sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

DERIVA CONTINENTAL


 

DERIVA CONTINENTAL



Os antigos sumerianos, que viviam no vale do tigre Eufrates, presenciaram uma aterradora enchente ocorrida no ano de 2800 a. C, a impressão neles causada foi tanta, que passaram a datar seus eventos antes e depois do dilúvio. Surgiu assim, uma lenda sumeriana do dilúvio, lenda essa, contida no primeiro romance épico conhecido, a lenda de Gilgamesh, rei da cidade sumeriana de Uruck em suas aventuras ele encontra Ut Napishtin, cuja família era a única sobrevivente. O épico se popularizou e se tornou conhecido bem além dos limites da cultura sumeriana e daquelas que a sucederam.

 


A interpretação correta dos fósseis remanescentes de espécies extintas se deu no século 18 com Charles Bonnet (1720-1793), ele concordava que os fósseis eram realmente remanescentes de espécies extintas, que tinham tido seu período de vida próprio, mas cria que elas haviam morrido em uma ou outra das  catástrofes planetárias que haviam assolado o mundo em algumas eras. Dessas catástrofes, o dilúvio de Noé era o último representante após cada catástrofe, as sementes e outros remanescentes da vida pré-histórica se desenvolviam em novas e mais avançadas formas.


 
Essa noção foi retomada pelo anatomista francês Barão Georges Cuvier (1769-1832). Ele concluiu que quatro catástrofes, sendo a última delas o dilúvio, explicariam os fósseis, contudo, quanto mais fósseis eram descobertos, ficava mais evidente que mais e mais catástrofes eram necessárias para limpar e abrir caminho para outras.


 
Em 1849, um discípulo de Cuvier, Alcide D’ Orbigny (1802-1857), concluiu que não menos de 27 catástrofes tiveram que acontecer. D’Orbigny, foi a última expressão do catastrofismo na comunidade científica. Calamidades sempre existiram na história da terra, e a vida sempre foi por elas afetada, porém nenhuma catástrofe ocorreu de modo que acabasse  com a vida, forçando-a a recomeçar do zero.




A vida é sem sombra de dúvida contínua, e jamais desde que apareceu, há 3 bilhões de anos, deu qualquer sinal de uma interrupção absoluta. A cada momento de todo esse tempo, a terra parece ter sido ocupada por coisas vivas e em rica profusão. Qualquer asserção de que a terra, de tanto em tanto tempo, dá uma guinada de 180 graus, de nodo que o que antes era polar vira temperado ou tropical e vice-versa, sempre encontra seus adeptos. Dessa maneira, pode-se explicar por que alguns mamutes siberianos parecem ter congelado tão depressa, mas supor que os mamutes fizeram algo tão simples como cair numa fenda de geleira ou num pântano congelado é insuficiente. Além do mais, mesmo que a terra desse essa guinada, uma área tropical não se congelaria rapidamente, pois a perda de calor leva tempo. Além disso, é totalmente improvável que a terra dê essa guinada, pois existe um bojo equatorial, resultado da rotação terrestre, que faz com que a terra se comporte como um gigantesco giroscópio. As leis da mecânica que governam o movimento de um giroscópio estão perfeitamente compreendidas, e a quantidade de energia necessária para fazer a terra dar uma guinada de 180 graus é enorme. Uma sugestão medidora é que não é a terra como um todo que dá essa guinada, mas sua crosta fina. A crosta, cuja espessura equivale a somente 0,3 % da massa da terra, repousa sobre o manto terrestre, uma espessa camada de rochas que, se não é muito quente para ser derretida, ainda é bem quente para ser macia. De vez em quando, a crosta escorrega pelo manto, produzindo todos os efeitos referentes à vida na superfície.
O primeiro a sugerir isso, foi o escritor alemão Carl Loffelholz Von Colberg, em 1886. O que causaria tal deslizamento da crosta? Sugere-se que a vasta calota polar sobre a Antártida não esta totalmente centralizada no pólo sul, resultaria então que a rotação terrestre causaria uma vibração descentralizada que desprenderia a crosta e a faria deslizar. Mas isso é muito improvável, pois o manto não é suficientemente macio para que a crosta deslize sobre ele e, se o fosse, o bojo equatorial ainda assim o manteria no lugar.
A primeira pessoa a escrever sobre a deriva continental foi o geólogo alemão Alfred Lothar Wegener (1880-1930), num livro intitulado “The Origin of Continents and Oceans” de 1912. Apesar de pelos idos de 1612, o inglês Francis Bacon (1561-1626), ter escrito que a América do sul e a África já estiveram juntas. Os continentes são compostos por rochas menos densas que o fundo do mar, basicamente feita de granito; o fundo do mar é essencialmente de basalto. Essa deriva continental poderia ser a resposta para um enigma biológico. Espécies similares de plantas e animais existem nas mais diversas porções do mundo, porções separadas por oceanos, que não poderiam ter sido cruzados por esses animais e plantas.

Em 1880, o geólogo austríaco Edward Seuss explicou isso pressupondo já ter havido pontes de terra ligando os continentes. Ele imaginou um supercontinente que se estendia por todo o hemisfério sul para explicar como essas espécies alcançaram diferentes massas de terra agora amplamente afastadas. Essa ideia se popularizou, mas, quanto mais os geólogos aprendiam a respeito do fundo do mar, menos se lhes parecia possível que o fundo do mar pudesse um dia ter sido parte de continentes. Teria mais sentido um movimento lateral, com um único continente se fragmentando. Wegener sugeriu que, em dada época, todos os continentes existiram como um só bloco de terra em meio a um vasto oceano. A esse super continente ele deu o nome de Pangéia (do grego “toda a terra”). Por alguma razão, Pangéia se quebrara em diversos fragmentos que se foram separando até, finalmente, o arranjo continental de hoje se estabelecer. As camadas mais profundas dos continentes terrestres eram rijas demais para permitir que eles deslizassem. A América do Sul e a África estavam tão fixadas em seus respectivos lugares que seria impossível que uma ou outra deslizasse através do basalto. Por 40 anos, as teorias de Wegener foram desconsideradas.



 



Os fósseis de algumas rochas continentais chegavam a ter 600 milhões de anos; porém, os do fundo do atlântico, que teria se formado após a fragmentação de Pangéia, não poderiam ser tão velhos. E, com efeito, nenhum fóssil com mais de 135 milhões de anos, jamais foi localizado nas rochas do fundo do oceano atlântico. Crescente evidência se acumulava a favor do deslizamento continental. A chave do problema veio com a análise do fundo do atlântico; que está oculto por um opaco lençol de água de quilômetros de profundidade. A primeira ideia de que poderia haver algo lá embaixo, data de 1853, quando foi necessário fazer sondagens, a fim de se instalar um cabo telegráfico no atlântico de modo que, a Europa e a América pudessem e comunicar por sinais elétricos. Na época, descobriu-se um platô submarino no meio do oceano. O atlântico parecia muito mais raso no meio que nos lados, e o centro raso, foi chamado “planalto do telégrafo” em homenagem a esse cabo.
Na década de 20, um navio oceanográfico alemão, começou a fazer sondagens no atlântico, por meio do sonar; e por volta de 1925, demonstrou-se que uma imensa cordilheira submarina recortava o centro do oceano atlântico, em toda a sua extensão. Mais tarde, descobriu-se que o globo era circundado por uma longa e sinuosa “cordilheira centro-oceânica”. Depois da segunda guerra mundial, os geólogos americanos William Maurice Ewing (1906 a 1974), e Bruce Charles Heezen (1924 a 1977), em 1953, demonstraram que, ao longo de toda extensão da cordilheira, descendo até sua base, corria uma profunda garganta. Mais tarde, descobriu-se que ela existia em todas as porções da cordilheira centro oceânica e, por isso, é chamada de “grande fissura global”.
A grande fissura global parece dividir a crosta terrestre em grandes placas, que em alguns casos, chegam a ter de 70 a 150 quilômetros de profundidade. São chamadas de placas tectônicas, da palavra grega “Tekton” (carpinteiro), porque as diversas placas parecem estar cuidadosamente encaixadas. A descoberta das placas tectônicas confirmou a noção do deslizamento continental, mas, não da forma que Wegener advogava. Os continentes não flutuavam e derivavam pelo basalto. Um continente específico, unido a porções do fundo do mar adjacente, era parte integrante de uma placa específica. Os continentes só se moviam, se as placas também se movessem.
Em 1960, o geólogo americano Harry Hammond Hess (1906 a 1969), apresentou provas a favor da expansão do fundo do mar. Rochas quentes derretidas lentamente verteram das grandes profundezas até a grande fissura global no centro do atlântico, e se solidificaram na superfície ou perto dela. Isso forçou as duas placas a se separarem, em alguns lugares de dois a dezoito centímetros por ano. Com sua separação, a América do Sul e África, por exemplo, foram forçadas a se separar; em outras palavras: os continentes não se desgarraram, foram empurrados.


 
Quando duas placas são pressionadas, uma contra a outra vagarosamente, surge um enrugamento e formam-se cadeias montanhosas. Se forem pressionadas mais rapidamente, uma escorrega por baixo da outra; atinge regiões quentes e derrete. O fundo do mar é pressionado para baixo, para formar “fossas”. Os continentes se agrupam numa única e gigantesca massa de terra; e então, se dividem novamente, repetidas vezes. A última vez em que a Pangéia se formou, foi há 225 milhões de anos; quando os dinossauros apenas começavam a evoluir; e principiou a se romper a 180 milhões de anos.
A terra é formada por aproximadamente seis trilhões de trilhões de quilos de rochas e metais. A natureza de sua formação se deve em grande parte, ao campo gravitacional gerado por toda essa massa. Desse modo, ao fundir-se pela ação do campo gravitacional, o material constitutivo da terra foi forçado a ocupar a área mais próxima do centro. Cada porção de terra se dirigia ao centro, até que seu caminho era bloqueado por outra porção. Finalmente, cada porção de terra, estava tão próxima do centro, que o planeta inteiro apresentava energia potencial mínima. A terra moldada esfericamente pela gravitação é firme e compacta; os átomos que a compõem se encontram em contato; e à medida que adentra a crosta terrestre, os átomos se comprimem mais ainda pelo peso das camadas superiores. Esse peso representa a força da gravidade.


O sol tem uma massa 330 vezes maior que a da terra. Seu campo gravitacional é 330 vezes maior; quando o sol se formou, a intensidade da força que o moldou como esfera, era proporcional a isso. Com a ação de força tão intensa, os átomos do centro do sol se romperam sob o peso colossal das camadas superiores. Os átomos são cápsulas de ondas de elétrons com massa muito pequena. O núcleo tem um diâmetro de 1/100 000 do átomo. A força gravitacional entre quaisquer dois objetos aumenta à medida em que a distância entre seus centros decresce; esse aumento é da ordem do quadrado da diferença da distância. A força gravitacional agindo sobre você depende da massa terrestre, da sua própria massa e do fato de estarmos a 6378 quilômetros do centro da terra.

 
A terra possui uma massa igual a 3,5 x 1051 vezes a de um próton a terra possui uma massa 3.500 trilhões de trilhões de trilhões de vezes maior que um próton, produzindo um campo gravitacional 3,5 x 1051 vezes maior. A massa do elétron (m) é de 9,1 x 10-28 gramas. Se multiplicarmos esses dois números, multiplicando a seguir o produto por 6,67 x 10-8, obteremos um produto final de 1x 10-58 dinas, ou 0,0000000000000000000000000000000000000001 dinas.




Falhas são pontos fracos através dos quais o calor e as rochas derretidas das camadas mais inferiores da crosta podem abrir caminho para a emersão. O calor pode se fazer sentir um tanto benigno por aquecer as águas do solo e produzir ventos de vapor ou fontes de águas quentes. Às vezes a água é aquecida até a pressão atingir um ponto crítico que, ultrapassando, provoca a erupção abrupta de uma massa dela. Grandes porções de rochas derretidas jorram através do montículo de rocha solidificada, aumentando ainda mais a sua altura. É o vulcão.


 
Há no mundo, 455 vulcões ativos conhecidos por suas erupções na atmosfera. Talvez outros oitenta sejam submarinos. Cerca de 62 % dos vulcões ativos se acham a margem do oceano pacífico, e três quartos deles nas costas oeste das cadeias de ilhas que beiram a costa pacífica asiática. Outros 17 % dos vulcões aparecem ao longo do braço insular da Indonésia, que marca o limite entre as placas eurasiana e australiana. Outros 7 % se situam ao longo de uma linha mediterrânea leste oeste, demarcada entre as placas eurasiana e africana.
A erupção vulcânica mais conhecida na história ocidental é a do Vesúvio, em 79 d.C.. O Vesúvio é um vulcão de 1,28 quilômetros de altura que se situa a cerca de 15 quilômetros a leste de Nápoles. Então em 24 de agosto de 79, ele entrou em atividade. O fluxo de lava e nuvens de fumaça, gases e vapores, destruíram completamente as cidades de Pompéia e Herculano, a sudoeste do Vesúvio. Isso foi descrito dramaticamente por Plinio, o jovem (cujo tio, Plinio, o velho, morreu na erupção enquanto tentava ajudar as pessoas).
A ilha da Islândia, por exemplo, é particularmente vulcânica, já que repousa sobre a cordilheira centro-oceânica, nos limites  entre as placas norte americanas e eurasiana. Em 1783, o vulcão Laki, no centro sul da Islândia, 190 quilômetros a leste de Reykjavik, a capital islandesa, começou a entrar em erupção. Por dois anos, a lava cobriu uma área de 580 quilômetros quadrados. O dano direto foi pequeno, mas as cinzas vulcânicas se espalharam tanto que chegaram a atingir a Escócia, 800 quilômetros a sudeste com tal concentração que as safras daquele ano foram arruinadas. Na própria Islândia, a fumaça e as emanações dizimaram três quartos de todos os animais domésticos e inutilizaram temporariamente as poucas terras agrícolas existentes na ilha. Resultado: 10.000 pessoas, um quinto da população da ilha morreu de fome ou doenças.
O vulcão Tambora, a leste de Java, em 1815, tinha 4 quilômetro de altura. Em 7 de abril do mesmo ano, a lava contida rompeu e arrasou o quilômetro superior do vulcão. Talvez uns 150 quilômetros cúbicos de matéria foram liberados naquela erupção. A maior massa de matéria atirada à atmosfera nos tempos modernos. A chuva direta de rochas e fumaça matou 12 000 pessoas e a destruição de terras agrícolas e animais domésticos levou à morte, por inanição, outras 80 000 pessoas em Sumbawa e na ilha vizinha de Lombock.
No hemisfério ocidental, a erupção mais terrível dos tempos registrados pela história, ocorreu em 8 de maio de 1902 . O monte Pelée, na extremidade noroeste da ilha de Martinica, era conhecido como um vulcão que só dava pequenos soluços de tempos em tempos; nesse dia porem, produziu-se uma gigantesca explosão. Um rio de lava e uma nuvem de gases quentes derramaram-se a grandes velocidades pelas encostas do vulcão, assolando a cidade Saint Pierre e dizimando a sua população. Ao todo, 38 000 pessoas foram dizimadas. Um homem preso num cárcere no subterrâneo da cidade mal sobreviveu.
Entretanto, a maior explosão dos tempos modernos ocorreu na ilha de Krakatoa, situada no centro de sunda, entre Sumatra e Java, 840 quilômetros a oeste de Tambora. O Krakatoa não parecia muito perigoso. Houvera uma erupção em 1680, mas de pequenas proporções. Em 27 de agosto de 1883, uma grande explosão arrasou a ilha; uma área de 800 mil quilômetros quadrados foi coberta por cinzas e viveu na escuridão por dois dias e meio. A poeira atingiu a estratosfera e se espalhou por toda a terra. Um terço do globo ouviu a explosão e sua força correspondeu a 26 vezes a da maior bomba H já detonada. A explosão provocou um tsunami o “macaréu”, que cobriu as ilhas vizinhas e se fez sentir por todo o oceano. Toda a vida de todas as espécies em Krakatoa foi dizimada e o tsunami, à medida que convergia para as baías onde alcançava 36 metros, acabou com 163 povoações e matou 40 mil pessoas.
No mar Egeu, há uma ilha chamada Thira. Por volta de 1470 a. C., a ilha era considerada maior do que hoje e nela se localizava um ramo próspero da civilização minóica, cujo centro estava na ilha de Creta, 105 quilômetros ao sul de Thira. Naquele ano Thira explodiu como aconteceria com o Krakatoa 33 séculos depois, mas com uma intensidade 5 vezes maior. O tsunami de ondas com até 50 metros de altura, destruiu toda a civilização minóica. Levou quase mil anos para os Gregos se reerguerem novamente.


 
Os Egípcios fizeram relatos dessa explosão mas de forma confusa, os quais, mil anos depois, retomados pelos Gregos, sofreram maiores distorções. Essas, transformadas em lendas, aparecem em dois diálogos de Platão, que aparentemente não acreditava que a grande cidade descrita pelos egípcios realmente existira no mar Egeu, onde em sua época, havia pequenas ilhotas. Localizou-a no Oceano Atlântico, a oeste e a chamou de Atlântida. O resultado foi que, desde então, formou-se uma crença generalizada de que o Oceano Atlântico abrigava o continente afogado.
 

Quando ocorre uma movimentação das placas, a terra vibra e temos um terromoto. O mais famoso terremoto da história ocidental ocorreu em 1º de novembro de 1755, na costa de Portugal. Todas as casas da parte baixa de Lisboa foram destruídas. Um Tsunami originado na porção submarina do tremor, tomou conta da Baía, completando a destruição. 60 mil pessoas morreram e a cidade foi achatada. O choque se fez sentir sobre uma área de 3,5 milhões de quilômetros quadrados, causando danos até em Marrocos. Como era dia de todos os santos, as igrejas estavam cheias; quem estava nas catedrais viu os lustres balançarem.
O terremoto mais famoso da história americana, aconteceu em San Francisco. Esta cidade se situa na linha divisória das placas pacífica e norte-americana. Essa linha percorre todo o oeste da Califórnia e é chamada de “falha de Santo André”. Às 05h13min da manhã de 18 de Abril de 1906, a falha cedeu em San Francisco, e todos os edifícios ruíram. Iniciou-se um incêndio que durou três dias, até que um aguaceiro o apagou. Quase dois quilômetros quadrados do centro da cidade foram destruídos. 700 pessoas morreram e 250 mil ficaram desabrigadas. Os prejuízos materiais somaram meio bilhão de dólares.
Em 1970, na reserva de Yungay, no Peru, 320 quilômetros ao norte da capital, Lima, um terremoto soltou a água que se vinha acumulando por trás de um barranco; resultou numa inundação, que dizimou 70 mil vidas.
Maiores danos são causados do outro lado do Pacífico. Em 1º de Setembro de 1923, um terremoto ocorreu a sudoeste da região metropolitana de Tóquio e Yokohama, no Japão. E em 1923, Tóquio era bem maior que San Francisco em 1906; 2 milhões de pessoas viviam na área entre Tóquio e Yokohama. O terremoto ocorreu pouco antes do meio dia; 575 mil edifícios caíram por terra de imediato. O número de vítimas entre o terremoto e o incêndio que o precedeu, atingiu a marca de 140 mil, e os prejuízos chegaram a 3 bilhões de dólares. Este foi o terremoto que causou os mais caros danos já registrados. E, mesmo assim, esse não foi o pior dos terremotos em termos de vítimas.
Em 23 de Janeiro de 1556, na província de Chan-Si, na região central da China, registrou-se um tremor que matou 830 mil pessoas. Não podemos confiar de todo num registro tão antigo, mas, em 28 de Julho de 1976, um terremoto igualmente devastador, ocorreu no sul de Pequim. As cidades de Tien-Tsin e Tang-Chan, foram arrasadas. Os dados apontaram 655 mil mortes e 779 mil feridos.

 

 

 

 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

MAR: EXPLORAÇÃO E EXPLORADORES

MAR: EXPLORAÇÃO E EXPLORADORES
 

O
"Os navios de Társis, eram as tuas caravanas... O vento oriental te quebrantou no meio dos mares". (Ezequiel-27:24-26). 



 
 

Primeiro grande explorador que se tornou conhecido na história, foi um egípcio chamado Henu, que viveu há 4.000 anos. Naquele tempo, os Egípcios acreditavam que o mundo era como um disco achatado cercado de água, essa água era chamada de “rio celestial”. Pensavam que o rio Nilo, fluía desse rio através de uma caverna situada ao sul numa montanha.

Os Egípcios foram hábeis artesãos e engenheiros, mas gostavam pouco do mar. Ainda assim, fizeram no ano de 2007 a.C., sob o comando de Henu, uma viajem marítima até Punt (no mar vermelho da Somália). Essa terra de Punt era rica em ouro, marfim, incenso e mirra, que era usada pelos Egípcios para embalsamarem seus mortos. Henu conduziu sua expedição através do deserto até a extremidade norte do mar vermelho. Lá os Egípcios construíram seus navios e foram para Punt, ao chegarem, mandaram gravar numa pedra a história dessa extraordinária viagem.
Os navios de Henu tinham o fundo chato, a popa e a proa eram salientes. Eram fabricados de pequenos pedaços de madeira encaixados uns nos outros e reforçados com cordas de couro cru. Tinham um mastro em forma de V invertido e apenas uma vela. Eram pilotados por rústicos lemes instalados nos lados. Quando não havia vento, eram os remadores que impeliam a embarcação.
 
 
Outros povos dos mares foram os Minoanos. Eles viviam na ilha de Creta, e eram o oposto dos Egípcios que amavam a terra; eram grandes navegadores e suas riquezas provinham do comércio marítimo, explorando todo o mar Mediterrâneo. Usavam pequenas embarcações em forma de banheira com uma única vela; assim como os Egípcios, só as usavam quando o vento soprava por trás, pois ainda não sabiam como aproveita-lo melhor. Não tinham âncoras, não tinham meios de cozinhar a bordo e nem espaço para deitar; sendo obrigados a desembarcar para comer, dormir e juntar suprimentos.
 

 
Por volta do ano de 1400 a. C., invasores bárbaros conquistaram Creta, e o rico comércio do Mediterrâneo caiu nas mãos dos Fenícios. A Bíblia se refere aos Fenícios como “mercadores dos povos”, e diz que seus navios “ingressam em grandes águas”. No século IX a. C., as embarcações fenícias já não tinham o formato de banheiras, eram compridas e estreitas, com quilhas apropriadas e dispunham de âncoras feitas de sacos de pele cheios de pedras. Foram os Fenícios que aprenderam a cobrir o convés e a construir navios grandes para conter uma fila dupla de remadores, eram os birremes. Por volta do século VII a. C., as embarcações fenícias já tinham passado pelo Oceano Atlântico, estreito de Gibraltar, costa ocidental da Europa e Inglaterra.
 
 
 
 
O mais notável explorador Grego foi Alexandre, o grande, rei da Macedônia. No tempo de Alexandre, os filósofos acreditavam que a terra era redonda. Alexandre não tinha ideia de onde a terra acabava, mas queria chegar lá. Em 334 a.C., ele cruzou o Helesponto (Dardanelos), passando da Europa para a Ásia, e ancorou com seu exército na planície de Tróia; daqui foi para a Frígia (nos mares Mediterrâneo e Negro), invadiu a fenícia, apoderou-se do Egito e conquistou o império persa.
 
Em 327 a.c., marcha para a Índia. Abriu caminho pelos desfiladeiros do Indu Kuch e depois seguiu para o sul. Estava a 16 mil quilômetros distante de sua terra e tinha levado 8 anos para isso. Alexandre explorou o rio Indo até o oceano índico e depois iniciou sua viajem de volta. Em 323 a.c., Alexandre morre e pede para que suas duas mãos sejam deixadas balançando no ar fora do caixão, à vista de todos, para que pudessem ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.
 
 
Pítheas de Massália, outro grego, era astrônomo e matemático, e interessava-se particularmente por marés e queria estuda-las no oceano atlântico. No fim do século IV a.C., Pítheas partiu de Massália e, cruzando o Estreito de Gibraltar, chegou ao atlântico. Navegou para o norte, ao longo do litoral espanhol e francês orientando-se pelo sol e pelas estrelas, e acabou chegando a Inglaterra e a Irlanda. Da Escócia seguiu para o norte até que o gelo cobriu-lhe o caminho. Ao voltar para Massália, Pitheas relatou o que tinha visto. Suas observações convenceram-no de que a terra controlava as marés, descobriu a posição da estrela polar em relação ao pólo norte, observou que os mares do norte se congelavam e que no pólo ártico o sol não se punha.
 
 
Os Romanos como os Egípcios, eram um povo apegado a terra. Seus navios mercantes eram geralmente tripulados por estrangeiros. No tempo de Júlio Cesar, o navegador Grego Hipalo, viajou do Mar Vermelho para a Costa de Malabar. Os mercadores que seguiram o seu exemplo no ano 100 d.C., chegaram ao Ceilão e descobriram a Cochinchina.
 
 
Na China, Chang Chien em 138 a.C., viajou de Pequim a Barcul, passando pelo deserto de Gobi, depois seguiu para Bactriana, transpondo as montanhas de Tien Shan. As caravanas chinesas passaram a transportar alimentos, seda e especiarias para Índia, já os Vikings, exploraram os mares do norte, chegando primeiro às Ilhas Feroe e depois à Islândia e Groenlândia e por volta de 1000 d.C., alcançam a Costa da América do Norte.
 
 
Embora gregos e romanos, em nível de astronomia, admitissem a esfericidade da terra, de fato, a representação mental que estes últimos faziam do planeta, era de algo semelhante a um disco. Como escreveu Pomponio Mela, um geógrafo romano do século I a.C., autor de um tratado intitulado “de situ orbis”, uma das principais fontes do pensamento geográfico clássico. Disse ele que a terra estava rodeada pelo mar por todos os lados.

Na idade média, Breda, o venerável, dirá, de acordo com a opinião tradicional, que a terra “é um elemento colocado no meio do mundo. Está no meio dele como a gema está no meio do ovo, à volta desta, encontra-se a água como à volta da gema está à clara, à volta da água encontra-se o ar como à volta da clara do ovo se encontra a membrana que o contém, e isto é rodeado por fogo, do mesmo modo que a casca”.
A geografia medieval, a partir do século XII, era muito influenciada pela interpretação de mundo da raiz aristotélica. O postulado aristotélico, dizia que os quatro elementos do mundo, se dispunham numa série de esferas concêntricas, por ordem decrescente de densidade, estando a terra situada no centro. Aristóteles parecia querer dizer que a terra devia estar inteiramente coberta pelo mar. Numerosos pensadores medievais tomaram consciência deste absurdo, tanto mais incômodo quanto uma doutrina pseudo-aristotélica, devida aos comentadores helenos de Aristóteles, que concediam à água, um volume que era dez vezes maior que o da terra.
 

Na idade média, distinguiu-se perfeitamente os horizontes marítimos em termos de espaço conhecido e espaço desconhecido. Se o Mediterrâneo se apresenta como o espaço natural do mar conhecido, no âmbito do oceano, as concretizações geográficas não tem lugar de forma tão direta, provavelmente pelo efeito distanciador do desconhecido. Assim, o esplendido oceano tem um sentido não especificamente atlântico, antes aponta, como o horizonte onde ele tem lugar, para o quadro mais geral dos espaços marítimos desconhecidos.

Na verdade, dada a identificação espacial do atlântico durante o medievalismo, essa nebulosidade acabou por determinar a relativa pobreza do imaginário deste oceano; com a consequente subalternização perante o maravilhoso de outro oceano: o índico.
Dado o desenvolvimento da existência do continente americano, e tendo-se admitido em alguns setores que a terra fosse redonda, não teria sido difícil que se pudesse demandar as partes orientais, navegando diretamente para o ocidente, isto é, o atlântico pode ter chegado, em algum momento, a ser apresentado como princípio dos oceanos orientais. Como escreveu em inícios do século XV, Pedro D’ailly (numa alusão que Colombo não se esquece, mais tarde, de sublinhar). “a região das colunas de Hércules e a Índia são banhadas pelo mesmo mar”.
 
“Porém, o senhor fez vir sobre o mar, um vento tempestuoso e levantou no mar uma tão grande tempestade, que a embarcação ameaçava se despedaçar. Cheios de medo, os marinheiros disseram a Jonas: “que te havemos de fazer, para que o mar se acalme?”. Porque o mar se embravecia cada vez mais. Ele lhes respondeu: “pegai em mim e laçai-me ao mar, e o mar se acalmará, pois sei que é por minha causa, que vos sobreveio esta tempestade”. Depois pegaram em Jonas, e o lançaram ao mar, e o mar se acalmou. O senhor, fez com que alí houvesse um grande peixe para engolir a Jonas, e Jonas esteve três dias e três noites no ventre de um peixe. Jonas orou ao senhor, seu Deus, do ventre do peixe. Então o senhor ordenou ao peixe, e este vomitou a Jonas na praia”. (livro de Jonas).
Os povos do mar não eram bandidos, mas grupos de povos sem um lugar fixo para se estabelecerem. Eles eram derrotados por outros povos mais fortes, numerosos e mais bem armados, que vinham das estepes em torno do Mar Negro. Eram constituídos por grupos de guerreiros com suas famílias e bens. De acordo com fontes Hititas, os povos do mar já estavam ativos no reinado de Akhenaton (1352-1336).
 
 
 
O primeiro “navio” foi um tronco sobre o qual o homem cruzou rios, as mãos eram seus remos, mais tarde o homem aprendeu a construir jangadas unindo troncos, depois construiu canoas de cascas de árvores, em regiões onde a madeira era escassa, os homens primitivos costuravam peles de animais em formas de saco, enchiam-nas de ar e utilizavam-nas como flutuadores; em algumas regiões distantes grandes vasos de barro serviam como barcos.

No antigo Egito as primeiras balsas eram feixes de junco, com o tempo aprenderam a amarrar esses feixes, os barcos adquiriram a forma de uma colher; em 4.000 a.c, já construíam galeras (barcos compridos e estreitos, impulsionados por uma fileira de remadores), em 3.200 a.c, os egípcios inventam as velas, também aprendem a construir barcos com pranchas de madeira. As barcadas egípcias carregavam quase 700 toneladas, uma vela e uma fileira de remadores de cada lado impulsionavam as embarcações mais leves, as mais pesadas tinham uma vela retangular. Inicialmente os egípcios usaram uma vela quadrada, após 2.000 a.c, a vela tornou-se mais larga e alta, dirigiam seus barcos com grandes remos ao lado da popa.
Os egípcios construíam seus barcos sem quilhas e sem vigas, simplesmente encaixavam as pranchas por meio de juntas para formar o casco, em mares agitados a popa e a proa afrouxavam por isso amarravam uma pesada corda em volta da proa e a estendiam ao longo do convés.
Minoanos e micênicos construíram sólidas galeras de guerra impulsionadas por uma fileira de remadores de cada lado e utilizavam uma vela quadrada. Gregos e fenícios em 500 a.c construíram embarcações com dois mastros, usavam velas quadradas melhorando com isso a direção em alto mar; após 300 a.c, os gregos começaram a usar vela triangular acima da vela principal, nos navios maiores, acrescentaram outra vela quadrada perto da popa, era um velame simples, de quatro velas.
 
Suas primeiras galeras tinham uma fileira de remadores em cada lado, entre 1.000 e 800 a.c, adaptaram um aríete na proa, na linha da água, era empregado nas batalhas e destinado a destruir o casco da embarcação inimiga. Em 700 a.c, construíram galeras com dois bancos ficando mais velozes, em 650 a.c, inventaram os trirremos (três fileiras de remadores), as juntas eram mais apertadas, por isso tinham cascos mais resistentes.


 

Os romanos criaram a maior frota mercante dos tempos antigos, seus navios mediam 55 metros de comprimento, 15 metros de largura e transportavam 900 toneladas com mil passageiros. Nas guerras os romanos faziam uso dos quinquerremos (cinco fileiras de remadores).

Os navios vikings eram as melhores embarcações da Europa setentrional entre o século VIII e XI d.c, mediam 24 metros de comprimento e 5,1 de largura, o casco era de pranchas superpostas e fixadas com pregos revirados, era impulsionada por 16 remadores de cada lado, tinha uma vela quadrada presa a um mastro de 12 metros de altura.
 
 
As velas quadradas eram apropriadas para ventos de popa, que sopravam por trás, ao contrário, as velas triangulares não eram eficientes quando se navegava contra o vento, nas galeras do ano 1.300 d.c, os remos só eram usados quando o vento não soprava, essas embarcações eram mais compridas e largas que as galeras de guerra, uma galera comum carregava 130 toneladas.
 
 
No século XV os construtores de navios do Mediterrâneo continuaram a construir embarcações de cascos fixando as pranchas de madeira à armação da quilha e das vigas, substituiu-se os remos laterais por um leme na popa, a mudança da mastreação (com castelo de popa e proa ) deu mais potência a embarcação. No século XV os exploradores Cristovão Colombo, Vasco da Gama, Fernão de Magalhães e o capitão Drake, usaram esse tipo de embarcação; tinham velas redondas, um mastro principal no meio, um mastro dianteiro na parte da frente e um mastro de ré na parte de trás. O mastro principal e o mastro dianteiro sustentavam uma vela quadrada e o mastro de ré sustentava uma vela triangular.
 
 
"Quero te contar que o oceano sabe disto: que a vida, em seus estojos de jóias, é infinita como a areia incontável; e o tempo, entre uvas cor de sangue, tornou a pedra lisa; encheu a água viva de luz; desfez o seu nó; soltou seus fios musicais de uma cornicórdia feita de infinita madre-pérola". (Pablo Neruda).
 

 

 

 

 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

ESTRANHEZAS E MITOS


ESTRANHEZAS E MITOS
 
 

Na América do norte, um mito Hopi, descreve os primeiros seres humanos como formados de terra pela mulher aranha, a divindade criadora. Na África, os mitos geralmente falam de um criador fazendo humanos em algum lugar à parte, do qual depois eles são introduzidos neste mundo. Algumas histórias relatam que eles caíram do céu no início dos tempos. Os Hererós do sudoeste da África, dizem que as primeiras pessoas surgiram de uma “árvore da vida” no mundo subterrâneo. Os Azandes relatam que os homens ficavam originalmente lacrados dentro de uma canoa, junto com o sol, a lua, as estrelas, a noite e o frio. O sol conseguiu derreter o lacre e a humanidade então surgiu.
Já falando de morte; para os Polinésios, ela nasceu com a primeira mulher. Uma versão Maori da história, relata como Tane, o deus das florestas e das árvores, moldou a primeira mulher com a areia da ilha Hawaiki. Uma história Shoshoni da América do norte, descreve a origem da morte por causa de uma discussão casual entre um lobo, a divindade criadora e o coiote, o astucioso. Quando o lobo diz que qualquer um que morre, pode ser trazido de volta à vida por meio do disparo de uma flecha sob eles, o coiote argumenta que, se todos vivessem, não haveria mais espaço na terra.
Os Chewongs da floresta tropical da Malaia, endossam a ideia de um universo com múltiplas camadas, acreditam que de vez em quando seu próprio mundo, o qual chamam de “terra-sete”, vira de cabeça para baixo; para que tudo o que está sobre ele seja submergido ou destruído. No norte da Austrália, um mito aborígene, descreve uma inundação causada pelo erro de duas irmãs que praticaram sexo com dois homens do mesmo clã. Na América do norte, o impressionante pássaro-trovão, que no noroeste tem a fama de ser grande o suficiente para vencer baleias, vive em constantes batalhas pelo domínio da terra com as serpentes que moram na água.
 
Outra ideia encontrada na América do norte é a da enorme tartaruga que carrega o mundo em seu casco, sendo ele uma imagem do universo tripartido: o casco superior representa o céu, o inferior o mundo subterrâneo e seu corpo o reino médio da terra. A mesma imagem, às vezes apresentando um cágado, ocorre por todo o sul da Ásia e da China.
Coisas estranhas sempre existiram na história do mundo. O historiador grego Dion Cássio, escreveu em sua obra “História Romana” (Liv. I), que no ano de 223 a. C, vários eventos causaram pavor nos cidadãos de Roma. Segundo narra, ocorreu que o rio Picena, teve suas águas transformadas em sangue na Etrúria e 1/3 do céu, pareceu estar incendiado. Em outras partes da Itália, foram visíveis três luas durante a noite e no fórum romano, um abutre esteve pousado por vários dias seguidos sem se mexer.
Segundo consta no livro “Prodigium Libellus”, do historiador grego Lycosthenes, foram vistas no ano de 221 a. C, três luas que voavam em diversos pontos do céu, na cidade de Rimini. Nos livros XII e LXII, de sua “História Romana”, o historiador Tito Lívio, relata como gigantescos navios fantasmas foram avistados brilhando no céu, inclusive em Roma. Em outros lugares, apareceram certos “homens altos com brilhantes vestes brancas”, que se mantinham à distância, sem se aproximarem das testemunhas. Nos livros XXI e XXII, o mesmo Tito Lívio, recolhe a narrativa de como foi avistado um “escudo voador”, nos céus de Arpe (cidade de Apúlia, na Itália); também alude sobre “lâmpadas cintilantes”, vistas no céu de Praeneste, cidade do Lácio. Plinio, o velho, em sua “História Natural” (Liv. II), comenta que três luas apareceram ao mesmo tempo durante o consulado de Gnaeus Domitius e Gaios Faunus.
O orador romano, Cícero, que viveu entre 106 e 43 a. C, escreveu em seu “Divination” (Liv. I, cap. 42): “quando dois sóis foram vistos, três luas e chamas de fogo surgiram dos céus. Em outra ocasião, um gigantesco sol foi visto de noite; ruídos foram ouvidos no céu e este pareceu se abrir e estranhos globos de fogo surgiram”.
O historiador Plutarco, em sua obra “Caio Mário”, menciona os vários sinais ocorridos por volta de 103 a. C: “bolas de fogo que rumavam para o oceano”. Segundo Luciano de Samosata, no ano de 83 a. C, na cidade de Apolônia, soldados de Silas, prenderam um homem estranho que estava dormindo. Emitia um grito rouco, como o de uma cabra, que não podia ser entendido. Silas, horrorizado, ordenou que o retirassem de sua vista. Caio Suetônio em sua obra “Os doze Césares”, recolhe o insólito encontro de Caio Júlio César com uma “aparição sobre humana de alta estatura e muita beleza”.
 
Dusselhoff, em seu livro “Las Grandes Civilizaciones de La America Antigua”, informa que é possível encontrar a origem dos anões Olmecas. Existe uma crença muito comum entre os nativos da região, que os consideram pequenos espíritos da natureza com a cara de bebê e o resto do corpo como o de velhos. Estes, habitariam grutas e cavernas. Segundo este mesmo autor, sobre a lenda dos índios Pipií, que viviam em El Salvador; são citados seguidamente pequenos seres sobrenaturais, seguidores do deus da chuva; que vivem no mundo subterrâneo e que são responsáveis pela regulagem das águas subterrâneas.
Entre os índios Chochones e Craals, existem lendas que falam de pequenas criaturas que morariam em cavernas e que seriam as responsáveis por uma série de eventos sobrenaturais entre as culturas pré-colombianas.
Na cidade de Nam Madol, na grande ilha de Ponapé, Micronésia, há uma lenda local que diz que a idealização e construção de sua cidade megalítica, seriam de anões misteriosos, que teriam vindo do fundo da terra.
O explorador polonês Ferdinand Ossendovski escreveu muitos relatos estranhos em sua obra “bestas, homens e deuses”. Em suas viagens pela Ásia Central, Ossendovski, ouviu histórias diversas, como por exemplo, sobre uma tribo mongol rebelde que, procurando escapar de Gengis Khan, escondeu-se num país subterrâneo. Outro aldeão mongol havia lhe mostrado na região de Nogan Khul, uma porta segundo a qual um caçador entrou e, conseguindo voltar, começou a contar tudo o que tinha visto; os Lamas então, lhe cortaram a língua para que ele não contasse mais nada a ninguém.
Certo explorador da Antártida foi encontrado degolado em sua tenda de campana, no Pólo Sul. Em sua bitácula (caixa onde se guarda a bússola), estava escrito a seguinte frase: “já vem. Já o vejo. O monstro se aproxima. Está aqui”.
Praticamente todos os historiadores clássicos, aludiram sobre coisas estranhas e fenômenos celestes incompreensíveis, como por exemplo, o historiador Diodoro Sículo, que por volta do século I a. C, escreveu: “em 372 a. C., um mau presságio antecipou a queda de Esparta. Por muitos dias ficou visível no céu noturno, uma luz que parecia um raio de fogo. Poucos dias depois, os espartanos perderam a batalha”. Já Calisthenes no século IV a. C, escreveu: “um sinal luminoso foi visto no céu em 373 a. C; em Vouron e Eliki, duas cidades que afundaram no mar”. O historiador Plutarco e o poeta Hesíodo, escreveram que durante a batalha de maratona, “um humano desconhecido” ajudou o exército grego com um tipo de arma de raios, e que foi usada em varias ocasiões.
 
Plutarco, ainda escreveu em “Teseu”, que a deusa Atena e os semideuses, Hércules e Teseu, vieram do olimpo para ajudar a derrotar os persas. O fato mais curioso, porém, ocorreu no século 7 a. C, com o poeta cretense Epemênides, que teve uma experiência de lapso de tempo. Quando era criança, seu pai mandou-o encontrar uma ovelha perdida, estava muito calor e o jovem encontrou abrigo dentro de uma caverna para descansar. Quando ele acordou e voltou para casa, encontrou seu irmão com a idade de 57 anos.
Existem narrativas de historiadores antigos, que dizem que Alexandre, o grande e seu exército macedônico, se encontraram com estranhas naves em forma de disco. Elas foram mencionadas como escudos metálicos voadores, e em muitas ocasiões, esses escudos passavam por cima do exército. Aquilo provocou os elefantes e outros animais usados na campanha, que fugiam assustados e os homens corriam em pânico. Existe também um trecho notável sobre o cerco na cidade fortificada de tiro.
 
Foi durante esse cerco, realizado pelas tropas de Alexandre, que uma formação de objetos parecidos com escudos circulares, atacou os muros da cidade e o “chão ficou limpo para o ataque macedônico”. De acordo com as notas de biógrafos antigos, os exércitos pararam e ficaram assistindo os escudos voadores vindos do céu, e atacando as muralhas de tiro.
 
As estranhezas e bizarrices, não se resumem somente a sinais no céu, mas aos próprios seres humanos e seus corpos viventes. Heródoto (490-425 a. C) escreveu em seu “Histórias”, sobre singulares pombas pretas, que teriam sido “fêmeas animalesco-humanas”. (II, 57). Refere-se ainda à homens da região da foz do rio araxes, na Pérsia, que lhe constou “juntavam-se à peixes” e teriam constituído uma espécie de “homens-peixes”, de pele escamosa. (I, 202). Nos vedas indianos, lê-se sobre mães que “andavam sobre as maõs”. Nas bodas de Peiritoos, os centauros, seres semi-animalescos, de corpo equino e tórax humano, violentam as mulheres dos Lapitas. Platão no seu “banquete” escreveu sobre essas anomalias: “originalmente havia um par do sexo masculino e um do sexo feminino, e ainda um terceiro, o homem tinha quatro mãos e quatro pés; era grande e planejava conquistar os céus e violar os deuses”.
O historiador Tácito em sua obra “anais” (XV, 37) descreveu uma orgia vespertina na casa de Tigelino, onde “com a colaboração de homens-animais, os presentes se entregavam a libidinagens”. Heródoto a esse respeito também escreveu: “e o bode se juntava a uma mulher na vista de todos”. Na ilha de malta, há grandes figuras de pedra de anatomias estranhas: possuem coxas esféricas e pés pontudos. Seu sexo não é definido. Em obras de artes assírias, representações de semi-homens não são raras. Textos acompanhantes relatam sobre animais-humanos aprisionados que, acorrentados por guerreiros, foram trazidos e entregues como tributo do país de Musri ao rei assírio.
 
Os indígenas de Malekula, afirmam que a primeira raça de homens consistia em descendentes dos “filhós do céu”. Os incas se diziam serem “filhos do sol”. Os maias se diziam serem “filhos das estrelas”. Os germânicos afirmavam que seus ancestrais vieram com os “wanens” voadores. Os hindus se diziam descender de indra, gurkha e bhima, que andavam em carros de fogo pelos céus e os nativos das ilhas dos mares do sul, se diziam descender do deus celestial tagalao; este desceu do céu num enorme ovo reluzente. O escritor francês Victor Hugo, aludiu sobre gigantescos crocodilos que viviam nas galerias subterrâneas da França.
 
Na passagem do século, mais precisamente nos anos de 1896 e 1897, milhões de cidadãos americanos, no Texas e Califórnia, ficaram admirados e perplexos com o repentino aparecimento de objetos voadores, de estranho brilho, semelhantes a enormes charutos. Isso aconteceu sete anos antes do primeiro voo dos irmãos Wright, realizado em 1903 em Kitty Hawk, com seu avião a motor; e quatro anos e meio antes de o conde Zeppelin maravilhar o mundo, a dois de julho de 1900, com o seu primeiro balão dirigível, sobrevoando o lago de Constança.
Nessa época, no céu de sacramento, subiram e desceram luzes multicores em profusão, ao passo que em Oklahoma, o povo pôde admirar um veículo de 50 metros de comprimento; com asas semelhantes à rotores e um gigantesco holofote na sua parte inferior, perscrutando o solo. No entanto, tais objetos voadores, não foram observados apenas em terra firme, mas, também nos oceanos; onde as tripulações de navios avistavam bolas luminosas ou objetos em forma de disco que surgiam das águas e subiam aos ares.
Nas costas do Japão e da China, frequentemente foram vistos discos ou rodas estranhas; observados na Europa apenas uma vez ou outra.
Diz-se que Alexandre, o grande, pesquisou durante seis anos esses objetos estranhos saídos do mar. Criou ele até uma caixa de metal, onde, um de seus soldados entrava e era emergido às águas, numa tentativa de encontrar tais discos luminosos (Osnis). Cristóvão Colombo, em seu diário de bordo, escreveu que numa madrugada de mar calmo e céu estrelado, ele observou um briga de luzes dentro do mar, e, ao olhar para o alto, viu pontos luminosos se deslocarem de um lado para o outro.
Em 06 de Abril de 1948, cientistas observaram um objeto desconhecido, em forma oval, sobre o campo de provas para armas teleguiadas de White Sands. Com base em medições feitas com teodolito, sua velocidade foi calculada em 27.000 km/h. quando, de repente, o objeto subiu; o teodolito acusou sua velocidade de subida na ordem de 40 quilômetros por 10 segundos.
Em 02 de Julho de 1948, 8 entre 10 pessoas avistaram objetos estranhos luminosos, que sobrevoavam a localidade de Disma, pousando numa colina nas proximidades de Idaho. Mais tarde, soube-se que objetos voadores foram avistados simultaneamente em mais outros 33 estados dos EUA, inclusive em Knoxville, onde o professor C. Grehm, da universidade de Knoxville, observou um cilindro comprido de aparência metálica que voava em alta velocidade.
 
No início da década de 30, surgiram grandes máquinas voadoras, de cor cinzenta, sem qualquer identificação nos céus da Europa. Apareciam com frequência durante violentas tempestades, sobrevoando cidades, ferrovias, praças, fortes e navios em alto mar, cujos motores chegavam a parar. Muitos relatos mencionaram máquinas enormes, dotadas de uma série de motores, e um grupo de cinco pessoas afirmou ter avistado um avião gigantesco de oito hélices.
Em 22 de janeiro de 1934, o pároco auxiliar de Langstrask, relatou que nos últimos dois anos avistaram misteriosas máquinas voadoras nos céus da região, seriam os já conhecidos “aviões fantasmas”, dos quais no último verão, um deles teria sobrevoado o local nada menos do que 12 vezes, seguindo sempre na mesma direção sudoeste-nordeste. Quando tal objeto sobrevoou a casa da paróquia, a uma baixa altura, puderam ser observadas três pessoas no interior do objeto. O pároco auxiliar informou ainda que o aparelho era de cor cinza com duas asas. Até dezembro de 1933, a imprensa praticamente não havia noticiado aquele fenômeno. Uma das primeiras notícias a respeito data de 24 de dezembro de 1933 e procede de Kalix.
Dizia que, na véspera do natal, às 18 horas, apareceu um objeto voador misterioso vindo de Bottensea, sobrevoou Kalix e desapareceu na direção oeste. A 27 de dezembro de 1933, o New York Times, publicou uma reportagem sobre um misterioso objeto voador que, com um ruído ensurdecedor, parecendo um trovão, deu voltas nos céus de Nova York durante uma tempestade de neve. Segundo essa reportagem, as 09h30min horas do dia 26 de dezembro, em toda a Manhattan ressoou o ruído dos motores de um avião que atravessava uma violenta tempestade de neve. Depois de a notícia ter sido divulgada pela NBC, foram recebidos telefonemas de todos os lados e o New York Times escreveu: “após a análise de todos os telefonemas, é válido supor que o avião penetrou até a 72nd na Avenue, circulou sobre o Central Park, e em seguida, continuou voando em direção a 23rd Avenue até o Bronx”.
Em 1933, os aviões ainda não eram capazes de levantar voo sob condições atmosféricas adversas. Nenhum tipo de avião conhecido na época conseguiria se manter no ar durante uma tempestade de neve de 5 a 6 horas de duração. Contudo, o avião sobre Nova York realizou tal feito, em todo caso, jamais chegou a ser identificado.
Em 4 de fevereiro de 1934, um correspondente londrino do New York Times, relatou uma ocorrência semelhante registrada nos céus de Londres. Logo após o natal, um “avião fantasma”, tornou a surgir sobre a Escandinávia e foi avistado simultaneamente sobre a Noruega e a Suécia, sobrevoando ida e volta à fronteira entre esses dois países.
No dia 10 de janeiro, o povo nas ruas de Tarna, observou uma luz brilhante a cerca de 350 metros de altura que mudou de rumo e se afastou em direção a Archeplog. Quinze minutos depois, os habitantes daquela cidade, ouviram ruídos no ar. Em seguida, a mesma luz surgiu sobre Rorstrask, a nordeste de Norjo. Testemunhas afirmaram que bem acima desse local, os motores pararam três vezes seguidas e o aparelho voou a uma altura tão baixa, que a luz por ele irradiada, inundou toda a região. Na extremidade norte da Noruega, numa quarta feira, pousou uma máquina nos arredores da região da ilha de Gseslingen, próximo a Porvik. Outra aterrissagem ocorreu perto de Kvaloy, na região de Naniudal. O comunicado precedente de Gsesslingen informava que teria surgido um jato de luz brilhante acompanhado de forte roncar de motores. Em seguida, a máquina teria pousado sobre as àguas e permanecido lá por uma hora e meia. Em sua maioria, esses aparelhos eram maiores do que os aviões militares e capazes de voar sob condições atmosféricas das mais adversas.
Após a segunda guerra mundial, em 10 de junho de 1946, foram avistados objetos voadores nos céus da Finlândia que aparentavam semelhança com os foguetes V alemães. No decorrer de algumas semanas, milhares de pessoas, observaram luzes, objetos em forma de charutos e máquinas voadoras com asas não identificadas sobre toda a Noruega e Suécia. Tais objetos foram também observados no extremo norte da Grécia, sendo fotografados e tendo sua velocidade calculada em como variando entre 700 e 1600 quilômetros por hora.
Em setembro de 1946, “bolas de fogo verde”, foram avistadas nos céus de Portugal e um foguete com um jato de luz sobrevoou Casablanca, na África do norte. A cidade de Oslo foi visitada por “coisas grandes e incandescentes”, que caíram do céu e explodiram com um ruído ensurdecedor.
 
Durante a segunda guerra mundial, foi registrado um fenômeno raro. Uma vez ou outra; estranhos objetos voadores em forma de disco acompanharam vários pilotos durante os voos. Os pilotos dos bombardeiros das forças aliadas os chamaram de “foo fighters”, (fighter=combate, foo=fantasma). Os objetos que voavam acima das asas dos seus aparelhos ou os acompanhavam a pouca distancia, à frente ou atrás; invariavelmente demonstravam facilidade de manobra e velocidade. Até as tripulações dos navios de guerra observaram voos luminosos.
Charles Odom, ex-piloto de um b-17, descreveu seu contato com um objeto estranho durante o inverno europeu de 1944 sobre a Alemanha: “tinha a aparência de esferas de cristal e eram do tamanho de uma bola de basquete. Foram observados com maior frequência sobrevoando as cidades de Munique e Viena. Nunca se aproximaram mais de 100 metros de uma formação de bombardeiros. Pareciam ser atraídos por nossa formação. Voavam conosco lado a lado”.
A 7 de janeiro de 1948, algumas pessoas avistaram sobre Louisville, Kentucky, um objeto prateado em forma de disco, que emitia uma luminosidade avermelhada. Seu diâmetro media cerca de 80 a 100 metros, e seu voo era dirigido para o sul.
 
De acordo com algumas pesquisas, esses objetos em sua maioria tem a forma de disco, possuem uma cúpula e diâmetro 10 vezes maior que sua espessura no centro. Voam em formação regular e são avistados por testemunhas oculares. Ademais, existem objetos elípticos em forma de charutos, alguns dos quais são biplanos, com duas carreiras de janelas, uma acima da outra. “meu Deus, como é enorme! Tem até janelas”. (Thomas Mantell, capitão aviador na segunda guerra mundial).
Em 1790, Liabeuf, um policial francês, foi mandado de Paris para Alençon, a fim de esclarecer um acontecimento estranho. Às 5 horas da manhã do dia 12 de junho, alguns camponeses observaram um enorme globo envolto em chamas. De início pensaram ser um balão Montgolfier, que estava ardendo no ar, no entanto; ficaram admirados com a sua enorme velocidade e com os estranhos ruídos de assobio que ele emitia. O globo reduziu a velocidade e caiu sore o topo de uma colina. O calor emitido pelo objeto queimou todos os arbustos e capim. De repente, uma porta abriu-se, e dela saiu uma pessoa com aspecto de homem, mas com trajes esquisitos, de roupa colante, apertada. Quando aquele ser, viu o povo ali reunido, murmurou alguma coisa e correu para o bosque. Os camponeses com medo, correram também e, logo em seguida o globo explodiu sem provocar qualquer ruído, e seus pedaços voaram em todas as direções, desintegrando-se numa espécie de pó.
 
A ideia de estabelecer contato interestelar não é nova. Já na antiguidade, Tales de Mileto, que viveu entre 636 e 546 a. C, achava que as estrelas poderiam ser mundos de civilizações distantes. Seu discípulo, Anaximandro, defendeu a ideia de que existem inúmeros mundos que aparecem e desaparecem num ciclo eterno. Plutarco estava convicto de que a lua era uma pequena extensão da terra, com suas montanhas e vales habitados por demônios.
Na antiguidade, Pitágoras acreditava que a lua era viva e habitada. Seu discípulo Filolau de Crotona, explicou que a lua era habitada por seres que eram 15 vezes maiores que os humanos, e acertou ao afirmar que o dia lunar equivale a 15 dias terrestres. Já Xenófanes, sustentava que a lua era habitada, e que esses homens lunares moravam em grandes e profundos vales. No ano de 160 d. C, o grego Luciano de Samósata, escreveu sobre a primeira viajem a lua, em uma obra chamada “história verdadeira”. Uma tromba de água arrasta um barco até a superfície da lua.
 
O poeta Ariosto, em seu livro “Orlando Furioso”, assegurou que a lua era um grande vale onde se encontraria tudo aquilo que perdemos na terra: riqueza, coroas, honra e esperança. Em 1638, surge na Inglaterra o livro “o homem na lua”, causando grande sensação. Seu autor, Helouispo Francisco, envia à lua, o aventureiro espanhol Domingo Gonzales, com a ajuda de um casal de gansos adestrados. No século XVII, o astrônomo Hevelius, afirmou que a lua estava cheia de cidades. Entusiasmado com isso, Cyrano de Bergerac publica em 1648 seu célebre livro “viajem à lua”, onde pela primeira vez se fala sobre foguetes. Ele descreveu duas espaçonaves: uma impulsionada por vaporização de orvalho e a outra por um foguete de três fases. Suas histórias inspiraram Júlio Verne a escrever os seus assombrosos e fantasiosos livros de ficção científica, como o livro “da terra à lua”. Verne é considerado o pai da astronáutica.
 


 
Em 1671, Querubin de Orleans, publica um segundo mapa lunar. O primeiro foi publicado por Hevelius. Em 1178, um pouco antes de se por o sol, um grupo de monges da catedral de Canterbury, observaram no fio da lua, um formidável resplendor acompanhado de gigantescas labaredas. Em 1789, o astrônomo Esroiter, contemplou assustado uma enorme zona iluminada na chamada região dos “alpes lunares”.
 
 
Em 1820, o astrônomo François Arago, publicou uma assombrosa observação: durante um eclipse, uma formação de luzes fez revoluções aéreas sobe a lua. Em 1843, o astrônomo alemão Johann Bayer, ao observar a “cratera Linne”, na lua, notou que ela mudava regularmente de forma; pouco depois, percebeu-se que a cratera em questão desapareceu por completo. Em 1877, o astrônomo inglês Klein, foi testemunha de intensas e rápidas luzes que se dirigiam ao centro da cratera denominada “Platon”. Uma vez na cratera, as luzes se reuniram formando um triângulo.
O matemático e astrônomo C. F. Gauss (1777-1855), propôs a implantação de um enorme triângulo retângulo, a ser formados por estradas nas matas da Sibéria; a fim de chamar a atenção de seres distantes. O astrônomo austríaco J. J. Von Littrow (1781-1840) preferiu zonas de clima mais quente e sugeriu a instalação de canais que formassem um sistema geométrico no deserto do Saara, os quais seriam iluminados de noite com querosene. Por sua vez, o francês C. Gros, cogitou um espelho, de proporções superdimensionais, a fim de emitir sinais com a ajuda de luz solar.
 
Na renascença, William Shakespeare, escreveu em seu “Hamlet” que existem mais coisas entre os céus e a terra do que sonha a nossa vã filosofia e também que “a necessidade faz-nos habituar a estranhos companheiros de leito”.
 
O primeiro bestiário foi escrito em francês por volta de 1121 para a rainha da Inglaterra. Num desses livros, datando do século XIII e depositado em Westminster, Inglaterra, lê-se que os Pigmeus simbolizam a humildade, os gigantes o orgulho, os cinocéfalos a discórdia e os homens com beiços pendurados simbolizavam a mentira.
Santo Agostinho, no século V, revela uma estranha informação: “quando eu era bispo de Hipona, estava indo para a Etiópia com alguns escravos cristãos para ensinar o evangelho de Cristo, quando vimos numerosos homens e mulheres que não tinham cabeça e cujos olhos se encontravam no peito”.
Em autores antigos, lê-se que na Escítia viviam os Panótios, cujas orelhas lhes cobriam o corpo. Na Líbia viviam os Antípodas, que tinham os pés virados ao contrário, com oito dedos em cada um. Plínio o velho, em sua ‘história natural’ escreveu: “os primeiros antropófagos, vivem a dez dias de viajem para além do rio boristene. Esses bebem em crânios humanos, já os Arimspares, são reconhecidos pelo único olho que tem na testa”.
O historiador Ctésias em seu livro “histórias do oriente” cita várias montanhas habitadas por homens com cabeça de cachorro; vestem-se com peles de animais e uivam ao invés de falar. Armados de garra, comem aves e quadrúpedes que caçam. São cinocéfalos, metade homem e metade cachorro; se comunicavam por latidos, porque eram incapazes de aprender a língua humana.
O viajante Marco Polo escreveu que visitou um reino onde havia homens que tinham rabos que mediam mais de um palmo de comprimento. Eles moravam nas montanhas e jamais nas cidades. Duarte Pacheco Pereira, em seu “esmeraldu de situ orbis”, escreve que existem províncias onde seus moradores tem rostos, dentes e rabos como o de cães.
 “A mais perigosa visão do mundo é a das pessoas que jamais olharam o mundo”. (Alexander Von Humboldt. 1769-1859).