terça-feira, 16 de outubro de 2012

AS VARIANTES DO CONHECIMENTO


AS VARIANTES DO CONHECIMENTO
“Primeiro aprenda a ser um artesão. Isso não impedirá você de ser um gênio”. (Eugene Delacroix).
“Os crocodilos derramam lágrimas quando devoram suas vítimas. Eis aí sua sabedoria”. (F. Bacon).    
                Sócrates foi considerado o maior sábio de toda a Grécia antiga, certa feita quando o zombador Aristófanes o chutou, Sócrates somente riu ao invés de revidar, fora Antístenes quem se irritou e tentou agredir à Aristófanes; Platão depois de escrever “timeu” também foi considerado sábio; não esqueçamos dos sete sábios da Grécia liderados por Tales de Mileto, considerado o maior entre eles, este afirmou que a terra era um disco achatado e, flutuando sobre as águas do mar.
                Diziam os antigos babilônicos que o caminho da sabedoria era árduo, trilhado por poucos, Buda e Gandhi foram sábios, as religiões orientais deixam claro que os sábios são homens especiais, escolhidos, que a sabedoria é gratificante, mas difícil de ser alcançada. A sabedoria faz seu próprio elogio para ganhar os corações. Segundo as escrituras sagradas, Salomão é tido como o mais sábio de todos os homens já existentes na face da terra; no livro de Jó (cap. XII,XIII-XVI) lê-se: “ sabedoria e fortaleza estão em Deus, ele possui o conselho  e a inteligência, se ele destruir ninguém edifica, se aprisionar um homem, ninguém há que  o solte, se retiver as águas, tudo secará, se a soltar, submergirão a terra, fortaleza e sabedoria nele residem, ele conhece o enganador e o que é enganado”. Sabedoria é simplicidade, como a de Pitaco de Metilene (650-569 a.c), que ficava nas ruas vendo as crianças jogarem bolinhas de gude.
                Conhecimento é sabedoria? Sabedoria é conhecimento? No existencialismo, Kierkgaard, pensador cristão, se rebelou contra a filosofia de Hegel, Kierkgaard reclamou da inexistência, no sistema de Hegel, de um espaço para a subjetividade humana, o que contemplasse a angústia; Já Heidegger apregoava  a introdução do ser na filosofia (seus conhecimentos e limitações), um esforço no sentido do entendimento do indivíduo humano e sua singularidade na existência, como em seu próprio conhecimento, sua singularidade frente a objetividade dos grandes sistemas de Karl Marx.
                Anaxágoras, no século V a.c, dizia que: “o homem pensa porque tem mãos”; Leucipo e Hipócrates, diziam que a inteligência se dava no cérebro, bem como Aristóteles pensava; no renascimento René Descartes exordiu: “penso, logo existo”; Immanuel Kant disse da “razão pura” que o homem só alcança o todo das partes, através de sua razão inerente, inteligência, conhecimento. Inteligência dos primeiros homens que usavam como armas pedras bojudas depois passaram a usar ossos, Sílex, e finalmente o marfim; primeiro habitaram as cavernas, depois casas de colmo e palha, depois palafitas e por fim o concreto armado, os homens dos carros de duas rodas (dos hicsos), e depois os de quatro rodas (dos egípcios), do fogo grego à carabina, do gnômon às ampulhetas, ao relógio mecânico, das embarcações de peles costuradas (babilônicas) para as de madeira renascentistas, às de aço de hoje em dia. Isso é evolução, inteligência humana; sem perder de vista a estupidez, que nas palavras do dramaturgo Rabelais se definem assim: “perceberás que no mundo há mais tolos do que homens” e nas de Karl Krauss que dizem: “ existem imbecis superficiais e imbecis profundos”.
                A realidade é que somos em essência uma contradição, um amontoado escarnecedor de dúvidas e incoerências; onde há calma há ira, onde há crença há descrença, onde há inteligência há estupidez, mas assim se fez a humanidade, ela assim se faz a cada dia, assim surgiram os grandes gênios, as grandes invenções, assim se fizeram guerras e armistícios, música e rituais, canibalismo e construções. Assim o existir se tornou pleno para cada um de nós.

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