segunda-feira, 5 de novembro de 2012

HISTÓRIA DA GEOLOGIA


HISTÓRIA DA GEOLOGIA

"Ó louca fantasia que palácios constróis sobre o vento". (Samaniego).

"E na verdade, caindo a montanha, desfaz-se, e a rocha se remove do seu lugar, as águas gastam as pedras, as cheias afogam o pó da terra". (Jó 14:18-19).

Com pedras, os antigos homens da pré história, fechavam suas cavernas para se protegerem do frio e das feras. Em pedras foram escritos os dez mandamentos. O ataque com pedras era o primeiro que os filisteus usavam em suas guerras. Pedras de quase uma tonelada, eram usadas nas catapultas romanas e nas de Filipe II da Macedônia. Lê-se no livro de Josué (10:11), que Deus fez chover pedras em Bete-Horom, para ajudar os filhos de Israel. Com pedradas os judeus castigavam os ímpios. De pedras foram as primeiras armas da história. Os esquimós acreditavam que os homens nasciam de pedras da terra, e doze foram o número de pedras tiradas do rio Jordão, a mando do senhor pelos filhos de Israel.
 
Os antigos gregos, foram os primeiros a escrever sobre a terra. Nos séculos VII e VI a.C., os filósofos Tales de Mileto e Anaximandro, afirmavam que os peixes fósseis, eram remanescentes da vida dos antigos tempos; também compreenderam que a água ao depositar areia e lodo na embocadura dos rios, ajudava a formar áreas de terra. No século V a.C., o historiador Heródoto, observou que a água moldava a terra; acreditava ele que os fósseis marinhos no baixo Egito, eram indícios de que o mar havia coberto antigamente aquela região. O filósofo Empédocles de Agrigento, no século V a.C., pensava que no interior do planeta havia um líquido quente, e que todas as coisas vinham da terra, do ar, do fogo ou da água. Aristóteles no século IV a.C., acreditava que a terra havia crescido tal qual a um ser vivo, até chegar a um tamanho atual. Seu discípulo, o naturalista, Teofrasto, escreveu o tratado: "a respeito das pedras", onde fala sobre rochas, minerais e fósseis. No século VII a.C., o geógrafo e historiador Estrabão, escreveu em dezessete volumes a obra "Geographia", reconhecendo que o soerguimento e afundamento de terras, resultam parcialmente da ação de vulcões e terremotos.
 
Os romanos também produziram trabalhos sobre geologia mais realistas do que os dos gregos; porém embebidos de suposições. No ano 60 d.C., Lúcio Sêneca escreve: "problemas naturais", contendo informações sobre terremotos, vulcões, águas de superfícies e águas subterrâneas. A obra "Historia Naturallis" de Plínio, o velho, abrangia todo o conhecimento humano daquela época, bem como, conhecimentos sobre rochas, mineração e fósseis. Plínio morreu em 79 d.C., quando observava a erupção do vulcão Vesúvio.
 
Em princípios da idade média por volta do ano de 1020, o médico árabe, Avicena, escreveu um texto sobre erosões, errando ao acreditar que a natureza tentava reproduzir seres vivos, à partir de seres não vivos; Avicena concluiu que: os fósseis eram tentativas mal sucedidas da natureza de formar plantas e animais.
 
Na renascença, Agricola publicou obras sobre minerais, fósseis, mineração e metalurgia; em 1546, escreveu a obra: "sobre a natureza dos fósseis", e em 1550, escreveu: "sobre a natureza dos metais. Sabe-se que o astrônomo polonês Copérnico, acreditava que a terra era um planeta em movimento, que ela fazia uma rotação sobre seu eixo a cada 24 horas, e que girava em torno do sol, gastando um ano, para completar uma volta completa. No século 17, Galileu descobriu que a gravidade, puxava os corpos para a terra, com a mesma aceleração independentemente de seu peso. No século 19, Gottlobe Werner, mineralogista alemão, acreditava que um oceano cobriu antigamente a terra toda, lentamente substâncias químicas, iam-se depositando no fundo da água, onde formavam o granito e outras rochas, acreditava que as rochas se formavam em camadas, uma vez constituída, a terra não sofreria depois qualquer alteração. (eram conhecidos como netunistas, da divindade netuno, dos romanos).
 
James Hutton, e seus seguidores, acreditavam que a lava quente dos vulcões, formava uma rocha quando se esfriava. (eram os plutonistas, de plutão, divindade grega do mundo subterrâneo). Em seu livro, teoria da terra, de 1785, afirmou que a terra sofria uma transformação gradual, e que continuaria a transformar-se.
 
Nicolas Desmarest em 1765, demonstrou que as rochas de Auvergne eram vulcânicas. O escocês James Hall, verificou que o calcário fundido, após o resfriamento, formava o mármore, e que a rochas vulcânicas, formavam granitos; defendia a ideia de que a terra transformava-se gradualmente.
 
O inglês William Smith, usou fósseis para calcular a idade dos estratos de rocha. Enquanto fazia trabalhos topográficos, verificou que as mesmas espécies de fósseis, eram encontradas nos mesmos estratos, mesmo em localidades diferentes. Em 1815, publicou os primeiros mapas geológicos, que mostravam os estratos da Inglaterra. O barão Georges Cuvier, naturalista francês, e Alexandre Brongniart, geólogo Francês, verificaram que cada camada de rocha, continha certos grupos de fósseis; também descreveram a geologia de Paris. Em 1830, Lyel, geólogo escocês, publica sua obra "princípios de geologia", apoiando o princípio do uniformitarismo de Hutton. Louis Agassiz, naturalista suíço, estudou as geleiras européias, nas décadas de 1830 à 1840; acreditava que um grande lençol de gelo se estendeu outrora, do pólo norte à Europa central; ele explicou que os campos de gelo, alteram a superfície da terra, e se movem lentamente.
 
Em 1846, Robert Mallet, um engenheiro irlandês, iniciou os estudos dos terremotos; também descobriu como medir a velocidade das vibrações que produzia na terra, mediante a explosão de cargas de pólvora.
 
Ernest Rutherford, físico inglês, sugeriu no ano de 1905, que a meia vida dos minerais radioativos, podia ser usada para calcular a idade dos próprios minerais. No ano de 1915, o geólogo escocês Arthur Holmes, publicou a obra: "radioatividade e a medição do tempo geológico", na obra, Arthur, procura determinar a idade das rochas, pelo processo da radiação.
 
As raízes da geologia moderna, se encontram em Nicolaus Steno, padre dinamarquês que em 1669, publicou um tratado sobre fósseis. Steno sustentava que os fósseis encontrados em rochas sedimentares, eram resíduos de animais que morreram no dilúvio; da mesma opinião, foram: Thomas Burnet em seu: "a sacra theory of the earth", de 1681; John Woodward, em seu "an essay toward a natural theory of the theory", de 1695, e William Whiston, em "a new theory of the theory" de 1696.
 
Em 1700, Buffon, naturalista francês, elaborou o conceito de evolução, pela variação de espécies, e publicou-o em seu "natural history".
 
A obra "Principals of geology", de 1830, é considerada a obra fundadora da geologia moderna. Cuvier, principal adversário de Lyel, sugeriu que a terra tinha enfrentado vários dilúvios, e por isso foram chamados de catastróficos; e Lyel, argumentou que a maior parte das rochas foram se formando ao longo de milhares de anos, seus seguidores foram chamados de: uniformitaristas.
 
Em 1843, Robert Chambers, publicou seu: "vestigies of the natural history of creation", na obra, tenta conciliar a bíblia, com a geologia uniformitarista, e o seu mecanismo foi chamado de: evolução temporada pelo milagre.
 
Hugh Miller, em "the testimony of the rocks" de 1857, sugeriu que o dilúvio foi um evento local, ocorrido somente naquela região. Posteriormente ao longo dos anos, descobriu-se que sua teoria estava logicamente, errada.

"No meio do caminho havia uma pedra" (Drummond).

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