé e coragem como Paulo de Tarso, que enfrentou os respeitados filósofos gregos, e no areópago disse: “Varões de Atenas, estou a ver que sob todos os respeitos, sois de uma profunda religiosidade. Tanto assim que, passando pelos arredores e contemplando os vossos santuários, deparou-se-me um altar em que estava escrito: “ao deus desconhecido”. Ora, o que cultuais sem o conhecer isto é que vos venho anunciar”. (Atos dos apóstolos, XVII, XXII e XXIII). Até os gregos cultuavam um deus único e superior sem saber. É a incrível jornada do homem, do seu pensamento e de sua ciência.

Homens que nas palavras do poeta Eckermann: “São vasos que flutuam e se entrechocam”; e nas palavras do poeta Friedrich Hebbel: “O homem é aquilo que pensa”. 

ARTE E LITERATURA


ARTE E LITERATURA

Sobre a arte da antiguidade, estamos reduzidos a duas cabeças: a cabetça de Juno na vila ludovisi e a cabeça de Júpiter de otricoli. Não temos também uma obra autentica de Fídias, Myron, Polícleto, Praxíteles, Scopas ou Lísipo. Os filólogos mostram-nos uma época primitiva em que hindus, persas, germanos, celtas, latinos e gregos, tinham a mesma língua e a mesma cultura, conheciam o vinho, viviam do pastoreio e da lavoura, possuíam barcos a remo e, acrescentaram à suas velhas divindades védicas héstia e vésta.
Ao norte do mar Egeu, segundo informou o historiador Curtius, o clima é ainda áspero, semelhante ao da Alemanha Central, a Romélia não conhece os frutos do sul, não há murtas em sua costa. Aos 40 graus na Tessália, começam as florestas de árvores sempre verdes. Aos 39 graus na Phiótida, o ar tépido do mar e da costa faz crescer o arroz, o algodoeiro e a oliveira. Na Eubéia e na Ática já se encontram as palmeiras, nas cíclades elas abundam, na costa da Argólida há espessos bosques de limoeiros e laranjeiras. A tamareira africana vive num recanto de Creta. Em Atenas o povo tem o hábito de se deitar nas ruas, as mulheres costumam deitar-se nuas nos terraços; disse Eurípedes: "doce é nossa atmosfera, o frio do inverno é para nós sem rigor, e os dardos de febo não nos ferem". Os homens sóbrios compram uma fatia de melancia ou um grosso pepino que comem como se fosse uma maçã.
Na Grécia antiga, uma túnica curta e sem mangas era usada pelos homens, as mulheres usavam uma túnica longa, que descia até os pés e, dobrando-se na altura dos ombros, recaía até a cintura. Acrescentai uma grande peça quadrada de pano com que se cobriam, um véu para a mulher quando sai e sandálias. O filósofo Sócrates só se cobria e se calçava nos dias de festim.
Pelo ano de 689, Butades de Sicione tem a ideia de modelar e cozer figuras de argila, o que o leva a ornar com máscaras a cumieira dos telhados. Na mesma época, Roikos e Teodoro de Samos encntram um meio de fundir e vazar o bronze num molde. Em 650, Melas de Chio faz as primeiras estátuas de mármore. Um mundo se findou, o de Homero e o da epopéia, outro mundo começa: o de Arquíloco, Calinos, Terpandro, Olimpos e o da poesia lírica. O horizonte do homem dilatou-se, o mediterrâneo inteiro foi explorado, conhecem-se a Sicília e o Egito, sobre os quais Homero só tinha fábulas. Em 632, os Samianos navegam pela primeira vez até Tartesso e, com o dízimo de seus lucros, consagram à sua deusa hera uma enorme cratera de bronze, ornada de grifos e sustentada por três figuras ajoelhadas de onze côvados, os barcos de cinquenta remos dos velhos poemas tornam-se galeras de duzentos remadores, constroi-se o templo dório, surge a moeda, os algarismos, a escrita, nas guerras combate-se a pé e em linha, ao invés de combater-se usando carros e sem disciplina. A prosa só mais tarde será escrita, mas a melopédia monótona que sustentava o hexâmetro épico, dá lugar a uma multidão de cantos variados e de diferentes metros. Acrescenta-se o pentâmetro ao hexâmetro, inventa-se o troqueu, o jambo, o anapesto, combinam-se os novos e os antigos pés em dísticos e estrofes; a cítara que só tinha quatro cordas, é acrescida de mais três; Terpandro nomeia as músicas e cria seus modos, depois Olimpos e em seguida Taletas, acabam de apropriar os ritmos da cítara, da flauta e das vozes aos cambiantes da poesia.
Milon era quem conduzia seus concidadãos ao combate e Failos foi o chefe dos crotoníades que vieram auxiliar os gregos contra os medas. Um general não era então um calculista, que se mantinha numa elevação, com um mapa e um binóculo, ele batia-se com a lança na mão, à frente de sua tropa como um bom soldado. Milcíades, Arístides, Péricles, Agesilau, Pelópidas e Pirro, operavam não só com a inteligência mas também com os braços, para aplicar e desviar os golpes no assalto a pé e a cavalo.
Epaminondas que foi um político e um filósofo, foi também um grande soldado, morrendo em um campo de batalha. Arato que foi o último capitão da Grécia, tirou proveito de sua agilidade e de sua força em suas escaladas e surpresas. Alexandre arremetia do granico, como um hussardo e, como um volteador, era o primeiro a saltar na cidade dos oxídracos. Conta-se que Milon carregava um touro nos ombros e, segurando por detrás um carro atrelado.
O poeta Sófocles, dançou nu o peã depois da vitória de Salamina no fim do século IV. Alexandre chegando a Tróada, a fim de honrar Aquiles, tirou suas vestes e correu com seus companheiros em torno da coluna que assinalava a sepultura do herói. Pouco mais adiante, em Faselis, tendo visto na praça pública a estátua do filósofo Teodecto, veio depois da ceia dançar ao redor da estátua e lançar-lhe cororas. O filósofo Platão, o poeta Crísipo, e o poeta Timocreonte, foram primeiramente atletas. Pitágoras passava por ter tido o título de pugilato; o poeta Eurípedes foi coroado como atleta nos jogos elêusicos; Clístenes, o tirano de Sicione, forneceu aos pretendentes de sua filha um campo para exercícios, sobre isso escreveu o historiador Heródoto: "poder tirar a prova de sua raça e educação".
O período clássico terminou em política com a revolução de 1789, em literatura com Dellile e De Fontanes, em religião com o aparecimento de Joseph de Maistre e a queda do galicanismo. Ainda em política com Richelieu, em literatura com Malherbe, em religião pela reforma pacífica e reformadora que no princípio do século XVII, renovou o catolicismo francês. As canções de gesta e as trovas, o "romance da rosa", Carlos D’Orleans e Froissart, mostram o entusiasmo que se revelará mais tarde em Villon, Branstone e Rabelais, tal como seria na época de seu maior esplendor, no tempo de La Fontaine, Moliere e Voltaire, nos encantadores salões do século XVIII. Outras obras correspondem a caracteres um pouco mais duráveis e parecem obras primas à geração que as lê. Tal foi "astrée" que D’urfe compõs no começo do século XVII, romance pastoral longo, ainda mais insípido, berço de folhagem e de flores em que os homens, cansados dos morticínios e pilhagens das guerras religiosas, vieram ouvir os suspiros e delicadezas de céladon. Tais foram esses romances os de Mlle, de Scudery, "grand cyrus", "clélie", "euphes" de Lyly, "adone" de Marine e "hudibas" de Butler, todos de uma galantaria exagerada.
Lesage escreveu doze volumes de romances imitados do espanhol, o abade Prévost vinte volumes de novelas trágicas ou comoventes, Defoe escreveu duzentos volumes e Cervantes mais de cem novelas e dramas. O personagem de Robinson Crusoé, é antes de tudo um verdadeiro inglês, violento e pertinaz em suas resoluções, obstinado, paciente, infatigável e com surdas fermentações de imaginação. Dom Quixote é primeiramente um cavalheiresco espanhol, doente de espírito como oito séculos de cruzadas e de sonhos exagerados o fizeram. Moliere escreveu sobre almas vivas, alegres, irreverentes e corajosas. Racine sobre boas maneiras, galanteadores e sentimentalistas. Em Shakespeare os "clowns" não divertiam mais e os jovens, gentis homens parecem extravagantes, é preciso ser crítico para compreende-los. O teatro de Lazarillo, Tomes, Lope De Vega e Calderon De La Barca é a nuância de dois mundos, o mendigo e o cavaleiro. O poema de Dante Alighieri é a pintura do homem que arrebatado para fora deste mundo efêmero, percorre o mundo sobrenatural, numa alucinação mística que parece ser então o estado perfeito do espírito humano. O poema de Goethe é a pintura do homem que através da ciência e da vida, se contunde, se enfastia, erra e tateia e Platão que representava a juventude heróica do homem ativo e a encantadora adolescência do homem pensante.
Nos graus mais baixos estão os tipos que preferem a literatura realista e o teatro cômico. São os que a vida comum apresenta ou que podem alimentar o ridículo, como as "scenes de la vie bourgeoise" de Henri Mounier, "sancho pança" no Dom quixote, os teólogos e as criadas na obra de Fielding, os personagens sem destino em Walter Scott, ou na população inferior e pobre que se agita na "comedie humaine" de Balzac. Quanto ao teatro cômico basta citar Turcaret, Basile, Orgon, Arnolphe, Arpagão, Tartufo, Dandin; percebe-se o cômico ainda nas peças de Moliere, no "Tom Jones" de Fielding e no "Martim Chuzzlewit" de Dickens. As literaturas dramáticas e filosóficas onde as personagens sofrem com acontecimentos terríveis, lutas e dilaceramentos interiores, são próprias nas obras de Lord Byron, Allan Poe, "madame bovarry" de Flaubert, Victor Hugo, "werther" e nos heróis de Shakespeare: Coriolano, Hotspur, Hamlet, rei Lear, Timão, Leontes, Macbeth, Otelo, Antônio, Romeu, Julieta, Desdêmona e Ofélia.
No campo das literaturas, encontram-se muitos escritores que, de propósito puseram em cena belos sentimentos e almas superiores: Balzac com sua Margarida Claes e Eugenia Grandet, Corneille, Richardson, George Sand em "polieucte", "o cid ", os "horácios", ao representar o heroísmo raciocinador, outro em "pamela, clarissa e grandson" ao fazer falar a virtude protestante, a última em "mauprat, francois le champ".
Em arte, Giotto assemelhou-se a Rafael, tinha a mesma abundância, originalidade, a mesma beleza de invenção, seu sentimento da harmonia e da nobreza não eram menores, não estudou com Perugino e não conhecia as estátuas antigas. Verrochio, Pollaiollo, Castagno, fazem personagens angulosas, desgraciosas, aboladas de músculos e, que segundo escreveu Da Vinci: "parecem sacos de nozes". Em Fra Fillipo e Ghirlandajo são imóveis e inexpressivas, dispostas em filas monótonas, as pinturas de Signorelli, Filippo Lippi, Mantegna e Boticelli são esmaecidas, secas, sobressaem num relevo inesperado com um fundo sem ar; é preciso que Antonelo de Messina importe para a Itália a pintura a óleo para que o brilho retorne. O "céfalo" de Anibal Carraci, tem os músculos de Miguel Ângelo e o torso imitados dos venezianos. Em Rembrandt, predomina uma luz agonizante, de obscuridade, um doloroso sentimento do real pungente. Boas expressões, bons gestos, boa disposição e luzes são vistas nas obras de Rubens, Ruysdael, Poussin, Lesseur e Delacróix.
Dez anos após o começo do século XVIII, todos os grandes pintores estão mortos. A decadência se manifestou em um estilo mais pobre, numa imaginação limitada como em Franz Mieris e Shalken, um dos últimos fora Van Der Werf, por sua pintura fria e polida, por suas mitologias e nudeza e por suas carnações em marfim. O talento persiste apenas nos pintores de acessórios e de flores: Jaime De Witt, Ruysch, Van Huysum, Nicolau Verkolie, Van Limborch e Van Dick, num pequeno gênero que exige menor invenção e duraria alguns anos a mais, semelhante a algo fumejante numa terra ressequida.

AINDA SOBRE O SOPRO DA VIDA


AINDA SOBRE O SOPRO DA VIDA
A era Paleozóica engloba os períodos que vão do Cambriano ao Permiano, nessa época os continentes subiram e desceram, criando grandes mares interiores e geossinclinais. A movimentação dos continentes, ao longo da história do planeta, fez emergir e submergir "pontes" através das quais a fauna e a flora se espalharam pelas terras emersas.
No Cambriano, os vegetais são ainda bactérias e algas, o filo dos vertebrados começaria somente no ordoviciano, onde se encontram os primeiros fragmentos fósseis de peixes e seus antepassados. Os cordados inferiores aparecem no Cambriano, bem como os equinodermos, os brisozoários, os anelídeos, os ságitas e os onicóforos. Durante os cem milhões de anos de duração do cambriano, os mares geossinclinais se formavam na crosta terrestre, a erosão era mais violenta, a paisagem cambriana era a de doces colinas desérticas, uma paisagem plana. Geologicamente houveram dois tipos de mares rasos: os que nasceram das descidas e subidas dos blocos continentais ou os mares epicontinentais, originados de um afundamento da costa, que iam sendo atulhados por sedimentos.
Os vertebrados, por exemplo, surgiram na água, como peixes. Aos poucos produziram uma enormidade de espécies, que foram experimentando várias adaptações: águas superficiais, águas profundas, ou enterramentos na areia. Algumas espécies tentaram uma aventura aos continentes e produziram uma nova classe: os anfíbios. Esses irradiaram também em várias espécies, adaptadas ao lodo, ao mato, ao rio, subterrâneas, nadadoras ou sem pernas. De uma espécie qualquer de batráquio, surgiram os répteis e os mamíferos. E todos eles, partindo de um pequeno grupo inicial, ramificaram-se em um grande número de espécies, partindo para a conquista de todos os ambientes e subambientes. O mesozóico, foi a época dos sáurios, o cenozóico dos mamíferos e o paleozóico dos trilobitas, que eram bichos pequenos usualmente de 50 a 75 mm.
No ordoviciano e no siluriano, suas recém formadas cordilheiras deviam mover-se bastante, tanto que racharam em vários pontos e produziram, com isso, grandes erupções. O ordoviciano foi um período longo, quase tanto quanto foi o cambriano. O siluriano por sua vez foi menor. Os pluricelulares estavam se tornando maiores e mais complexos, e no siluriano invadiram a terra, nessa invasão, foram precedidos pelos vegetais. As plantas devem ter saído para o ar seco no ordoviciano, há provas da existência da presença de plantas terrestres no siluriano: são as primeiras pteridófitas, ancestrais das samambaias. Os primeiros animais de que há notícias no ar seco são os euripterídeos, os artrópodos, de corpo alongado, cauda articulada e duas pinças, parentes do trilobitas e ancestrais da classe das aranhas e dos escorpiões. No ordoviciano surge o filo dos vertebrados, no cambriano os animais são ainda muito pequenos. No ordoviciano surgem os cefalópodos, os moluscos já existiam no cambriano, mais eram formas pequenas. Seu filo como o dos artrópodos, deve-se ter originado dos vermes anelídeos, os cefalópodos classe a qual pertencem hoje os polvos e as lulas, aparecem no cambriano, como os nautilóideos, reis dos mares de antigamente.
A primeira conquista das algas, foi passar algumas horas fora da água agarradas as pedras da linha das marés. De um grupo de algas, emergiram as hepáticas e os musgos: seu parentesco com as algas é evidenciado pela semelhança de seus aparelhos reprodutores, e ainda precisam da água para reproduzir-se. O passo seguinte foram as plantas grandes, que já não necessitam das gotas de chuva para reproduzir-se, foi uma adaptação à vida terrestre sem renunciar a sexualidade. Esse fato talvez, tenha sido dado antes do siluriano, com o a parecimento da pteridófitas, que lançaram mão do método de disseminação. No devoniano, as pteridófitas, eram as principais plantas terrestres. Uma das primeiras psilofítales do devoniano foi a asteroxylon makiei, seu aparelho reprodutor de esporos, permitiu invadir a terra. a protolepidodendron do devoniano médio, foi uma das primeiras licopodíneas. A archaeopteris hibernica surge no devoniano.
O devoniano dura 40 milhões de anos e nele começa a terceira invasão da terra firme. A primeira fora a das plantas, a Segunda dos invertebrados e a terceira a dos vertebrados. Nos enormes lodaçais do continente norte atlântico, os primeiros pulmonados se arrastam pela lama; peixes cujas nadadeiras em forma de pata lhes permitem arrastar-se (os rhipidisthia) pneumobrânquios, os estegocéfalos de corpo úmido e cabeça blindada por poderosos ossos dérmicos. Alguns desses bichos são vítimas dos terríveis e abundantes tubarões fluviais. O mar está povoado de seláceos, mas boa parte deles possuem dentadura apropriada apenas para esmagar conchas de moluscos e braquiópodos, sua comida mais comum. Os dinicthys, de seis metros, o maior animal de todo o paleozóico caçam peixes. Trilobitas a graptozoários estão desaparecendo. De florestas não haviam nada, apenas musgos (briófitas), que apesar de viverem na terra firme, nunca se tornaram independentes da água abundante e nunca foram plantas grandes. Viviam a beira da pântanos, lagos e rios, fornecendo um pouco de verde de que a paisagem dispunha e servindo de pasto aos animais chegados à terra.
O carbonífero foi chamado a idade dos anfíbios e das licopodíneas. Mas o período poderia também ser conhecido como a idade das baratas. Salamandras, miriápodes, artrópodes e centopéias povoavam as florestas carboníferas, entredevorando-se e comendo folhas. Foi por esse tempo que ocorreu um fenômeno notável: apareceram os primeiros animais voadores. Os insetos deixavam-se levar por correntes aéreas. A partir dos crossopterígeos e dos peixes pulmonados do continente vermelho, tinham-se desenvolvido os primeiros anfíbios: enormes salamandras, que deviam passar boa parte do dia dentro do lodo, fugindo do sol. O primeiro grande anfíbio carbonífero conhecido foi o ictiostega, que ainda possuía muitas características dos peixes devonianos, que continuavam a viver nos lodaçais. Os labirintodontes, tinham vários metros de comprimento e botavam seus ovos sem casca, como fazem as salamandras.
Há uns sete milhões de anos atrás, de um grupo qualquer de driopitecus, antigamente chamados de procônsul, separou-se o grupo dos ramapitecus, a esse grupo de transição sucederam-se quatro estágios, que são todos considerados hominídeos: autralopitecídeo, pitecantropóide, neandhertalense e moderno. O segundo esquema simplifica ainda mais as coisas. Ele reconhece, depois dos ramapitecus, apenas três estágios: os australopitecus, no pleistoceno inferior, o homo erectus, no pleistoceno médio, e o homo sapiens, no pleistoceno superior. Esse esquema chama de homo erectus o estágio pitecantropóide e inclui o estágio neardhertalense no homo sapiens. Cronologicamente, os pequenos australopitecus antecedem os grandes. Eles eram certamente bípedes. A vantagem trazida pelo bipedismo era libertar as mãos para a manipulação, especializá-las de forma diversa dos pés para finalidades de fabricação de instrumentos.
A ciência, um pouco mais propensa a um olhar cético, dividiu a história do planeta terra em épocas geológicas e eras. Triássico, cretáceo, quaternário, eoceno, essa é a visão da ciência para explicar a evolução da história humana. Há porém, ainda muito o que se descobrir e duvidar, verdadeiras lacunas do tempo continuam perdidas em um universo insondável. É de se acreditar naquilo que o escritor e romancista português Eça de Queiroz (1846-1900), escreveu: "a ciência, realmente, só tem conseguido tornar mais intensa e forte uma certeza: a velha máxima socrática da nossa irreparável ignorância, de cada vez sabermos mais, que não sabemos nada."

"porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea". (evangelho de São Marcos, cap. X:VI).