quarta-feira, 3 de outubro de 2012

CIÊNCIA E HISTÓRIA


CIÊNCIA E HISTÓRIA
  
"O universo é uma esfera infinita, cujo centro está em toda parte e cuja circunferência não se acha em parte alguma". (Pascal).

"O universo é uma miragem. A vida é um sonho". (Khayyam).

O pensador grego Platão citou três razões para se crê nos deuses, mas a que ele listou em primeiro lugar foi a própria existência da "terra, do sol, das estrelas e do universo"; "os deuses" disse ele, "produzem o sol, a luz e as estrelas". O compositor cristão Addison, ao musicar o salmo XIX pode ouvir todos os corpos celestes proclamarem numa voz gloriosa: "sempre cantando enquanto reluzem. A mão que nos fez é divinal". O filósofo escocês David Hume, no renascimento escreveu: "sendo assim, todas as ciências nos levam a reconhecer inconscientemente um primeiro autor inteligente". E Paulo escreveu no livro aos romanos (cap. I, XX): "porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se estendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que elas fiquem inescusáveis".
Platão explicou que: "a ordem regular das estações, e a divisão delas em anos e meses, fornecem provas da existência de um Deus legislador dessa regularidade". O astrônomo da família real inglesa Edmund Halley, observou em 1682 a trajetória de um cometa; a fé de Halley na lei do espaço celeste o levou a prever que o mesmo cometa reapareceria a cada setenta e seis anos. Halley morreu em 1742, e desde então, o cometa denominado Halley, já apareceu mais de quatro vezes. A confiabilidade na lei natural foi usada por Cristovão Colombo em 1504 para ganhar o domínio sobre os nativos da ilha da Jamaica; na ilha da Jamaica, Colombo ameaçou os nativos que se recusassem a cooperar dizendo: "se persistirem nessa inimizade, a lua perderá o seu brilho". Ele sabia que pelo calendário do astrônomo Reggiomontano, haveria um eclipse total em 29 de fevereiro de 1504, o cumprimento dessa predição pôs fim ao problema com os nativos.
O filósofo judeu Filon (20 a.C. – 50 d.C.) no que se refere aos céus disse: "o acaso não tem lugar, tudo é governado por leis fixas e invioláveis". David Hume ainda viria a afirmar: "várias peças de aço, atiradas juntas sem um molde ou forma, jamais se ordenariam para formar um relógio". Os brâmanes acreditavam num universo tecido por uma aranha, que possuía uma teia vinda do infinito.
"Depois disto o senhor respondeu à Jó de um redemoinho dizendo: onde tu estavas quando eu fundava a terra? Faz-me saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua Pedra de esquina, ou quem encerrou o mar com portas, quando eu pus as nuvens por sua vestidura e a escuridão por faixa. Onde está O caminho em que se reparte a luz, e se espalha o vento oriental sobre a terra? Quem abriu um caminho para os relâmpagos dos trovões, para chover sobre a terra, onde não há ninguém, e no deserto, em que não há homem quem gerou as gotas do orvalho? De que ventre procedeu o gelo? E quem gerou a geada do céu” ? (Jó XXXVIII).
Durante a idade média, a pesquisa científica entrou num momento de inércia que durou quase dez séculos. A partir do século IV depois de Cristo, a alma medieval canalizou sua religiosidade para um misticismo fervoroso, diante do qual, as cogitações dos cientistas surgiam como sendo heresias dignas de punição. Nos séculos XII e XIII, a pessoa humana passa a merecer maiores preocupações; as obras dos antigos gregos e romanos começam a ser traduzidas e lidas nos castelos, os sábios antes contemplativos, transformam-se em bons observadores.
Em 1453, os sábios bizantinos retiram-se para a Itália, levando consigo manuscritos que haviam traduzido de livros gregos.
O grande feito da astronomia renascentista foi a comprovação da teoria heliocêntrica (hélios-sol). O grego Aristarco de Samos, no século II a.C., já afirmava que o sol ficava no centro do universo, mas essa teoria fora suplantada 400 anos depois pela explicação geocêntrica (geo-terra), explicação essa, atribuída ao astrônomo egípcio Ptolomeu, errada, diga-se de passagem. No século II d.C. essa idéia de ser a terra o centro do universo, foi aceita por romanos e medievais.
Nicolau de Cusa (1400-1464) negou a idéia de uma terra no centro do universo. Já Leonardo da Vinci (1452-1519) pela mesma época explicou: "A terra gira em torno de um eixo que é próprio dela". Em 1496, o polonês Nicolau Copérnico, de retorno à Polônia, montou um observatório e, concluiu que os planetas giravam em torno do sol, baseando-se em cálculos matemáticos e sugestões de astrônomos gregos e italianos. Copérnico comprovou cientificamente o que seus antecessores apenas pressentiam.
Tycho Brahe (1546-1601) observou por mais de vinte anos as posições dos planetas, mas sua fé o impediu de afirmar que a terra girava. Em 1609, Johannes Kepler (1571-1630) publicou o seu "Astronomia Nova", onde enunciava duas leis relativas aos movimentos celestes: sobre as órbitas em forma de elipse e sobre a velocidade constante das deslocações planetárias.
A medicina tivera um primeiro impulso no século XIV, quando vários cientistas italianos começaram a dissecar cadáveres nas universidades. Vesálio (1514-1564), natural de Bruxelas, afastou antigas superstições, como uma que dizia existir um osso indestrutível a partir do qual se daria a ressurreição do corpo. O espanhol Miguel de Servet (1511-1553), descreveu como o sangue é levado aos pulmões para ser purificado e voltar ao coração. William Harvey (1578-1657), mostrou que uma artéria, quando amarrada, se enche de sangue na parte voltada para o coração, enquanto a parte oposta se esvazia. Simon Stevinus (1548-1620) demonstrou a diferença entre equilíbrio instável e estável, provando a impossibilidade do moto-contínuo.
Petrarca, o precursor do humanismo italiano na idade média, escreveu: "Então não se podia ver nem o disco do sol elevar-se nas alturas do céu com fúlgida luz, nem os astros do grande mundo, nem o mar, nem o ar, nem enfim a terra. mas surgiu no início, uma massa tempestuosa, dali começaram a distinguir-se diversas partes, os elementos semelhantes se uniram a seus semelhantes e delimitaram o mundo, distribuíram seus membros, ordenaram ao lugar certo suas partes maiores, distinguindo da terra o grande céu e puseram de lado do mar, para que se estendesse com sua própria superfície aquática e igualmente puseram de lado os fogos do puro e segregado éter. De fato todos esses corpos se compõem de elementos mais lisos e redondos". Francesco Di Petraco (1304-1374) escreveu uma lírica no mesmo dialeto toscano escolhido por Dante e que serviu de base para a formação da língua italiana. Petrarca escreveu "Triunfos" e "Cancioneiro", dedicado a sua amada, a nobre dama Laura Di Noves. Seu estilo era o mesmo da poesia dos trovadores dos séculos XII e XIII, ainda escreveu ele o épico "África".
Giovanni Bocaccio (1313-1375) vem a seguir. No princípio escreveu ele somente poemas e romances (narrações em verso) sobre as alegrias e tormentos do amor. Sua primeira grande prosa foi "Fiammetta", porém sua obra prima foi "Decameron", que são várias histórias amorosas narradas por sete damas e três cavalheiros durante a peste negra.
Em 1393, chega a Veneza o erudito de Constantinopla Manuel Crisolora, convidado a ocupar a cátedra de clássicos gregos na universidade de Florença. No século XV emigram para a Itália muitos eruditos bizantinos, entre os quais Pléthon e Bessarion, que eram filósofos platônicos. Entre 1413 e 1423, vários humanistas italianos vão à Constantinopla e de lá trazem manuscritos, como os 250 de Giovanni Aurispa, incluindo escritos de Sófocles, Eurípedes e Tucídides, difundindo-se assim o platonismo, originando a academia platônica florentina da qual fizeram parte Marcílio Ficcino (1433-1499) e Pico Della Mirandolla (1463-1494), que propôs 900 teses de filosofia e teologia, arriscando-se a ser condenado por heresia.
Lourenço Valla (1406-1457) historiador escreveu "de falso credita et ementita constantini donatione", situava no prazer sereno o bem maior e condenou o ascetismo em seu "de voluptate ac vero buono". Na França, os maiores humanistas foram Lefévre e D’etaples que traduziu a Bíblia para o francês e Michel de Montaigne. Na inglaterra o grande humanista foi Thomas Morus que em seu livro "utopia" descreveu a sociedade perfeita, crendo em um Deus superior. Na Holanda o maior humanista foi Desidério Erasmo, aclamado como "príncipe dos humanistas"; órfão ainda criança, foi internado num mosteiro agostiniano, onde teve o ensejo de ler os grandes clássicos da literatura universal, tornando-se um dos homens mais cultos de seu tempo.
Do existencialismo, extrai-se o pensamento do filósofo francês Jean Paul Sartre: "O homem primeiro existe, depois é, define-se através de sua ação. O homem, pois, faz-se". No século XV, escreveu o filósofo italiano Pico Mirandola: "O homem é genericamente a soma de seus atos".
 "E disse Deus: haja luminares na expansão dos céus para haver separação entre dia e noite, e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos, e sejam para luminares na expansão dos céus para iluminar a terra, e assim foi, e fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite, e fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra" (livro de Gênesis).
  
"Desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma". (Terceira Epístola de João).


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