O INFINITO E
O RASO
“Foram uma
vez as árvores a ungir para si um rei, e disseram à oliveira: reina tu sobre
nós. Porém a oliveira lhes disse: deixaria eu a minha gordura, que Deus e os
homens em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores? Então disseram as árvores
à figueira: vem tu, e reina sobre nós. Porém a figueira lhes disse: deixaria eu
a minha doçura, o meu bom fruto, e iria pairar sobre as árvores? Então disseram
as árvores à videira: vem tu, e reina sobre nós. Porém a videira lhes disse:
deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as
árvores? Então todas as árvores disseram ao espinheiro: vem tu, e reina sobre
nós. E disse o espinheiro às árvores: se, na verdade me ungis por rei sobre
vós, vinde, e confiai-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do
espinheiro que consuma os cedros do Líbano”. (Livro de Juízes cap. 9 vers.
8-15).
"Para que se cumprisse o que fora dito pelo
profeta, que disse: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas
ocultas desde a fundação do mundo”. (Mateus cap. 13 vers. 35).
O livro de II Reis Cap. 20 lê-se que: Ezequias
adoeceu mortalmente, e o profeta Isaías, filho de Amós veio a ele e lhe disse:
assim diz o senhor: põe em ordem a tua casa, por que morrerás e não viverás. Ao
ouvir estas palavras, chorou Ezequias amargamente e disse: “Senhor suplico-te
lembrar de que andei diante de ti em verdade com o coração perfeito, e fiz o
que era bom aos teus olhos”. Então o senhor falou a Isaías: volta, e dize a
Ezequias, capitão do meu povo: assim diz o senhor, o Deus de Davi, teu pai:
ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te sararei; ao terceiro dia
subirás à casa do Senhor. E acrescentarei aos teus dias, quinze anos; e das
mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti, e a esta cidade; e ampararei esta
cidade por amor de mim. E Ezequias disse a Isaías: qual é o sinal de que o
senhor me sarará, e de que ao terceiro dia subirei à casa do senhor? Disse
Isaías: isto te será sinal da parte do senhor, de que o senhor cumprirá a
palavra que disse: adiantar-se-á a sombra dez graus, ou voltará dez graus
atrás? Então disse Ezequias: é fácil que a sombra decline dez graus; não seja
assim, mas, volte a sombra dez graus atrás. Então o profeta Isaías clamou ao
senhor; e fez voltar a sombra dez graus atrás, pelos graus que tinha declinado
no relógio de sol de Acaz.
Já no livro de Isaías cap. 38 vers. 8, lê-se: “eis que
farei retroceder dez graus, a sombra lançada pelo sol declinante no relógio de
Acaz. Assim, retrocedeu o sol, os dez graus que já tinha declinado”.
Os relógios de sol eram
usados pelos egípcios; estes o chamavam de Gnomon. Era basicamente uma estaca
fincada no chão, e à medida que o sol avançava a sombra que se projetava ao
redor, media o tempo.
Diferentemente das clepsidras que eram relógios de
água, muito frequentes nos julgamentos da Grécia antiga.
Shakespeare referiu-se à
"ciranda do tempo", seu compatriota Andrew Marvell à "carruagem
alada do tempo aproximando-se veloz". Marcel Proust escreveu: "os
dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem" e o
físico Robert Jastrow escreveu: "o universo está parando aos poucos como um
relógio de corda, isso nos leva a crer, que, em algum momento ele deve ter
recebido essa corda".
Salomão, autor de
Eclesiastes, escreveu que há tempo para tudo, e que também não há nada de novo
debaixo do sol. Isaque orou vinte anos para seu filho nascer. Ana orou sete
anos. O povo de Deus ficou escravizado, mais de 430 anos no Egito; perambulou
mais 40 anos pelo deserto; mais sete anos foram escravizados pelos midianitas;
e 70 anos ficaram exilados na babilônia. Abraão recebeu a promessa que sua
descendência seria como a areia da praia. Assim, Sara permaneceu estéril até a
velhice; quando aos 100 anos de idade Deus abriu-lhe a madre. No hiato entre a
promessa e seu cumprimento, Abraão apenas esperou confiante na fidelidade de
Deus. Paulo percorreu mais de 16 mil quilômetros pregando o evangelho. Escreveu
sua carta à Timóteo, preso em Roma, numa sala com pouco mais de 3x2 de tamanho.
A resposta para tudo isso era a confiança em Deus. O profeta Daniel, nos dá a
resposta: “mas, há um Deus no céu, o qual revela os mistérios”. (Daniel cap. 2
vers. 28). Foi confiando nesse Deus, que Daniel previu a existência e a queda
de impérios que ainda nem existiam na história do mundo.
O historiador Will
Durant, em seu livro “a idade da fé”, mostrou que a moral dos conventos
medievais caíam, à medida que aumentavam suas riquezas; tal riqueza advinda de
um trabalho intenso e um estilo de vida miserável, transformou-se em sua maior
desgraça.
Os monges não prestaram
mais atenção nas diversas matizes da natureza caída do homem, esquecendo-se
até, em certas ocasiões, da grandeza de Deus. Reclusos e com uma visão obtusa
da realidade, não se rodearam mais da atmosfera arejada e pura de Deus;
sucumbindo assim, aos mais grotescos pecados. Se tivessem dado ouvidos a
algumas cabeças pensantes da época, saberiam que a natureza dá vazão aos
instintos dos homens, de acordo com suas posses. Nos mosteiros, a despeito de toda
disciplina para orar e combater o mal, os abades passavam por cima das regras
monásticas; gostavam de caça, jogos e política, e seu exemplo, contaminava os
monges. Geraldo Cambresis escreveu: “ninguém se achava salvo de sua
concupiscência”. Cesário de Heisterbach, conta uma história muitas vezes
repetida na idade média de um abade e um jovem monge que viajavam a cavalo. O
jovem viu as mulheres pela primeira vez: “o que são elas”? Perguntou. Respondeu
o abade: “demônios”. “pensei que fossem as mais belas criaturas deste mundo”.
Redarguiu o monge. Um relevo no portal do julgamento em Reims, mostra um diabo
arrastando homens condenados ao inferno. Há entre eles a figura de um bispo.
De acordo com a People's Bible Encyclopedia,
"Moloque encarnava o sol causticante do verão, que seca os ribeiros e
chicoteia a terra com aridez, pestes e ventos". Moloque exigia o
sacrifício de crianças. Na dança das chamas ouviam-se gritos de morte; (O rei
Salomão foi destituído de seu trono quando permitiu que algumas de suas 300
mulheres, construíssem templos à esse ídolo pagão que consumia a vida dos
inocentes). O paganismo começa com Ninrode, personagem do livro de
Gênesis. O Éden já não existia. Os homens tornaram-se habilidosos
caçadores de animais selvagens. Ninrode era grande caçador (Gênesis 10:8-10).
O linguista Alexander
Hislop crê que o nome "Ninrode" vem de duas raízes: "nimr"
- leopardo; e rad - subjugar. Seu nome poderia ser traduzido como "o
conquistador dos leopardos", forma mais avançada de idolatria na Grécia e
no Egito que adornavam seus sacerdotes com mantos de leopardo. Para os romanos
ele se tornou marte, o rebelde.
As lendas a respeito de
Ninrode sustentavam que ele persuadiu as pessoas a olharem para ele como senhor
da terra; convenceu-os a não mais dependerem de Deus. Ninrode temia o
nascimento de um líder que levasse o povo a retornar à Deus. As lendas antigas
afirmam que ele também ordenou um infanticídio em massa (à semelhança de Faraó
e Herodes); a criança que ele inutilmente desejava matar era Abraão, o primeiro
patriarca dos Judeus.
Sabe-se que o princípio do reinado de Ninrode
foi Babel (Gênesis 10:10), a primeira cidade da Babilônia e lugar da nefasta
torre. Matthew Henry diz que a torre de Babel conhecida mais tarde pelos gregos
como o templo de Belus, fazia parte de um complexo de sete outras torres, uma
subindo sobre a outra como se fossem grandes degraus; cada uma, dedicada aos
sete deuses planetários: saturno ao pé e ascendendo, vênus, júpiter, mercúrio,
marte, a lua e o sol.
O nome Babel significa
"confusão"; o projeto de unir a humanidade espiritualmente em torno
de forças criadas como autônomas no universo, foi destruído por um simples
gesto de Deus. Deus confundiu suas línguas e os espalhou sobre a terra.
Frustrados, deixaram apenas o triste e humilhante registro histórico de serem o
primeiro reino edificado fora do propósito de Deus.
O mundo antigo conhecia
a profecia que a "semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente e esta
lhe feriria o calcanhar". Sabia que a libertação da humanidade, custaria a
vida do seu libertador. Apolo matou a serpente Pito; Hércules enforcou cobras
ainda no berço; Calia, a serpente maligna, foi morta por Vishnu; Semíramis,
suposta esposa de Ninrode, supôs que a morte do mesmo seria redentora e que ele
voltaria.
As imagens das deusas
nas religiões pagãs trazem a figura de uma mulher com uma criança no colo. No
Egito é Ísis e Horus; Na Ásia, Cibele e Deoius; em Roma, Fortuna e Júpiter; Na
Grécia, Ceres e Pluto.
Salomão, influenciado
por suas muitas mulheres, importara para Israel um culto à Astarote (I Reis
11:05); ofereceu meninos e meninas em sacrifício à Moloque. O profeta Jeremias,
denuncia que os judeus queimavam incenso à uma divindade feminina, chamada
rainha do céu (Jeremias 44: 17). "O rei Asa, depôs também a Maaca, sua
mãe, para que não fosse mais rainha, por causa da idolatria". (II Crônicas
15:16).
Deus governa o seu
universo em todos os sentidos. Deus é incausado, impessoal, onipotente,
imutável. A rigidez, desígnio e lógica no cerne do universo, demonstra a
sua magnificência. Deus criou, portanto, a humanidade, para que todos ao
perceberem a excelência de quem ele era, experimentassem um
relacionamento dinâmico, autêntico e libertador com ele. sua motivação era
formar à sua semelhança moral, homens e mulheres que se relacionassem consigo.
René Kivitz nos diz que: "uma rápida olhada na bíblia, vai nos indicar que
o grande desejo de Deus é repartir sua vida com as pessoas".
A mais sublime fase do processo de Deus, repartir
sua vida com as pessoas, aconteceu na encarnação em jesus de Nazaré; pois, em
Cristo, Deus pôde ser ouvido, visto e tocado. Deus não criou as pessoas para
seu serviço somente; ele desejou envolver-se conosco e tornar a humanidade
participante de sua natureza moral.
Deus se revelou ao homem pela primeira vez ao criar
Adão, e não ao falar com ele. Adão se tornou alma viva ao conhecer a Deus (e
Deus se fez conhecer), do contrário, nada do que hoje existe, existiria.
Os atos de Deus culminam
na pessoa de Cristo, que é suficiente para nossa salvação. Deus apenas respirou
dentro do homem e lhe deu vida; isto é a revelação dada ao homem. Deus fala
através do Espirito Santo num homem que fala aos homens, esse é o Cristo.
A bíblia é a ciência da criação e a ciência da
salvação; é a criação dos céus e da terra; a vida que ressumbrou em um sopro e
a salvação por Jesus Cristo. Gênesis cap. 3 vers. 15: “[...] esta te ferirá a
cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Este é o Proto-evangelho; Deus teria uma
presença física no mundo; Deus viria nos visitar; nós o conheceríamos
intimamente através de Cristo Jesus.