O MUNDO, AS AFLIÇÕES E O DIVINO
"Tenho
vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende
bom ânimo, eu venci o mundo". (Evangelho de São João, Cap. XVI, XXXIII).
A
idade da pedra é considerada como sendo o período que compreende a aparição dos
primeiros utensílios produzidos pelo homem (700.000 – 600.000 a.C.), e o inicio
da era dos metais. No período inicial, achados na China e sudeste Asiático,
mostram que foram os australophitecus os primeiros a desenvolverem a primitiva
técnica de manejar pedras, seguidos pelo homo erectus que desenvolveu as
técnicas de entalhes para a produção de machados. Esses eram obtidos a partir
do choque de uma pedra sobre a outra, com o objetivo de produzir lâminas
cortantes a partir de pequenas lascas de pedra e facas com lascas de sílex.
Esses
instrumentos ajudavam na caça e na separação de carne para a alimentação, e de
pele e ossos para a produção de artefatos domésticos e vestimentas, por esse
período já necessárias devido a Quarta glaciação da terra. Nesta época surgem
também as primeiras agulhas, buris, pás e enxadas, as pedras passaram a ser
fontes de matéria-prima para os primeiros mobiliários .
O
favorecimento da agricultura e o manejo do solo, levaram ao desenvolvimento de
vasos cerâmicos para o transporte e acondicionamento de alimentos. Usavam mica,
bauxita e lava basáltica na confecção de peças sofisticadas.
O
período neolítico foi caracterizado pelo crescimento técnico da manipulação de
pedras, seu polimento, desenvolvimento da agricultura, seus machados, pás
primitivas, lanças e facas; depois passou-se para os objetos polidos, mais bem
acabados, permitindo a utilização em maior escala, de ossos e pedras como o
basalto e a calcita na produção de artefatos domésticos e agrícolas.
Sedentário
desde o fim do paleolítico, os homens do neolítico desenvolveram ainda mais as
práticas agrícolas. Durante o neolítico, a construção das casas era com argila,
reforçada com resíduos vegetais. Dada a disponibilidade territorial, era fácil
para os primitivos hominídeos construírem suas moradias em bases sólidas, sobre
as rochas e longe da ação das águas de rios e lagos.
Alguns
instrumentos e vasilhames foram criados para o trabalho no solo; para reforçar
a argila, misturou-se palha e cereais. No neolítico para a construção, os
primitivos usaram a madeira e restos vegetais encontrados no ambiente, como
gramíneas existentes em solos encharcados incorporados à argila na construção,
e materiais vegetais cultivados pelo homem como o trigo, esse sendo usado em
seus resíduos, como palhas e debulhos ou o grão todo. O trigo não consumido
pelo homem ou animais domésticos, era usado como material reforçador na
construção de casas, palhas cortadas e grama foram incorporadas à argila
encharcada com fins de aglutinação, facilitar a secagem e distribuir as trincas
formadas. Essas residências possuíam mobiliário, acessórios móveis e leitos,
possuíam também pisos com camadas espessas de argila, a estrutura do telhado
era de madeira e coberto de palha.
A
idade do bronze se iniciou em 3.300 a.C. e a média idade do bronze foi em 2.400
a.C., por essa época os artefatos de bronze possuíam um aspecto mais elaborado
contendo na composição chumbo.Waldbaum documentou a descoberta de ferro datando
do ano de 3.000 e 5.000 a.C., a obra "De Re mettálica", de Agrícola,
diz que um artigo egípcio datado de 3.500 a.C. já falava do uso do ferro.
Ventos
fortes e o carvão vegetal existentes nos locais habitados pelo hominideo, eram
suficientes para produzir temperaturas de até 1.200 graus célsius, adequados
para a transformação de óxidos de ferro em artefatos primitivos. Nesta técnica
o homem de neanderthal fora suplantado pelo homem de cro-magnon que era mais
valente.
Esse
era o mundo criado até então; ninguém jamais conheceu quem foram os primeiros
homens que inventaram essas primeiras armas, as primeiras técnicas de
construção e habitação, bem como a invenção da roda. Era o mundo do mais forte,
esse suplantaria o mais fraco, e assim existiram, um após o outro; babilônicos,
egípcios, hicsos, assírios, filisteus, persas, fenícios, gregos, romanos,
germanos, poetas, filósofos, impérios e carnificinas.
"enquanto
estou no mundo, sou a luz do mundo" ( João, IX,V ).
O
mundo existiu com dois tipos de seres humanos: aqueles que desistiram e aqueles
que continuaram, não esmoreceram, Esses fizeram a história. "Recebi dos
judeus cinco quarentenas de açoites menos um, três vezes fui açoitado com
varas, uma vez fui apedrejado, três vezes naufraguei, uma noite e um dia passei
no abismo; em viagens sofri com rios, salteadores, perigos dos gentios, perigos
no deserto, perigos entre os falsos irmãos. Em trabalhos e fadiga, em fome e
sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Em Damasco escapei do rei Aretas
num cesto por uma janela" ( epístola de Paulo aos Coríntios, XI )
No
ano de 95 d.C, sob o reinado de Domiciano, desencadeou-se a Segunda perseguição
aos cristãos depois da de Nero, mais de 2.000 fiéis se converteram em mártires
pela ação das forças romanas, são João evangelista por exemplo, morreu imerso
numa caldeira de óleo fervente, nem os próprios parentes do imperador eram
poupados: ao saber que seu primo, o cônsul Flávio Clemente se havia convertido
ao cristianismo, o imperador Domiciano ordenou que o decapitassem. Durante a
oitava perseguição, determinada pelo imperador Décio, haviam juizes que
ordenavam o tratamento dos ferimentos das vítimas para que estas pudessem
resistir por mais tempo e assim sofrer novos suplícios; nesse período mais de 3.000
cristãos foram martirizados.
"porventura
não chorei sobre aquele que estava aflito, ou não se angustiou a minha alma
pelo necessitado?, todavia aguardando eu o bem, então me veio o mal, esperando
eu a luz, veio a escuridão, minhas entranhas fervem e não estão quietas; os
dias da aflição me surpreendem, denegrido ando, porém não do sol, irmão me fiz
dos chacais, enegreceu-se a minha pele sobre mim, e os meus ossos estão
queimados do calor" ( livro de Jó, XXX ).
"porque
que glória será essa, se, sois esbofeteados e sofreis? Mas se, fazendo o bem,
sois afligidos e o sofreis, isso é agradável a Deus, porque para isto sois
chamados, pois também cristo padeceu por nós, o qual, quando o injuriavam, não
injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga
justamente; levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro,
para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas
feridas fostes sarados" ( epístola de Pedro, II ).
Deus
age de maneiras misteriosas, fora do tempo e do espaço, longe de nossa natureza
terrena e humana. " e orou Ezequias perante o senhor e disse: ó senhor
Deus de Israel, que habitas entre os querubins, tu mesmo, só tu és Deus de
todos os reinos da terra, foi tu quem fez os céus e a terra" ( 2 reis, XIX
).
"como
água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram, o meu coração é como
cera, derreteu-se no meio de minhas entranhas, a minha força se secou como um
caco, e a língua se me pega ao paladar, e me puseste no pó da morte, pois me
rodearam cães, o ajuntamento de malfeitores me cercou, traspassaram-me as mãos
e os pés, poderia contar todos os meus ossos, eles vêem e me contemplam,
repartem entre si as minhas vestes, e lançam sortes sobre a minha roupa, mas tu
senhor, não te afastes de mim, livra a minha alma da espada" ( salmo XXII
).
Na
Grécia antiga escreveu o filósofo Sócrates: "acredito na existência de um
Deus único, um Deus todo poderoso, dotado de sabedoria e bondade absoluta, que
são provadas com a sublime harmonia do universo e a maravilhosa organização do
corpo humano"
Platão
era conhecido na idade média como "Moisés escrevendo em grego’ . Platão na
antiguidade grega escreveria: "se tu abres os olhos, vês luz, mas o teu
olhar seguinte eleva-se para cima, para a origem de onde toda a luz é oriunda,
para o sol, e quando os olhos do espírito se abrem, vê-se a verdade, mas o
segundo olhar volta-se para onde emana toda a verdade: para o sol dos espíritos
de Deus".
"a
medida que vamos crescendo na graça, devemos nos empenhar em obter um
conhecimento sempre mais completo e perfeito de Deus. Não sabemos o que Deus é,
sabemos o que Deus não é" ( Clemente de Alexandria ).
Diferentemente
de Orígenes, que enxergava na perfeição do universo, a plena existência de
Deus; para ele, Deus sendo infinitamente perfeito, seria inacessível à nossas
mentes ilimitadas e muito menos à nossa razão.
"
de tudo o que se tem ouvido, o fim é, teme a Deus". ( eclasiastes,
XII-XIII ).
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