terça-feira, 16 de outubro de 2012

AINDA SOBRE O SOPRO DA VIDA


AINDA SOBRE O SOPRO DA VIDA
A era Paleozóica engloba os períodos que vão do Cambriano ao Permiano, nessa época os continentes subiram e desceram, criando grandes mares interiores e geossinclinais. A movimentação dos continentes, ao longo da história do planeta, fez emergir e submergir "pontes" através das quais a fauna e a flora se espalharam pelas terras emersas.
No Cambriano, os vegetais são ainda bactérias e algas, o filo dos vertebrados começaria somente no ordoviciano, onde se encontram os primeiros fragmentos fósseis de peixes e seus antepassados. Os cordados inferiores aparecem no Cambriano, bem como os equinodermos, os brisozoários, os anelídeos, os ságitas e os onicóforos. Durante os cem milhões de anos de duração do cambriano, os mares geossinclinais se formavam na crosta terrestre, a erosão era mais violenta, a paisagem cambriana era a de doces colinas desérticas, uma paisagem plana. Geologicamente houveram dois tipos de mares rasos: os que nasceram das descidas e subidas dos blocos continentais ou os mares epicontinentais, originados de um afundamento da costa, que iam sendo atulhados por sedimentos.
Os vertebrados, por exemplo, surgiram na água, como peixes. Aos poucos produziram uma enormidade de espécies, que foram experimentando várias adaptações: águas superficiais, águas profundas, ou enterramentos na areia. Algumas espécies tentaram uma aventura aos continentes e produziram uma nova classe: os anfíbios. Esses irradiaram também em várias espécies, adaptadas ao lodo, ao mato, ao rio, subterrâneas, nadadoras ou sem pernas. De uma espécie qualquer de batráquio, surgiram os répteis e os mamíferos. E todos eles, partindo de um pequeno grupo inicial, ramificaram-se em um grande número de espécies, partindo para a conquista de todos os ambientes e subambientes. O mesozóico, foi a época dos sáurios, o cenozóico dos mamíferos e o paleozóico dos trilobitas, que eram bichos pequenos usualmente de 50 a 75 mm.
No ordoviciano e no siluriano, suas recém formadas cordilheiras deviam mover-se bastante, tanto que racharam em vários pontos e produziram, com isso, grandes erupções. O ordoviciano foi um período longo, quase tanto quanto foi o cambriano. O siluriano por sua vez foi menor. Os pluricelulares estavam se tornando maiores e mais complexos, e no siluriano invadiram a terra, nessa invasão, foram precedidos pelos vegetais. As plantas devem ter saído para o ar seco no ordoviciano, há provas da existência da presença de plantas terrestres no siluriano: são as primeiras pteridófitas, ancestrais das samambaias. Os primeiros animais de que há notícias no ar seco são os euripterídeos, os artrópodos, de corpo alongado, cauda articulada e duas pinças, parentes do trilobitas e ancestrais da classe das aranhas e dos escorpiões. No ordoviciano surge o filo dos vertebrados, no cambriano os animais são ainda muito pequenos. No ordoviciano surgem os cefalópodos, os moluscos já existiam no cambriano, mais eram formas pequenas. Seu filo como o dos artrópodos, deve-se ter originado dos vermes anelídeos, os cefalópodos classe a qual pertencem hoje os polvos e as lulas, aparecem no cambriano, como os nautilóideos, reis dos mares de antigamente.
A primeira conquista das algas, foi passar algumas horas fora da água agarradas as pedras da linha das marés. De um grupo de algas, emergiram as hepáticas e os musgos: seu parentesco com as algas é evidenciado pela semelhança de seus aparelhos reprodutores, e ainda precisam da água para reproduzir-se. O passo seguinte foram as plantas grandes, que já não necessitam das gotas de chuva para reproduzir-se, foi uma adaptação à vida terrestre sem renunciar a sexualidade. Esse fato talvez, tenha sido dado antes do siluriano, com o a parecimento da pteridófitas, que lançaram mão do método de disseminação. No devoniano, as pteridófitas, eram as principais plantas terrestres. Uma das primeiras psilofítales do devoniano foi a asteroxylon makiei, seu aparelho reprodutor de esporos, permitiu invadir a terra. a protolepidodendron do devoniano médio, foi uma das primeiras licopodíneas. A archaeopteris hibernica surge no devoniano.
O devoniano dura 40 milhões de anos e nele começa a terceira invasão da terra firme. A primeira fora a das plantas, a Segunda dos invertebrados e a terceira a dos vertebrados. Nos enormes lodaçais do continente norte atlântico, os primeiros pulmonados se arrastam pela lama; peixes cujas nadadeiras em forma de pata lhes permitem arrastar-se (os rhipidisthia) pneumobrânquios, os estegocéfalos de corpo úmido e cabeça blindada por poderosos ossos dérmicos. Alguns desses bichos são vítimas dos terríveis e abundantes tubarões fluviais. O mar está povoado de seláceos, mas boa parte deles possuem dentadura apropriada apenas para esmagar conchas de moluscos e braquiópodos, sua comida mais comum. Os dinicthys, de seis metros, o maior animal de todo o paleozóico caçam peixes. Trilobitas a graptozoários estão desaparecendo. De florestas não haviam nada, apenas musgos (briófitas), que apesar de viverem na terra firme, nunca se tornaram independentes da água abundante e nunca foram plantas grandes. Viviam a beira da pântanos, lagos e rios, fornecendo um pouco de verde de que a paisagem dispunha e servindo de pasto aos animais chegados à terra.
O carbonífero foi chamado a idade dos anfíbios e das licopodíneas. Mas o período poderia também ser conhecido como a idade das baratas. Salamandras, miriápodes, artrópodes e centopéias povoavam as florestas carboníferas, entredevorando-se e comendo folhas. Foi por esse tempo que ocorreu um fenômeno notável: apareceram os primeiros animais voadores. Os insetos deixavam-se levar por correntes aéreas. A partir dos crossopterígeos e dos peixes pulmonados do continente vermelho, tinham-se desenvolvido os primeiros anfíbios: enormes salamandras, que deviam passar boa parte do dia dentro do lodo, fugindo do sol. O primeiro grande anfíbio carbonífero conhecido foi o ictiostega, que ainda possuía muitas características dos peixes devonianos, que continuavam a viver nos lodaçais. Os labirintodontes, tinham vários metros de comprimento e botavam seus ovos sem casca, como fazem as salamandras.
Há uns sete milhões de anos atrás, de um grupo qualquer de driopitecus, antigamente chamados de procônsul, separou-se o grupo dos ramapitecus, a esse grupo de transição sucederam-se quatro estágios, que são todos considerados hominídeos: autralopitecídeo, pitecantropóide, neandhertalense e moderno. O segundo esquema simplifica ainda mais as coisas. Ele reconhece, depois dos ramapitecus, apenas três estágios: os australopitecus, no pleistoceno inferior, o homo erectus, no pleistoceno médio, e o homo sapiens, no pleistoceno superior. Esse esquema chama de homo erectus o estágio pitecantropóide e inclui o estágio neardhertalense no homo sapiens. Cronologicamente, os pequenos australopitecus antecedem os grandes. Eles eram certamente bípedes. A vantagem trazida pelo bipedismo era libertar as mãos para a manipulação, especializá-las de forma diversa dos pés para finalidades de fabricação de instrumentos.
A ciência, um pouco mais propensa a um olhar cético, dividiu a história do planeta terra em épocas geológicas e eras. Triássico, cretáceo, quaternário, eoceno, essa é a visão da ciência para explicar a evolução da história humana. Há porém, ainda muito o que se descobrir e duvidar, verdadeiras lacunas do tempo continuam perdidas em um universo insondável. É de se acreditar naquilo que o escritor e romancista português Eça de Queiroz (1846-1900), escreveu: "a ciência, realmente, só tem conseguido tornar mais intensa e forte uma certeza: a velha máxima socrática da nossa irreparável ignorância, de cada vez sabermos mais, que não sabemos nada."

"porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea". (evangelho de São Marcos, cap. X:VI).

Nenhum comentário:

Postar um comentário