quarta-feira, 6 de março de 2013

PELAS FRESTAS DE DEUS

PELAS FRESTAS DE DEUS


“E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda terra”. (Apocalipse 5:6).
“Olhei de noite, e vi um homem montado num cavalo vermelho, e ele estava parado entre as murtas que estavam na baixada; e atrás dele estavam cavalos vermelhos, malhados e brancos. E eu disse: Senhor meu, quem são estes? E disse-me o anjo que falava comigo: eu te mostrarei quem são estes. Então respondeu o homem que estava entre as murtas e disse: estes são os que o senhor tem enviado para percorrerem a terra”. (Zacarias 1:8-10).

Amarrado a um poste, com a lenha em torno, John Huss avistou através das primeiras fumaradas, uma pobre velha que arquejava, trazendo seu feixe num esforço de o queimar. Cortaram-lhe o cabelo e fizeram uma cruz em sua cabeça; a caminho do suplício, ele teve de passar por uma pira onde ardiam os seus livros. Os algozes ordenaram que se retratasse e mais uma vez ele negou com firmeza. Por fim, orou dizendo: “Senhor Jesus, por ti sofro com paciência esta morte cruel. Rogo-te que tenhas misericórdia dos meus inimigos”. Morreu John cantando Salmos.
- Sancta Simplicitas.
Em 1484, o papa Inocêncio VIII, encomendou dos padres dominicanos um livro intitulado “martelo malfeitor”; era basicamente um manual da inquisição e muito utilizado na caça às bruxas. Em sua segunda parte, ele alude que se uma mulher que estivesse sendo julgada “abrisse um sorriso” ela seria uma bruxa, e, portanto, deveria-se matá-la, esquartejando-a.
Segundo se lê no livro de Atos 7: 54-60, Estevão, que é considerado como o primeiro mártir da igreja cristã, morreu apedrejado, e suas últimas palavras foram: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito”.
“Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós... mas, tudo isso vos farão por causa do meu nome”. (Evangelho de João, Cap. 15:19-20).
Causa pasmo o que se conta no agiológio cristão, sobre os prodígios operados pela crença. A virgem e doutora Santa Catarina de Sena, pela contínua e próxima vizinhança com Deus, que lograva no trato familiar com sua divina majestade, andava tão abrasada que nem no ápice do inverno consentia senão vestidos bem poucos e singelos, tão combustão que lhe ardia em seu interior.
Terezinha de Jesus, numa manhã de inverno, aquecia uma criancinha friorenta ao aproximar-se do santíssimo sacramento. Muito mais eloquente nessas manifestações térmicas, foi São Felipe Neri, que, já velho, usava duas costelas quebradas e um respiradouro no coração, para que se abrandasse, nas lufadas matinais, o calor que o escaldava por dentro.
São João, prior do mosteiro de Bridlintonia, na Inglaterra, orava com tanto fervor de espírito, que se viam subir de sua cabeça, fumaça como água quente. Segundo relatos antigos, Santo Inácio de Loyola, ao sair da oração, mostrava um rosto coberto de chamas vivas. O noviço da companhia de Jesus, Stanislau Koska, aplicava ao peito panos molhados de água fria, para o refrigerar dos ardores que o seu coração emanava. A São Pedro de Alcântara não bastava o pano molhado, precisava de um tanque frio. E ao mergulhar, a água chiava e borbulhava, fervendo!. A dominicana napolitana Maria Vilani, para diminuir o excessivo calor de suas entranhas, causado pelo amor ao divino, bebia doze copos de água, e esta, ao cair dentro, chiava, como se a lançassem sobre algum forte braseiro. Mesmo depois de morta, no proceder do embalsamento, quando o cirurgião lhe pegou o coração, fugiu logo com a mão, por que se escaldava. Dizem que são Francisco de Assis, orava tanto que o terço lhe causou calos nos dedos das mãos.
O apóstolo de Deus, Paulo, curava, usando somente lenços; como se lê em Atos 19:11-12: “E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias. De sorte que até os lenços e aventais se levavam de seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam”. Já Pedro, curava através de sua sombra: “De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e em camilhas, para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles”. (Atos 5:15).
O teólogo britânico William Paley (1743-1805), publicou no ano de 1802, a tese do relojoeiro cego que diz o seguinte: “Assim como as partes de um relógio são perfeitamente construídas com o propósito de informar o tempo, assim também todas as partes do olho humano foram construídas com o propósito de enxergar”. Já o desafio do francês Blaise Pascal foi o seguinte: “Não apostar que Deus existe, é apostar que ele não existe. Logo, que partido tomais? Pesemos o ganho e a perda, tomando o partido de que Deus existe. Se ganhais tudo; se perdeis, nada perdeis; apostai pois, que Ele existe, sem hesitar”.
O bispo de Hipona, Santo Agostinho que fora um dos principais expoentes do pensamento escolástico se perguntou certo dia: “Quid Est ergo tempus”? – Que é o tempo? O bispo de Hipona via o tempo como movimento do sol, da lua e dos astros, e negou-o, como movimento. Antecipou a intuição do filósofo francês Bergson sobre a duração, quando disse que o dia é feito pelo movimento do sol e pela duração desse movimento, e o sol pode ficar imóvel, enquanto o tempo marcha – sol stabat sed tempus ibat. Para Agostinho, a marcha dos astros era a premissa reveladora de uma ordem divina. Na renascença das ideias, o astrônomo Kepler, acreditava que o mundo, pelo fato de ter sido feito por um criador inteligente, deveria funcionar, dentro de um padrão lógico. No seu livro “Harmonia dos mundos”, ele escreveu: “grande é o Senhor nosso Deus, grande é o seu poder e a sua sabedoria não tem fim”.
Examinando algumas citações de Einstein e sua relação com o judaísmo, é possível que ele tenha se simpatizado com as ideias de que o tempo não é absoluto, através da mensagem contida no Salmo 90:4, que diz: “Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite”. Os salmos eram para Einstein de uma beleza indescritível e reveladores de verdades a que ele chamou de “religião cósmica”.
Já Colombo, usou o versículo “Ele é o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; é ele o que estende os céus como cortina, e os desenrola como tenda, para neles habitar”, de Isaías 40:22, para provar que a terra era redonda e conseguir com isso os recursos financeiros necessários para a sua viagem. É como Kepler escreveu: “o mundo da natureza, o mundo do homem, o mundo de Deus: todos eles se encaixam”.

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