Os povos da
antiguidade como babilônicos, persas, egípcios, etruscos e filisteus já
praticavam a adivinhação e evocavam as sombras dos espíritos mortos. No livro
sagrado são conhecidas as fantásticas proezas realizadas pelos magos do faraó
com Moisés e Arão, lê-se no livro de Êxodo (VII-XI, XII): "e faraó também
chamou os sábios e encantadores. Porque cada um lançou sua vara, e tornaram-se
em serpentes, mas a vara de Arão tragou as varas deles". Até que os magos
se renderam e deram a explicação dos prodígios alcançados dizendo: "isto é
o dedo de Deus". No livro de Gênesis capítulo 40, José adivinha o futuro
em sonhos, a chamada Oniromancia, e no capítulo 41 José interpreta os sonhos de
um Faraó. No livro de 1Samuel (cap. XXVIII,XI-XV), a pitonisa de Endor teria
evocado ante o rei Saul o falecido profeta Samuel: "a mulher então lhe
disse: a quem te farei subir? E disse ele: faz-me subir a Samuel. E o rei lhe
disse: não temas que é que vês? Então a mulher disse a Saul: vejo deuses que
sobem da terra. E lhe disse: como é a sua figura? E disse ela: vem subindo um
homem ancião, e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel,
inclinou-se com o rosto em terra e se prostrou. Samuel disse a Saul: porque me
inquietaste, fazendo-me subir? Então disse Saul: muito angustiado estou, porque
os filisteus guerreiam contra mim e Deus se tem desviado de mim e não me
responde mais, nem pelos profetas, nem por sonhos, por isso te chamei, para que me faças saber o que hei de
fazer". No livro de Deuteronômio (XVIII,X-XII) lê-se: "entre ti não
se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho, nem adivinhador, nem
prognosticador, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte a um espírito
adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos, pois todo aquele que faz
tal coisa é abominação ao senhor". Em Atos dos Apóstolos (cap. VIII) lê-se
sobre Simão, o mágico: "e estava ali um certo homem chamado Simão, que
anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica, e tinha iludido o povo de
Samaria dizendo que era uma grande personagem. E atendiam-no, porque desde
muito tempo os havia iludido com artes mágicas". E no mesmo livro de Atos
lê-se sobre um certo Elimas: "mas resistia-lhes Elimas, o encantador"
(cap. XIII,VIII).
O poeta grego
Homero em sua obra Odisséia, escreve que Ulisses consultou os mortos com a
ajuda de Circe, o historiador Heródoto em suas "histórias" conta que Periandro, um dos sete sábios da
Grécia mandou consultar a sombra de sua mulher degolada por ele mesmo, segundo
o historiador Plutarco, também Pausânias evocou a sombra de uma jovem que
mandara matar e Calandas evocou a sombra de Aquilau, também por ele
assassinado. Conta-nos Platão que Daimon avisara a Sócrates para que não
permitisse Charmide de ir a Mênea, ela foi e acabou perecendo. Segundo uma
lenda, conta-se que o filósofo grego Aristóteles teria dado a Alexandre Magno
um tratado de Quiromancia astrológica escrito em letras de ouro, achado num
altar dedicado a Hermes e teria dito o filósofo: "as linhas não estão
escritas sem nenhuma razão nas mãos dos homens, provindo de seu destino e
influência dos astros". O orador romano Cícero recolheu e analisou
adivinhações e aparições nos tempos de Bruto. Segundo o poeta satírico Juvenal,
o imperador Augusto exercia a Quiromancia. O poeta Horácio aludiu sobre
encantamentos entre povos da antiguidade. O historiador Columela escreveu sobre
a existência de um feiticeiro de nome Dardánus. O poeta Lucano falou de uma
feiticeira chamada Ériton fera, que habitava a Tessália, Ériton seria lembrada
na Idade média pelo escritor italiano Dante Alighiere. O poeta romano Petrônio
conta que no antigo império de Roma crianças eram roubadas por feiticeiros,
para preparar seus feitiços. O historiador Suetônio informa que o imperador
augusto mandou queimar durante seu império mais de 2.000 livros sobre
feitiçaria. O historiador Tácito fala da aparição de uma mulher de forma
ultra-humana. O poeta Lucano ainda falou de evocações que eram praticadas em
lugares inóspitos de Roma. Plínio o jovem, e Plínio o velho, aludiram sobre
aparições e casas mal-assombradas e a comédia "hospedaria" do poeta
Plauto é dedicada a fantasmas.
Os Aissauas da
áfrica eram conhecidos por comerem vidros e pedras com carvões em chamas,
alhallay o mais famoso deles, teria materializado um pedaço de pão no deserto.
Um manuscrito chinês datado de 1035 a.c, relata que houveram aparições de seres
fantásticos, objetos atravessavam as paredes, ouvia-se vozes esparsas e música,
isso nos primeiros impérios da China. Hipólito e Júlio Obséquens falam-nos de produtores
de efeitos físicos usados por médiuns e feiticeiros trapaceiros na idade média.
São bem conhecidos pela mesma época os truques de Cagliostro que se dizia ser
"filho do divino".
Introduzidos em
Roma por volta do 1º século a.c, os cultos e mistérios gozaram sempre dos
favores públicos e privados por parte da nobreza. A magia tinha seus fervorosos
na Plebe e nos escravos. Nos tempos de Catão a magia já era perseguida e
inúmeras foram as leis que a proibiam. A lei das doze tábuas, por exemplo,
punia àqueles que praticavam magia. Tibério expulsou da cidade os sacerdotes
egípcios e proibiu seu culto, já Calígula admitiu os cultos e quando o templo
de Ísis foi destruído por um incêndio em 80 d.c, Domiciano o reedificou. Nero
sentia prazer em homenagear a deusa síria atargátis, e Cláudio reformou a
liturgia de Cibele e átis.
A magia era
exercida antigamente por mulheres horrendas. Segundo Horácio "por mulheres
velhas". Plínio o velho, citou em sua "história naturallis" o
nome de dois papiros mágicos: vírus lunar e fiteuma estergetron, haviam ervas
usadas pelas feiticeiras denominadas mistagogos, pastóforos, nartecóforos.
Catão transmitiu-nos uma fórmula capaz de curar entorses: "notas uaetas
daries, dardaris astataries dissunapiter". Apuléio escreveu "de magia
líber"; Sófocles "rhizotomoi"; e Horácio escreveu
"canídia" e "ságana".
A pátria
habitual das feiticeiras era a Tessália por sua riqueza em ervas medicinais e
plantas milagrosas. Segundo a mitologia, quando Hércules passou por lá com o
famigerado Cerbéro atrás, este deixou escorrer sua baba venenosa em cima de
certas plantas que se tornaram as prediletas das feiticeiras. Haviam ervas
capazes de transformar criaturas humanas em ursos, lobos e até leões, conforme
se lê nas obra de Homero e Ovídio. Essas transformações sofreram os
companheiros de Ulisses por parte de Circe. As plantas mágicas eram apanhadas
no clarão da lua com uma pequena foice de bronze, pois o ferro era considerado
nocivo à magia, as mulheres deixavam os cabelos esparsos pelos ombros, usavam
vestes flutuantes, um pé descalço e amuletos, colhiam ervas que cresciam ao
redor de sepulturas em cemitérios, a essas ervas se juntavam sapos, partes
humanas, o líquido mucoso tirado da égua quando estava no cio, cabelos, ossos
de defunto e fragmentos de unha.
Algumas feiticeiras foram acusadas de violar cadáveres de crianças, outras matavam de fome meninos inocentes e com suas entranhas preparavam os feitiços. Hécate, a deusa das encruzilhadas, era a divindade propícia às feiticeiras e com sua presença tremia a terra, baixava do céu e nos eclipses seu brilho se tornava mais intenso. O poeta Virgílio escreveria no antigo império déspota romano: "carmina vel caelo possunt deducere lunam" (os encantamentos podem mesmo fazer a lua descer do céu); e Bossuet mais tarde escreveria entre os absolutistas franceses: "tudo era Deus, exceto o verdadeiro Deus".
Algumas feiticeiras foram acusadas de violar cadáveres de crianças, outras matavam de fome meninos inocentes e com suas entranhas preparavam os feitiços. Hécate, a deusa das encruzilhadas, era a divindade propícia às feiticeiras e com sua presença tremia a terra, baixava do céu e nos eclipses seu brilho se tornava mais intenso. O poeta Virgílio escreveria no antigo império déspota romano: "carmina vel caelo possunt deducere lunam" (os encantamentos podem mesmo fazer a lua descer do céu); e Bossuet mais tarde escreveria entre os absolutistas franceses: "tudo era Deus, exceto o verdadeiro Deus".
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