terça-feira, 26 de março de 2013

O INFINITO E O RASO


 

O INFINITO E O RASO



 


“Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei, e disseram à oliveira: reina tu sobre nós. Porém a oliveira lhes disse: deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores? Então disseram as árvores à figueira: vem tu, e reina sobre nós. Porém a figueira lhes disse: deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto, e iria pairar sobre as árvores? Então disseram as árvores à videira: vem tu, e reina sobre nós. Porém a videira lhes disse: deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores? Então todas as árvores disseram ao espinheiro: vem tu, e reina sobre nós. E disse o espinheiro às árvores: se, na verdade me ungis por rei sobre vós, vinde, e confiai-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro que consuma os cedros do Líbano”. (Livro de Juízes cap. 9 vers. 8-15).

 
“Pois, nós, nascemos ontem e não sabemos nada. Nossos dias na terra não passam de uma sombra”. (Livro de Jó cap. 8 vers. 9).

 
"Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo”. (Mateus cap. 13 vers. 35).

 

O livro de II Reis Cap. 20 lê-se que: Ezequias adoeceu mortalmente, e o profeta Isaías, filho de Amós veio a ele e lhe disse: assim diz o senhor: põe em ordem a tua casa, por que morrerás e não viverás. Ao ouvir estas palavras, chorou Ezequias amargamente e disse: “Senhor suplico-te lembrar de que andei diante de ti em verdade com o coração perfeito, e fiz o que era bom aos teus olhos”. Então o senhor falou a Isaías: volta, e dize a Ezequias, capitão do meu povo: assim diz o senhor, o Deus de Davi, teu pai: ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te sararei; ao terceiro dia subirás à casa do Senhor. E acrescentarei aos teus dias, quinze anos; e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti, e a esta cidade; e ampararei esta cidade por amor de mim. E Ezequias disse a Isaías: qual é o sinal de que o senhor me sarará, e de que ao terceiro dia subirei à casa do senhor? Disse Isaías: isto te será sinal da parte do senhor, de que o senhor cumprirá a palavra que disse: adiantar-se-á a sombra dez graus, ou voltará dez graus atrás? Então disse Ezequias: é fácil que a sombra decline dez graus; não seja assim, mas, volte a sombra dez graus atrás. Então o profeta Isaías clamou ao senhor; e fez voltar a sombra dez graus atrás, pelos graus que tinha declinado no relógio de sol de Acaz.

Já no livro de Isaías cap. 38 vers. 8, lê-se: “eis que farei retroceder dez graus, a sombra lançada pelo sol declinante no relógio de Acaz. Assim, retrocedeu o sol, os dez graus que já tinha declinado”.

Os relógios de sol eram usados pelos egípcios; estes o chamavam de Gnomon. Era basicamente uma estaca fincada no chão, e à medida que o sol avançava a sombra que se projetava ao redor, media o tempo.
 
 

Diferentemente das clepsidras que eram relógios de água, muito frequentes nos julgamentos da Grécia antiga.
 

Shakespeare referiu-se à "ciranda do tempo", seu compatriota Andrew Marvell à "carruagem alada do tempo aproximando-se veloz". Marcel Proust escreveu: "os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem" e o físico Robert Jastrow escreveu: "o universo está parando aos poucos como um relógio de corda, isso nos leva a crer, que, em algum momento ele deve ter recebido essa corda".

Salomão, autor de Eclesiastes, escreveu que há tempo para tudo, e que também não há nada de novo debaixo do sol. Isaque orou vinte anos para seu filho nascer. Ana orou sete anos. O povo de Deus ficou escravizado, mais de 430 anos no Egito; perambulou mais 40 anos pelo deserto; mais sete anos foram escravizados pelos midianitas; e 70 anos ficaram exilados na babilônia. Abraão recebeu a promessa que sua descendência seria como a areia da praia. Assim, Sara permaneceu estéril até a velhice; quando aos 100 anos de idade Deus abriu-lhe a madre. No hiato entre a promessa e seu cumprimento, Abraão apenas esperou confiante na fidelidade de Deus. Paulo percorreu mais de 16 mil quilômetros pregando o evangelho. Escreveu sua carta à Timóteo, preso em Roma, numa sala com pouco mais de 3x2 de tamanho. A resposta para tudo isso era a confiança em Deus. O profeta Daniel, nos dá a resposta: “mas, há um Deus no céu, o qual revela os mistérios”. (Daniel cap. 2 vers. 28). Foi confiando nesse Deus, que Daniel previu a existência e a queda de impérios que ainda nem existiam na história do mundo.

O historiador Will Durant, em seu livro “a idade da fé”, mostrou que a moral dos conventos medievais caíam, à medida que aumentavam suas riquezas; tal riqueza advinda de um trabalho intenso e um estilo de vida miserável, transformou-se em sua maior desgraça.
 

Os monges não prestaram mais atenção nas diversas matizes da natureza caída do homem, esquecendo-se até, em certas ocasiões, da grandeza de Deus. Reclusos e com uma visão obtusa da realidade, não se rodearam mais da atmosfera arejada e pura de Deus; sucumbindo assim, aos mais grotescos pecados. Se tivessem dado ouvidos a algumas cabeças pensantes da época, saberiam que a natureza dá vazão aos instintos dos homens, de acordo com suas posses. Nos mosteiros, a despeito de toda disciplina para orar e combater o mal, os abades passavam por cima das regras monásticas; gostavam de caça, jogos e política, e seu exemplo, contaminava os monges. Geraldo Cambresis escreveu: “ninguém se achava salvo de sua concupiscência”. Cesário de Heisterbach, conta uma história muitas vezes repetida na idade média de um abade e um jovem monge que viajavam a cavalo. O jovem viu as mulheres pela primeira vez: “o que são elas”? Perguntou. Respondeu o abade: “demônios”. “pensei que fossem as mais belas criaturas deste mundo”. Redarguiu o monge. Um relevo no portal do julgamento em Reims, mostra um diabo arrastando homens condenados ao inferno. Há entre eles a figura de um bispo.

De acordo com a People's Bible Encyclopedia, "Moloque encarnava o sol causticante do verão, que seca os ribeiros e chicoteia a terra com aridez, pestes e ventos". Moloque exigia o sacrifício de crianças. Na dança das chamas ouviam-se gritos de morte; (O rei Salomão foi destituído de seu trono quando permitiu que algumas de suas 300 mulheres, construíssem templos à esse ídolo pagão que consumia a vida dos inocentes). O paganismo começa com Ninrode, personagem do livro de Gênesis. O Éden já não existia. Os homens tornaram-se habilidosos caçadores de animais selvagens. Ninrode era grande caçador (Gênesis 10:8-10).

O linguista Alexander Hislop crê que o nome "Ninrode" vem de duas raízes: "nimr" - leopardo; e rad - subjugar. Seu nome poderia ser traduzido como "o conquistador dos leopardos", forma mais avançada de idolatria na Grécia e no Egito que adornavam seus sacerdotes com mantos de leopardo. Para os romanos ele se tornou marte, o rebelde.

As lendas a respeito de Ninrode sustentavam que ele persuadiu as pessoas a olharem para ele como senhor da terra; convenceu-os a não mais dependerem de Deus. Ninrode temia o nascimento de um líder que levasse o povo a retornar à Deus. As lendas antigas afirmam que ele também ordenou um infanticídio em massa (à semelhança de Faraó e Herodes); a criança que ele inutilmente desejava matar era Abraão, o primeiro patriarca dos Judeus.

Sabe-se que o princípio do reinado de Ninrode foi Babel (Gênesis 10:10), a primeira cidade da Babilônia e lugar da nefasta torre. Matthew Henry diz que a torre de Babel conhecida mais tarde pelos gregos como o templo de Belus, fazia parte de um complexo de sete outras torres, uma subindo sobre a outra como se fossem grandes degraus; cada uma, dedicada aos sete deuses planetários: saturno ao pé e ascendendo, vênus, júpiter, mercúrio, marte, a lua e o sol.  

O nome Babel significa "confusão"; o projeto de unir a humanidade espiritualmente em torno de forças criadas como autônomas no universo, foi destruído por um simples gesto de Deus. Deus confundiu suas línguas e os espalhou sobre a terra. Frustrados, deixaram apenas o triste e humilhante registro histórico de serem o primeiro reino edificado fora do propósito de Deus.

O mundo antigo conhecia a profecia que a "semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente e esta lhe feriria o calcanhar". Sabia que a libertação da humanidade, custaria a vida do seu libertador. Apolo matou a serpente Pito; Hércules enforcou cobras ainda no berço; Calia, a serpente maligna, foi morta por Vishnu; Semíramis, suposta esposa de Ninrode, supôs que a morte do mesmo seria redentora e que ele voltaria.

As imagens das deusas nas religiões pagãs trazem a figura de uma mulher com uma criança no colo. No Egito é Ísis e Horus; Na Ásia, Cibele e Deoius; em Roma, Fortuna e Júpiter; Na Grécia, Ceres e Pluto.

Salomão, influenciado por suas muitas mulheres, importara para Israel um culto à Astarote (I Reis 11:05); ofereceu meninos e meninas em sacrifício à Moloque. O profeta Jeremias, denuncia que os judeus queimavam incenso à uma divindade feminina, chamada rainha do céu (Jeremias 44: 17). "O rei Asa, depôs também a Maaca, sua mãe, para que não fosse mais rainha, por causa da idolatria". (II Crônicas 15:16).

Deus governa o seu universo em todos os sentidos. Deus é incausado, impessoal, onipotente, imutável. A rigidez, desígnio e lógica no cerne do universo, demonstra a sua magnificência. Deus criou, portanto, a humanidade, para que todos ao perceberem  a excelência de quem ele era, experimentassem um relacionamento dinâmico, autêntico e libertador com ele. sua motivação era formar à sua semelhança moral, homens e mulheres que se relacionassem consigo. René Kivitz nos diz que: "uma rápida olhada na bíblia, vai nos indicar que o grande desejo de Deus é repartir sua vida com as pessoas".

 A mais sublime fase do processo de Deus, repartir sua vida com as pessoas, aconteceu na encarnação em jesus de Nazaré; pois, em Cristo, Deus pôde ser ouvido, visto e tocado. Deus não criou as pessoas para seu serviço somente; ele desejou envolver-se conosco e tornar a humanidade participante de sua natureza moral.

 Deus se revelou ao homem pela primeira vez ao criar Adão, e não ao falar com ele. Adão se tornou alma viva ao conhecer a Deus (e Deus se fez conhecer), do contrário, nada do que hoje existe, existiria.
 

Os atos de Deus culminam na pessoa de Cristo, que é suficiente para nossa salvação. Deus apenas respirou dentro do homem e lhe deu vida; isto é a revelação dada ao homem. Deus fala através do Espirito Santo num homem que fala aos homens, esse é o Cristo.

A bíblia é a ciência da criação e a ciência da salvação; é a criação dos céus e da terra; a vida que ressumbrou em um sopro e a salvação por Jesus Cristo. Gênesis cap. 3 vers. 15: “[...] esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Este é o Proto-evangelho; Deus teria uma presença física no mundo; Deus viria nos visitar; nós o conheceríamos intimamente através de Cristo Jesus.

 

 

 

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