terça-feira, 16 de outubro de 2012

DAS COISAS DO MUNDO


DAS COISAS DO MUNDO
“Vaidade, tudo vaidade; que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol? Uma geração vai, e outra geração vem, mais a terra para sempre permanece, nada há de novo debaixo do sol”. (Salomão).
Quarenta séculos atrás, os egípcios já conheciam o óleo de rícino, o ácido acetilsalicílico e o própolis, usado como cicatrizador. Os sumérios e assírios acreditavam que se o corpo fosse aberto a alma escaparia, entre os egípcios ocorria o oposto, tanto que o corpo de Ramsés II (1279 -1212 a.c), teve suas veias e artérias retiradas, mumificadas e recolocadas em seu corpo novamente, as mulheres egípcias usavam emplastos espermicidas para não engravidarem e segundo Heródoto “as mulheres urinavam de pé e os homens de cócoras”; Em 30 a.c, os egípcios já usavam a roda de bombear água com força animal, na terceira dinastia, em 2700 a.c, os egípcios já cortavam pedras no tamanho e formato dos tijolos atuais; também já sabiam que a dureza das rochas variavam conforme sua composição mineralógica e que elas tinham pontos frágeis em suas estruturas, poliam com areia e criaram encaixes para madeiras e pedras.
Do império dos assírios temos nas divinas letras do profeta Daniel, e mandada expedir pelo grande Nabucodonosor, cujo o exordio é: “Nabucodonosor rex omnibus populis, gentibus, et linguis, qui habitant in universa terra”.
Dos mesopotâmicos temos a epopéia de Gilgamesh que dominaria os quatro mil anos posteriores.
Finalmente dos romanos disse o poeta Petrônio: “orbem jam totum victor romanus habetat, quá maré, quá terra, quá siaus currit utruq”.
A idade média produziu Tomaz de Aquino, Petrarca, Avicena, Averróes, Dante, Grosseteste, vitrais e carrinhos de mão; o sonho de Ícaro também tornou-se realidade, segundo “Metamorfoses” de Ovídio, Ícaro tentou voar com asas de cera, mais essas derreteram, pois o deus-sol achou o seu vôo uma afronta, na idade média os chineses pulavam de penhascos segurando tecidos de seda em armações de madeira, e assim planavam por  breves segundos.
O renascimento foi a época dos desbravadores, dos navios com canhões, das galeras, dos tritões que assombravam o fundo dos mares, dos guindastes que operavam com força animal, dos filósofos. Não esqueçamos de Ravel, Liszt, Stravinski, da nona sinfonia, de Mozart, época das gentes que jogavam seus dejetos pelas janelas e comiam sem garfos, época em que Luís XIV, afirmava não tomar banho porque a água lhe causava dor de cabeça e infecções na pele, época em que as mulheres urinavam nos próprios vestidos, época dos enciclopedistas.
E o homem, é o mesmo do quaternário? o Boisei, o pithecanthropus, o homo lumiens, jogado ao vento, entregue a sua própria ignorância e selvageria? Tertuliano em “apologética” afirma que nas arenas romanas: “as entranhas das feras eram comidas misturadas as vísceras humanas, bebiam também o sangue das feras selvagens ainda fresco,assim que corriam de suas veias”, Pompônio Mella escreveu: “os citas enchem suas mãos de vísceras humanas e comem” e Aurelli informou: “do vencido, já transformado num cadáver são retiradas suas partes nobres, ou seja, fígado, coração  e cérebro que são comidos em grandes bocados”.
Se os líderes lessem poesia, seriam mais sábios? Sócrates tomou cicuta e morreu, Aristóteles também se matou, Giordano Bruno foi queimado pela inquisição, exceto Platão que morreu sentado numa poltrona, todos morreram por causa de líderes estúpidos.
A primeira epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios diz assim: “e Deus escolheu as coisas vis desse mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são” (cap. I, XXVIII); no século XVI, Leonardo da Vinci viria a dizer: “homem, não te envergonhas de tua ignorância?”. Em Coríntios ( cap.II, XIV-XV) lê-se: “ora o homem natural não compreende as coisas do espírito de Deus, porque lhe parecem loucura, e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente, mais o que é espiritual discerne bem a tudo, e ele de ninguém é discernido”.
E deste mundo, alguém pode dizer algo? “A areia do mar e as gotas da chuva, e os dias do século, quem os pode contar? a altura do céu, e a extensão da terra, e a profundidade do abismo, quem os pode medir?” (livro de Eclesiastes).

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